Resenha: Divaldo – O mensageiro da paz
Por Graça Vignolo de Siqueira
Sinopse:
“Convivendo com a mediunidade desde os quatro anos, Divaldo (Bruno Garcia) era rejeitado pelas outras crianças e reprimido pelo pai (Caco Monteiro). Ao completar 17 anos, o jovem decide usar seu dom para ajudar as pessoas e se muda para Salvador, com o apoio da mãe (Laila Garin). Sob a orientação de sua guia espiritual, Joanna de Ângelis (Regiane Alves), ele se torna um dos médiuns mais importantes de todos os tempos.”
Para o público espírita ou admirador da obra de Divaldo, o filme será um presente. Decidi ir à primeira sessão de estreia porque já esperava por isso.
Com produção eficiente de Isabela Veras e direção de Clóvis Mello, a história acompanha a vida do pequeno Divaldo (João Bravo), que desde os quatro anos convive com espíritos tendo o poder de audição e visão. E por essa razão é rejeitado pelas crianças e reprimido pelo pai católico.
Essas ações são sempre colocadas no filme com humor. Entretanto as cenas com o espírito obsessor que lhe acompanha têm a carga mais forte. Trabalho perfeito e bem caracterizado pelo ator Marcos Veras.
Desde cedo é perceptível o comportamento educado de Divaldo. De origem classe média baixa, é uma criança alegre e respeita os mais velhos. Já adolescente (Ghilherme Lobo) percebe que ajudar ao próximo é uma obrigação e sente, cada vez mais, a presença de sua mentora Joanna de Ângelis.
É então convidado para morar em Salvador, centro maior e com mais chances de vida em todos os sentidos, além de oportunidade de autoconhecimento. Ele passa no concurso do IPASE e a partir daí se dedica a fazer a caridade em toda sua plenitude. Parte de seu salário é sempre para o próximo.
Já adulto (Bruno Garcia) se percebe o quanto seu caráter não se curva às adversidades. Afinal, ele também tem problemas, tem medos, receios ao aceitar a espiritualidade. Mas a essência é puro amor.
Essa cinebiografia não é somente uma homenagem em vida a Divaldo, mas um presente ao espectador. Tudo o que faz é com amor. E não há quem saia da sessão do cinema sem querer mudar sua vida para melhor.
A equipe técnica, o figurino, maquiagem, fotografia e resgate de época são perfeitos. Em três atos distintos e três bons atores, o público sente como o médium viveu e até hoje vive, com 92 anos, em prol da caridade.
Ótimo filme nacional. Nele você verá respeito às religiões, respeito ao próximo e poderá conhecer um pouquinho mais sobre esse, que é considerado um dos maiores médiuns do Brasil.
No final do filme, se ainda não sabe, é descrito o trabalho de caridade do médium, com 600 filhos adotivos, criador da Mansão do Caminho, um complexo educacional com cerca de 83.000 m2 e várias edificações. Atendendo até 3.200 crianças e jovens de famílias de baixa renda, com distribuição de mais de cinco mil refeições diárias, mantida com sua obra.
Vá ao cinema! Conheça Divaldo.
Nota: 10.