Transição capilar

Por Émellem Rosa e Thuanny Cappellari

Depois de submeter o cabelo a alisamentos químicos, chapinha e secador durante anos, ter o cabelo natural de volta é um processo difícil. Mas é possível. Saiba mais sobre a transição capilar e assuma a sua beleza natural.

 A transição capilar é o processo onde a mulher abandona o uso de todo tipo de química que altera a estrutura do cabelo (alisamento, relaxamento, escova progressiva, etc.) e permite que ele cresça naturalmente.

Por onde começar? Algumas mulheres recorrem logo ao BC (big chop ou grande corte) e cortam toda a parte alisada de uma vez. Mas para quem não deseja essa mudança brusca existem alternativas para que a transição seja feita aos poucos. Assim você pode esperar que o cabelo natural fique com um comprimento longo e sinta-se mais segura para cortar a parte danificada pelos processos químicos.

O primeiro passo é largar os antigos hábitos: alisamentos, progressivas, relaxamento, secador, chapinha. Quando a raiz começar a crescer e seu cabelo ficar com duas texturas (raiz crespa e comprimento liso) não se renda à química, busque alternativas como penteados e texturizações. Assim você continua linda e não danifica mais seu cabelo.

O segundo passo: apostar no cronograma capilar – rotina de cuidados que intercala hidratação, nutrição e reconstrução. Assim você fortalece o cabelo e ele cresce mais saudável.

Terceiro passo: Tenha paciência e persistência – o cabelo não cresce da noite para o dia, mas com paciência e persistência você chega lá.

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Imagem: Divulgação

Em transição

Michele Veleda tem o cabelo crespo e está no processo de transição capilar há 19 semanas. Em entrevista ao Em Pauta disse que o processo não mudou só a forma de cuidar o seu cabelo.

– A mudança foi total. Por ter mudado o cabelo me sinto muito mais confiante e ligada para rebater os preconceituosos – afirmou.

Michele começou a usar química no cabelo aos 15 anos, primeiro fazendo relaxamentos e há seis anos passou a alisar. Até que em fevereiro deste ano o cabelo ficou com queda e quebradiço. Na mesma época, além das sutis demonstrações de preconceito que ela sofre em seu dia a dia, vieram à tona episódios de racismo na mídia.

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Michele antes – Imagem: Arquivo pessoal

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Michele depois – Imagem: Arquivo Pessoal

– Comecei a refletir, porque quero que meus filhos tenham orgulho de quem são. Então resolvi ficar com o meu cabelo natural, como afronta mesmo para as pessoas que são preconceituosas e não gostam do nosso cabelo. Parei com tudo, nunca mais sequei nem passei chapinha – declarou Michele.

E ela diz estar muito satisfeita com o resultado.

– Eu cuido muito mais do meu cabelo, e em casa. Ele parou de cair e está crescendo. E aquela raiz que eu corria no salão para alisar, estou feliz em vê-la a cada dia maior.

O Em Pauta perguntou: O que tu dirias para quem pensa em fazer a transição, mas está insegura?

– Que deve criar coragem e fazer, sem ligar para o que as pessoas falam. O seu cabelo é a sua identidade e afirmação de sua cultura, sua ancestralidade. Cabelo bonito pode ter volume sim! Cabelo bonito pode ser crespo, alto, colorido… Enfim, é o cabelo que você aceita!

Michele além de cuidar do seu cabelo, faz questão de ajudar outras meninas neste processo. Para isso utiliza o seu perfil no Instagram, dando dicas e trocando ideias. Ficou curiosa? Confere lá: instagram.com/micheveleda

Mais informações sobre a transição capilar:

Transição capilar: Por onde começar?

 

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