“De Medeleines e Pirulitos: O Doce na Infância”: Museu do Doce abre nova exposição
Em quais memórias da sua infância os doces estão presentes? Talvez venha a sua mente uma festa de aniversário na qual você pegou um brigadeiro antes do parabéns ou ficou ansioso para pegar os doces do bexigão que estava prestes a ser estourado. Ou a lembrança de sua mãe ou avó fazendo um bolo que você tanto gostava. Trazer de volta memórias como essas é um dos objetivos da nova exposição do Museu do Doce, “De Madeleines e Pirulitos: O Doce na Infância”, aberta ao público neste sábado (19).
A Profa. Maria Leticia Mazzuccchi Ferreira, curadora da exposição ao lado do Prof. Roberto Heiden, explica que ela foi construída sob três eixos: o aniversário – que é o núcleo central; o doce como parte marcante da infância das pessoas; e o ligação entre o doce e a religiosidade, por exemplo, São Cosme e Damião, que estão na perspectiva do sincretismo do catolicismo com as religiões afro-brasileiras, nas quais são identificados como os orixás Ibejis.
O acervo da exposição foi constituído, principalmente, por doações e empréstimos de moradores da cidade e até de fora do estado. O professor Heiden conta que a equipe do museu buscou no comércio de Pelotas materiais que tivessem relação com os doces, como cartazes, embalagens e displays. Um dos objetos encontrados nesta busca é o baleiro de vidro com tampas de metal que será utilizado para oferecer balas aos visitantes. “Ele é um objeto utilitário que está em uso. Saiu do ambiente dele, vai ficar uma temporada no Museu e depois voltará”, destaca o docente.
Além dos doces em si, itens relacionados a eles também estão na exposição. Um exemplo são os álbuns de figurinhas. Quem nunca comprou chicletes para colecionar as figurinhas que vinham com eles?
A exposição conta com exemplares de álbuns de figurinhas de diferentes épocas. O da Balas Atlas e do Vm Tesovro Ilvstrado, sucessos dos anos 1950 e 60. Do Chocolate Surpresa, comercializado no Brasil de 1983 a 2003, e do Chiclete Ping Pong, que teve sua venda encerrada no país na década de 90.
Ao comparar os álbuns, Heiden salienta o contraste entre os temas das figurinhas que “tinham como função ajudar vender o doce”. Nos mais antigos, das décadas de 50 e 60, as temáticas possuíam um aspecto educacional, com imagens da fauna brasileira ou de indígenas nativos do nosso país, e, com o passar do tempo, se voltaram para algo mais comercial, “midiático”, por exemplo, filmes como “O Rei Leão” (1994).
O centro de memória e pesquisa HISALES também contribui com a exposição com o empréstimo de alguns itens de seu acervo, como cartilhas de alfabetização e cadernos de alunos que contêm textos ou outros detalhes relacionados aos doces. “O doce é uma dimensão que atravessa várias momentos da infância, inclusive a escola”, comenta o professor.
Os visitantes serão convidados a contribuir com a exposição com pequenos depoimentos sobre quais doces os fazem lembrar da infância e das suas festas de aniversário. Esses relatos serão expostos em painéis que já apresentam outras declarações enviadas antes da abertura da mostra. Segundo Roberto, a ideia é que esses painéis “tomem forma ao longo da exposição”.
A exposição “De Madeleines e Pirulitos: O Doce na Infância” é destinada tanto às crianças quanto aos adultos, e fica em cartaz na Sala 2 do Museu do Doce até o dia 29 de fevereiro de 2020. O Museu (localizado na Praça Cel. Pedro Osório, Casarão 8) abre de terça a domingo das 14h às 18h30.
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