Pescadores protestam na Câmara
Na manhã desta quinta-feira (22) as atividades da Câmara de Vereadores de Pelotas foram surpreendidas pelo Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Rio Grande do Sul
Por Gabrielle Peres / Em Pauta
O grupo de trabalhadores e familiares chegaram a casa legislativa para manifestar insatisfação com a falta de apoio e preocupação dos poderes governamentais com as dificuldades enfrentadas pela comunidade. Desde setembro do ano passado, devido ao aumento do nível da água na Lagoa dos Patos e eventos climáticos, as atividades pesqueiras foram prejudicadas. Por lei, a pesca no estado pode ser realizada até o mês de maio, porém não há previsões para a melhora das condições naturais na lagoa, logo impossibilitando o sustento das práticas.
A situação provoca um grande prejuízo financeiro aos trabalhadores e, consequentemente, às famílias que dependem da pesca. Assim, o movimento pede pelo auxílio emergencial de dois salários mínimos, que foi prometido pelo Governo Federal e documentado, em outubro de 2023 e, até então, não repassado aos pescadores.
O coordenador do movimento, Nilmar Conceição, subiu à tribuna representando as mais de 50 pessoas presentes no plenário e contou em entrevista sobre a problemática.
“É frustração de safra. Temos laudos técnicos, temos notas técnicas, tudo isso já foi feito. E o Governo Federal, esteve aqui. O Ministro da Pesca nos prometeu que ia dar uma ajuda, a gente fez documentos, tem tudo gravado. E até agora a gente não viu, faz cinco meses que a gente tá solicitando e as famílias passando necessidade em toda região de Pelotas, São José do Norte e São Lourenço”, pontua Nilmar.
Segundo a Universidade Federal de Rio Grande, estima-se a existência de 12.201 pescadores artesanais, que atuam e dependem da pesca como principal atividade econômica. Deste número, 800 residem na cidade de Pelotas, somando atuantes na região da Colônia Z3, Pontal da Barra e da Balsa, de acordo com dados da Prefeitura de Pelotas.
“Eles [vereadores] tem conhecimento em Brasília, deputados, senadores, que façam alguma coisa para liberar isso aí. Eles tem poder. Não é tanto que estamos pedindo”, complementa o coordenador do movimento.
Confira um trecho da entrevista:
Através de cartazes, os pescadores ressaltaram a importância dos trabalhos de pesca para a economia local e a difícil realidade enfrentada.