Parte 3: Dia de votação dos repórteres do Em Pauta

Douglas Rafael Duarte

O domingo foi bastante tranquilo aqui em Piratini, cidade onde eu moro. Acordei um pouco tarde e fui almoçar com a família. Em municípios menores o dia da eleição acaba sendo uma oportunidade de reunião entre familiares e amigos que muitas vezes vem do interior, ou até mesmo de outras cidades, para votar. 

Dessa forma, acabei me dirigindo para minha seção eleitoral (a Escola Pedro Garcia, no centro da cidade) apenas no meio da tarde (por volta das 15 horas). O trajeto foi rápido e tranquilo. Encontrei alguns amigos e conhecidos pelo caminho, com quem tive a oportunidade de conversar e tentar captar um pouco do sentimento em relação ao resultado do pleito. 

Para votar eu tive de esperar um pouco na fila, mas não mais do que 20 minutos. O processo funcionou muito bem, de forma rápida, eficiente e tranquila. Conversei com alguns fiscais que estavam por lá e não recebi relato algum de confusão ou problema. 

A menção negativa fica por conta dos panfletos jogados ao redor de locais de votação, os chamados “despejos” de véspera de eleição.

Felipe Boettge

Para mim, o dia de votação é acima de tudo um programa em família. Desde pequeno, meus pais sempre me levavam com eles e eu adorava ajudar com os números e visitar o local de votação, a escola onde meu pai estudou e que carrega muitas lembranças. Algo que apesar de ter se tornado repetitivo após tantos anos, traz consigo algo emocional que me faz prestar atenção o tempo todo enquanto esperamos nas filas. E dessa vez, o dia de votação também foi o primeiro de minha irmã, que completou 16 anos e optou por votar em um momento tão importante para a nossa democracia. Então, também se tornou especial para que eu pudesse presenciar esse primeiro ato participativo dela como cidadã, apesar das inseguranças que o clima hostil da polarização trouxe para o entorno das urnas e que tornou tudo isso mais nervoso. 

Entretanto, o ambiente que encontramos na escola foi tranquilo, democrático. Sem nenhuma manifestação além do ideal, a única coisa que chamou atenção foi as longas filas e demoradas esperas, mas mesmo assim, foi interessante ver as pessoas sem pensar duas vezes antes de avisar alguém com uma criança de colo ou com maior idade a respeito de seu direito de preferência na fila, situação que muitos desconheciam. 

O principal sentimento que o dia de votação me trouxe foi a esperança, de que apesar de todo o momento conturbado que vivemos, podemos encontrar um lugar democrático e altruísta dentro de nossa sociedade, como sempre foi e precisa continuar.  

Gabriella Cazarotti

Originalmente, minha zona eleitoral é no município de Guarulhos, onde eu nasci. Porém, por meio do voto em trânsito, pude votar para presidente na cidade de Pelotas. A gratuidade dos ônibus foi fundamental para o meu deslocamento e de outras pessoas pela cidade, os pontos de ônibus da avenida Fernando Osório estavam ocupados por eleitores.

O Cartório da 164ª Zona Eleitoral estava repleto de pessoas. Havia 4 filas longas que ocupavam a calçada do lado de fora do cartório na avenida Ferreira Viana. Levou cerca de uma hora e meia para que eu pudesse votar, porém isso não me desanimou em nenhum momento. Existe um sentimento de dever cumprido ao votar, onde se sabe que para garantir a democracia e a liberdade dos cidadãos é necessário ocupar esse espaço.

Sob o sol quente do início da tarde, eu observei as roupas dos eleitores. Muitos discretos em manifestar seu apoio devido às reações de violência que são noticiadas. Mas, dentro de sua discrição, caminhavam com elementos que indicavam suas posições políticas, como lenços vermelhos e adesivos colados em camisetas lisas, de cores neutras.

Deborah França

Num modo geral, podemos afirmar que o 1º turno das eleições em Pelotas foi de tranquilidade no exercício da democracia e dever do cidadão. Ao chegar para votar apenas 10 minutos antes das seções serem encerradas, o objetivo de não enfrentar fila foi alcançado por mim, no Colégio São José. Embora o meu celular tenha sido esquecido no carro, e por isso não tenha registros fotográficos do momento, o domingo à tarde estava ensolarado e cheio de esperança. Agora, é aguardar o dia 30 de outubro. E, antes disso, os posicionamentos de Simone Tebet e Ciro Gomes, que podem ser decisivos para o resultado do 2º turno.

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