Curso de Psicologia Núcleo de Saúde Mental, Cognição e Comportamento Coordenação: Prof. Tiago Neuenfeld Munhoz
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Impacto da depressão materna nas competências socioemocionais de seus filhos no início da adolescência

Um artigo publicado recentemente  na revista Journal of Affective Disorders  avaliou a associação entre depressão materna e seus efeitos no desenvolvimento de competências socioemocionais de seus filhos ao 11 anos de idade.

O estudo contou com a participação do coordenador do NEPSI, professor Tiago Neuenfeld Munhoz.

Os resultados do estudo sugerem que não há associação entre o consumo de açúcar e a ocorrência do TDAH aos 6 e 11 anos. Estes resultados fornecem evidências para o entendimento dos mecanismos associados ao transtorno.

O artigo completo poderá ser acessado AQUI

 

RESUMO

Introdução: A depressão materna está associada a prejuízos no desenvolvimento comportamental e emocional da criança, embora o efeito da exposição à depressão materna até a adolescência seja pouco explorado na maioria dos estudos. Este estudo longitudinal examinou a associação entre trajetórias de sintomas depressivos maternos e filhos competências socioemocionais aos 11 anos.

 

Métodos: Foram incluídos 3.437 adolescentes de 11 anos de idade do Estudo de Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004. Sintomas depressivos maternos foram avaliados durante os primeiros anos de vida das crianças. As competências socioemocionais do adolescente foram avaliadas utilizando-se a subescala de problemas de relacionamento entre pares e comportamento pró-social, ambos avaliados pelo Strenght and Difficulties Questionnaire (SDQ), e Locus de Controle [pullquote align=”left|center|right” textalign=”left|center|right” width=”30%”]/pullquote, avaliado pela Escala Interna-Externa de Nowick-Strickland. Foram utilizados modelos multivariados de regressão linear e logística para examinar os efeitos das trajetórias de depressão materna nas competências socioemocionais dos filhos, ajustando-se a potenciais variáveis ​​de confusão.

 

Resultados: Foram identificadas cinco trajetórias de sintomas depressivos maternos: uma trajetória “baixa” (32,6%), uma baixa ”(42,2%), uma trajetória“ crescente ”(11,1%),“ decrescente ”(9,2%) e“ alta-crônica ”(4,9%). Adolescentes cujas mães tinham sintomas depressivos persistentes, intermediários ou altos, apresentavam níveis mais elevados de problemas de relacionamento com os pares e níveis mais baixos de comportamento pró-social do que aqueles cujas mães tinham poucos sintomas depressivos. Essas diferenças não foram explicadas pelas características socioeconômicas, maternas e infantis. Os sintomas de depressão materna durante a vida dos filhos não foram um preditor do Locus de Controle (LoC).

 

Conclusão: Nosso estudo ampliou as evidências do impacto negativo da depressão materna grave e recorrente sobre as competências socioemocionais de seus filhos até o início da adolescência.

 

Publicado em 07/05/2019, na categoria Notícias.