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Museu Carlos Ritter: um ano da casa nova

O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter (MCNCR) está prestes a completar 50 anos, mais existe outra data que deve ser lembrada. Em 13 de maio de 2019, há exatamente um ano, o Museu era reaberto em sua nova casa, o Casarão 1, localizado na Praça Coronel Pedro Osório, no coração da cidade de Pelotas.

Na noite da reabertura, uma segunda-feira chuvosa, o Casarão recebeu um grande público. O evento, que integrou a agenda de 50 anos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), contou com a presença do vice-reitor, Luís Amaral, da Pró-Reitora de Extensão e Cultura (PREC), Francisca Michelon, do diretor do Instituto de Biologia, Luiz Fernando Minello, do diretor do MCNCR, João Iganci, e também de familiares do naturalista e empresário Carlos Ritter, cuja a coleção de animais taxidermizados deu origem ao Museu.

O museu reabriu ao público com três exposições, que permanecem disponíveis aos visitantes. A primeira delas é um diorama, montado na entrada do MCNCR, que retrata uma paisagem típica do Pampa gaúcho com animais comumente encontrados na região. “O diorama chama muito a atenção dos visitantes e é uma forma de tratar de diferentes assuntos, sobretudo sobre a importância de preservar os ambientes naturais e preservar as espécies silvestres, e sobre os serviços ambientais que o Pampa nos oferece”, comenta o professor João Iganci.

A segunda exposição é a coleção de borboletas de Ceslau Biezanko, entomólogo e ex-professor da Faculdade de Agronomia de Pelotas (atual Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas – FAEM/UFPel). A terceira e última atração é um painel com aves taxidermizadas elaborado a partir de uma fotografia do Pontal da Barra do Laranjal, uma área do Bioma Pampa dentro da cidade de Pelotas. “As aves foram fixadas na parede, sobre este painel de fundo, e estão dispostas de forma a representar o parentesco evolutivo entre as diferentes espécies. Esta disposição traz também inúmeras possibilidades de abordagens de temas científicos, sejam relacionados à evolução, às características ecológicas apresentadas pelas espécies e sobre a conservação da fauna nativa”, complementa Iganci.

Relembrando a mudança, que ocorreu entre dezembro de 2018 e maio de 2019, o professor destaca o trabalho realizado pelos servidores da PREC e da Pró-Reitora de Planejamento e Desenvolvimento (PROPLAN), que trabalharam incansavelmente durante esse período para que tudo estivesse pronto para a reinauguração. Iganci também ressalta o esforço e a colaboração dos servidores Carolina Silveira Régis e Mauro Mascarenhas, e da equipe de monitores, formada por alunos de diferentes cursos da UFPel, que atuaram continuamente no processo de mudança.

O Casarão 1

Os Casarões 1 e 3, localizados na esquina da Praça Cel. Pedro Osório com a Rua Félix da Cunha, no centro de Pelotas, formam o conjunto conhecido como “Casas Gêmeas” ou “Casas Geminadas”, pois aparentam ser apenas um único prédio. Construídas entre 1911 e 1912, as casas foram um presente de casamento de Joaquim Augusto Assumpção – o Barão de Jarau – para suas filhas Judith e Francisca Augusta. Os Casarões integram o Conjunto Histórico de Pelotas tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em meados de 2018.

Casarões 1 e 3

As mudanças com a mudança

Com o novo endereço, o número de visitas ao Museu teve um aumento considerável, atingindo em meados de 2019 um público semelhante à visitação anual dos anos anteriores. Estudantes e professores de escolas públicas de Pelotas continuam a constituir a maior parcela de visitantes do MCNCR, mas foi observado um aumento considerável no número de visitações realizadas por colégios particulares e, principalmente, de visitantes individuais, muitos deles de fora da cidade, do estado e até do país.

“Desde a concepção inicial esta mudança não representava apenas uma mudança física de endereço, mas sim uma mudança de conceitos, buscando uma modernização da coleção, sobretudo da forma de exibição do acervo ao público visitante”, comenta Iganci. O professor também diz que, para ele, “um museu de ciências naturais tem como papel fundamental a aproximação da academia com a comunidade em geral”.

A mudança de endereço também promoveu a proximidade entre os três museus da UFPel – Museu Carlos Ritter, Museu do Doce e Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG) –, todos localizados no centro de Pelotas, nos arredores da Praça Cel. Pedro Osório e do Mercado Central. “A proximidade entre os três promove uma visitação integrada, é muito comum que o público visite no mesmo dia as exposições nos diferentes museus. Isso acontece tanto quando consideramos visitantes individuais, que relatam a visita nos outros museus, quanto também em relação aos visitantes em grupos, sejam de escolas ou outras entidades que agendam visitas nos três museus para aproveitar a visita ao centro histórico da cidade e o transporte”, conta Iganci.

Os 50 anos do Museu Carlos Ritter

No próximo dia 21, o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter completa 50 anos de sua fundação. A instituição tem sua origem na coleção particular do empresário e naturalista autodidata Carlos Ritter, doada à Escola de Agronomia de Pelotas (atual Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas – FAEM/UFPel) por sua esposa em 1926, ano da morte de Ritter.

Carlos Ritter – Pintura de Roberto Heiden

Durante seus 50 anos de história, o Museu Carlos Ritter se localizou em diferentes pontos da cidade de Pelotas. Sua primeira sede foi o então prédio da Reitoria da UFPel, situado em frente ao Mercado Central. Permaneceu ali até 1988, quando mudou-se para o número 464, da rua Félix da Cunha. Dois anos depois, devido à falta de condições de segurança necessárias para o seu funcionamento, o MCNCR instalou-se em uma casa da rua Marechal Deodoro, de onde se mudou em 2010, após o prédio apresentar problemas estruturais. O novo endereço do Museu foi o número 576, da rua Barão de Santa Tecla, do qual despediu-se no período entre dezembro de 2018 e início de 2019, quando ocupou o Casarão 1 da Praça Coronel Pedro Osório.

As comemorações

O aniversário de 50 anos já estava na mente da equipe do Museu há algum tempo. Em março, foi inaugurada a exposição “Além do naturalista: O legado de Carlos Ritter para a indústria cervejeira”, sobre a Cervejaria C.Ritter & Irmão, que retrata diferentes aspectos da empresa e sua relação direta com o MCNCR. A exposição, que faz parte das comemorações do aniversário, contou com a curadoria do diretor João Iganci e da professora Nádia Leschko, do curso de Design da UFPel e da Incubadora SulDesign.

Convite para a exposição

A exposição tem dois lados. Um sobre a história da cervejaria e o outro, mais científico, sobre os processos envolvidos na fabricação da cerveja. “Buscamos representar cada uma das etapas, ilustrando as plantas utilizadas como insumos para fabricar a cerveja, assim como a levedura e o processo de fermentação”, comenta Iganci.

Um dos destaques da exposição é o mosaico composto por insetos, elaborado pelo próprio Carlos Ritter e que representa a fachada da antiga cervejaria. O mosaico, que estava guardado na reserva técnica do Museu, passou por um cuidadoso trabalho de conservação preventiva, realizado pelo técnico Mauro Mascarenhas, para que pudesse retornar à exibição.

Poucos dias depois da abertura da exposição, em decorrência da pandemia do novo coronavírus e seguindo a decisão do gestão da UFPel em suspender suas atividades acadêmicas, o Museu fechou. Com a manutenção da decisão, as atividades presencias que seriam realizados para celebrar o aniversário não poderão acontecer. Com isso, uma série de atividades online serão desenvolvidas.

Ontem (12), foi lançado o selo comemorativo dos 50 anos do Museu. No dia 19, às 19h, na página do Museu Carlos Ritter no Facebook, a professora Nádia Leschko vai conversar com o público sobre a criação do selo, a modernização da marca do Museu e as demais colaborações entre a incubadora SulDesign e o MCNCR.

Selo comemorativo dos 50 anos

Além disso, estão sendo programadas palestras sobre temas relacionados às ciências e também sobre a história do MCNCR e de Carlos Ritter. Renovando uma parceria de longa data com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o Museu pretende lançar na semana de seu aniversário um tour virtual. “Assim, se tudo der certo, esperamos suprir em parte a impossibilidade de visitas físicas ao Museu durante a quarentena e reaproximá-lo de seu público”, conta o diretor.

No dia 21, o diretor João Iganci e o professor Leandro Maia, do Conservatório de Música da UFPel, vão participar de um sarau, que será realizado no Programa Pinheiro Nativo, coordenado pela professora Nivea Dias, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O programa, que terá como tema o Dia Internacional da Biodiversidade, poderá ser acompanhado ao vivo, às 19h, por meio da página do Museu no Facebook ou no YouTube, através do canal da professora Nivea.

Celebre também os 50 anos do Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter. Publique uma foto sua no Museu e poste no Facebook e Instagram, não se esquecendo de marcar o MCNCR.

Publicado em 13/05/2020, na categoria Notícias.
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