Povos Indígenas na UFPEL: Permanência e Resistência

O Grupo de Ação e Pesquisa em Educação Popular (GAPE) promoveu evento sobre os direitos dos povos tradicionais através da ótica indigena no dia 19 de abril

Repórteres do Em Pauta participaram do evento do último dia 19. – Foto: Maria Rita Rolim

Por Maria Rita Rolim e Vanessa Oliveira / Em Pauta

Durante o Abril Indígena, diversos eventos foram realizados para visibilizar a luta dos povos originários. No dia 19 de abril, data na qual é comemorado o “Dia dos Povos Indígenas”, o Grupo de Ação e Pesquisa em Educação Popular (PET GAPE) juntamente com o Coletivo Indígena da Universidade Federal de Pelotas realizaram o evento “Povos Indígenas na UFPEL: Permanência e Resistência”. Na programação do evento, houveram discussões sobre os direitos dos povos tradicionais, suas culturas, costumes e vivências dentro da universidade. As comidas típicas, artesanatos e pinturas corporais tradicionais não poderiam faltar, Ana Paula Marques e Marcondy Maurício, que são jovens indígenas da região norte do país, trouxeram um pouco da culinária como a Banana Frita Pacovã, Macaxeira Frita, Suco de frutas do norte (cupuaçu/graviola), Quinhãpira e Mujica.

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Um dos principais debates foi a falta de espaços de diálogo sobre as questões que os estudantes indígenas enfrentam, como a falta de políticas de permanência e apoio à sua formação acadêmica. O estudante do curso de Medicina da UFPEL, Marcondy Maurício, da Aldeia Omágua, mais conhecido como Kambeba do norte do Amazonas, explicou que a ideia do evento surgiu a partir da sua sugestão de trazer mais pautas sobre os povos originários para dentro do PET: “Logo que entrei para a universidade, pesquisei sobre os projetos e encontrei GAPE, onde vi uma oportunidade de trabalhar questões mais sociais. No meu caso, quando fiz a seleção, propus trazer essa integração cultural e trazer esses temas que são pouco debatidos”.

Sendo a orientação da professora Heloisa Helena Duval de Azevedo, que destacou que o objetivo do PET ao realizar este evento foi fortalecer o coletivo indígena da UFPEL e fornecer mais conhecimento para o grupo de educação popular e ressaltou: “A partir do ingresso do aluno Marcondy, que é indigena,  para o projeto percebemos ouvindo seus apontamentos a importância de tratar essa pauta com mais cuidado e atenção”. A equipe do Grupo de Pesquisa, é composta por Amanda Marino (Design Gráfico), Ana Paula Chiarelli (Psicologia), Brenda Magalhães (Cinema de Animação), Bruna Moura (Pedagogia), Fabyanne Moraes (Nutrição), Jennifer Xavier (Pedagogia), Karina Gauterio (Psicologia), Letícia Chrisostomo (Letras Redação e Revisão de Texto), Marcondy Maurício de Souza (Medicina), Nathálya Andrade (Ciências Biológicas), Suzana Antiqueira (Nutrição) e Tuane Silva Jambeiro (Psicologia), que organizaram toda a estrutura do evento.

Historicamente, a presença indígena nas universidades sempre foi muito limitada e estereotipada, o que aumenta a invisibilidade e a marginalização desses grupos. Iniciativas de mais eventos, além das datas marcadas, e o respeito aos direitos, como as políticas de permanência e ações afirmativas que garantem a sua permanência e sucesso acadêmico, além de programas de bolsas, assistência estudantil, tutorias, orientação pedagógica e psicológica, são fundamentais.

 

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