Veganismo: mais do que uma escolha, uma ideologia

Por Fabrício Lemos e Helaíne Fagundes

O veganismo vai além de uma escolha, é um movimento que opta por excluir da rotina todo e qualquer elemento que envolva o sacrifício e o sofrimento animal. Mesmo sendo confundido com o vegetarianismo, algumas vezes por falta de informação, o modo de vida vegano detém-se não só apenas em retirar todos os alimentos que possam ser de origem animal, mas também vestuário, acessórios, cosméticos e outros. Estes, por muitas vezes, são testados em animais ou possuem algum elemento vindo deles, como é o caso das peles e o couro.

Renata expressa seu modo de vida em redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

A ideologia vegana consiste em defender e preservar os direitos da liberdade animal. O termo vegan, surgiu em 1944 por um grupo de pessoas em Londres, incluindo o inglês Donald Watson, que se desassociou do movimento The Vegetarian Society (A Sociedade Vegetariana) e por questões ideológicas criou o The Vegan Society (A Sociedade Vegana).

A vegana e estudante de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas, Renata Padilha, conta que decidiu diminuir o consumo de carne depois de um trabalho voluntário no Greenpace em 2016, e a partir dali buscou informações em documentários: “No primeiro momento, fiquei chocada com a bomba de informações que tinham acabado de aparecer na minha vida, fazendo com que eu enxergasse meu modo de viver com outros olhos. Foi aí que decidi reduzir meu consumo e fazer com que meu corpo fosse se acostumando aos poucos com a ausência da carne animal”.

Renata relata que encontrou algumas dificuldades no processo de adaptação, principalmente em sua rotina fora de casa e na busca de encontrar vestuários veganos. Para conseguir se adaptar à alimentação, pesquisou a respeito: “A primeira coisa que cuidei foi de onde viriam as proteínas e nutrientes necessários que eu precisaria repor. Por não comer carne animal, tive que optar por comer mais legumes, grãos e sementes, que não faziam nem um pouco parte da minha vida”. A jovem declara que procurou nutricionistas especializadas em vegetarianismo e veganismo para buscar instruções e  realizou pesquisas sobre processos que poderiam tornar sua adaptação mais fácil.

Uma das principais dúvidas de quem não segue o modo de vida vegano é de como substituir e inserir os nutrientes existentes na carne e seus derivados, na alimentação vegana. A nutricionista da rede Fit n’ Lit, Thaís Collazo, esclareceu essa dúvida e relatou que a vitamina B12 (cobalamina) é a única que só é encontrada em alimentos de origem animal e é importante principalmente para gestantes, lactantes e crianças, porém, é possível organizar uma rotina alimentar com a suplementação dessa vitamina recorrendo à orientações profissionais: “O primeiro passo para garantir uma dieta saudável e segura é consultar com um nutricionista, porque cada pessoa é um mundo diferente com necessidades únicas. Porém, a principal dica é: variar a alimentação sempre! Um único alimento não possui todos os nutrientes de que precisamos, e isso vale pra qualquer tipo de dieta.”, comenta Thaís.

Renata Padilha acredita que o veganismo tem sido libertador em sua vida, pois a cada dia vem descobrindo novas alternativas que antes não faziam parte de sua rotina: “Tive diversos ganhos ao me tornar vegana, cuido melhor da minha saúde, preocupo-me com as origens do meu alimento, fico atenta ao que meu corpo está necessitando, além de ter conhecido um mundo culinário de infinitas possibilidades.”.

A expectativa para o futuro, segundo Renata, é de que o veganismo continue crescendo na mesma rapidez que cresceu nos últimos anos e que o Brasil, assim como outros países, possa se adaptar ao mercado para mais opções direcionadas a quem segue este modo de vida.

Comentários

comments

Você pode gostar...