Os destaques do 66º Grammy Awards
Exibida no Brasil pela TNT e HBO Max, a premiação responsável pelo reconhecimento de músicas aconteceu no último domingo (04), em Los Angeles.
Por Jaime Lucas Mattos / Em Pauta
Apresentada pelo comediante Trevor Noah, a cerimônia do Grammy 2024 foi repleta de emoções, surpresas e decepções. Desde a divertida chegada de Meryl Streep, atrasada, no início da cerimônia, até a emocionante aparição de Celine Dion para entregar o último prêmio da noite, foram entregues vários gramofones.
A entrega oficial dos Grammys 2024 iniciou bem mais cedo que a cerimônia principal, em um evento premiére, que não foi televisionado, mas foi transmitido pelo canal do YouTube da Academia de Gravação dos EUA. Nessa cerimônia, foram entregues mais de 80 prêmios, enquanto na cerimônia principal – que iniciou às 22h, horário de Brasília – nove gramofones foram entregues.
A cerimônia principal iniciou com a performance de Dua Lipa, com seu mais recente single “Houdini” e uma prévia da sua nova música, “Training Season”. O desempenho de Dua na dança foi excelente e melhorou muito desde o início da sua carreira. Percebe-se uma grande evolução. A artista britânica cantou as duas músicas enquanto fazia algumas pequenas acrobacias e dançava continuamente. Ótima técnica vocal, não desafinou uma vez.
Um pouco após receber seu primeiro gramofone – o de Melhor Performance Pop Solo, por “Flowers” –, Miley Cyrus, trazendo o oposto da performance de Dua, com um show sem coreografia, entregou alguns dos momentos mais divertidos da premiação. Enquanto cantava o início da música premiada, Miley perguntou: “por que vocês estão agindo como se não conhecessem essa música?”, ao ver a plateia contida, ao que o público reagiu cantando. Ainda durante a performance, a cantora gritou “eu acabei de ganhar o meu primeiro Grammy!”, inserindo a frase na letra da canção. Ao fim, para encerrar com chave de ouro, Miley joga o microfone ao chão e sai desfilando em meio à névoa do palco. Mais tarde, “Flowers” ganhou mais um prêmio, o de Gravação do Ano, um dos mais importantes.
Um dos shows mais emocionantes da noite foi o tributo a algumas lendas da música que faleceram no último ano. Stevie Wonder celebrou Tony Bennett (1926-2023), cantando “For Once in My Life” e “The Best is Yet to Come”; Annie Lennox relembrou Sinead O’Connor (1966-2023), cantando “Nothing Compares 2 U” (vídeo abaixo); Jon Batiste celebrou Clarence Avant (1931-2023), com “Ain’t No Sunshine” e “Lean on Me”; e, ainda, Tina Turner (1939-2023) foi homenageada por Fantasia Barrino cantando “Proud Mary”. Durante os mais de 12 minutos de show, outros nomes foram lembrados enquanto passavam no telão, dentre eles, as brasileiras Astrud Gilberto (1940-2023) e Rita Lee (1947-2023).
A contida, mas poderosa, performance de Billie Eilish e Finneas, apenas com piano e voz, também foi destaque. Eles tocaram a música “What Was I Made For?”, da trilha sonora do filme “Barbie (2023)”, que fala sobre propósito e a dúvida sobre quem se é, destacando o sentimento de se sentir um produto mercadológico, reflexão que vale tanto para a famosa boneca quanto para a intérprete do grande sucesso. A canção, vale ressaltar, recebeu dois gramofones, nas categorias de Canção do Ano e Melhor Canção Escrita para Mídia Visual, ressaltando a qualidade de sua composição.
A performance de SZA dominou o palco em dois momentos, com as músicas “Saturn”, “Snooze” e “Kill Bill”, transformando-o em um espaço de uma bela coreografia. O show foi muito bonito, com uma iluminação que nos transporta para a atmosfera da apresentação, com movimentos bem coreografados, um belo figurino e a grande presença de palco da artista.
Falando em SZA, vale destacar a sua vitória em três categorias, pelo seu álbum – na categoria de R&B Progressivo – e por suas músicas “Snooze” e “Ghost in the Machine”. As vitórias de SZA, no entanto, foram em categorias menores, enquanto sua aclamada música “Kill Bill” e seu álbum “SOS” – que estavam indicados nas três principais categorias e eram alguns dos preferidos para ganhar, dado tamanho impacto do projeto – ficaram sem prêmios. Essa situação é um problema recorrente no Grammy: artistas negros com excelentes trabalhos não recebem reconhecimento da premiação nas principais categorias. Essa mesma pauta foi levantada por Jay-Z no recebimento do seu prêmio especial de Impacto Global, mencionando sua esposa, Beyoncé, que é a artista com mais Grammys na história, mas nunca recebeu a categoria principal de Álbum do Ano.
Taylor Swift, artista que foi envolta na polêmica de receber o prêmio de Álbum do Ano, por “Midnights” – que, vale mencionar, também levou “Melhor Álbum Pop” –, anunciou no palco da premiação um novo lançamento para o dia 19 de abril. A cantora já havia atiçado seus fãs mais cedo naquele dia, mudando o visual das redes sociais e tirando seu próprio site do ar, o que poderia significar que ela faria um anúncio. Os fãs especularam que ela anunciaria a regravação do álbum “reputation”, mas ela anunciou mesmo o novo álbum, intitulado “The Tortured Poets Department”.
Mais destaques: Victoria Monét, que começou a receber atenção do público e da crítica recentemente, recebeu os prêmios de Artista Revelação e Melhor Álbum de R&B, por seu “Jaguar II”. A banda feminina boygenius recebeu três Grammys, um por seu álbum “The Record” e mais dois pela música “Not Strong Enough”. A banda Paramore levou para a casa dois Grammys, pelo álbum e música de mesmo título, “This Is Why”. A colombiana Karol G subiu ao palco para receber seu prêmio de Melhor Álbum de Música Urbana, por “Mañana Será Bonito”, das mãos de Maluma e Christina Aguilera.
Caso queira conferir a cerimônia principal, ela estará disponível por alguns dias no catálogo da HBO Max.
Confira, abaixo, a lista de vencedores da premiação principal. No site do Grammy (em inglês), você confere a lista completa dos vencedores nas 94 categorias.
Álbum do Ano
“Midnights” — Taylor Swift (Vencedor)
“World Music Radio” — Jon Batiste
“the record” — boygenius
“Endless Summer Vacation” — Miley Cyrus
“Did you know that there’s a tunnel under Ocean Blvd” — Lana Del Rey
“The Age of Pleasure” — Janelle Monáe
“GUTS” — Olivia Rodrigo
“Midnights” — Taylor Swift
“SOS” — SZA
Gravação do Ano
“Flowers” — Miley Cyrus (Vencedor)
“Worship” — Jon Batiste
“Not Strong Enough” — boygenius
“Flowers” — Miley Cyrus
“What Was I Made For?” [From The Motion Picture Barbie] — Billie Eilish
“On My Mama” — Victoria Monét
“vampire” — Olivia Rodrigo
“Anti-Hero” — Taylor Swift
“Kill Bill” — SZA
Canção do Ano
“What Was I Made For?” — Billie Eilish O’Connell e Finneas O’Connell (Vencedor)
“A&W” — Jack Antonoff, Lana Del Rey e Sam Dew, autores (Lana Del Rey)
“Anti-Hero” — Jack Antonoff e Taylor Swift, autores (Taylor Swift)
“Butterfly” — Jon Batiste e Dan Wilson, autores (Jon Batiste)
“Dance The Night” — Caroline Ailin, Dua Lipa, Mark Ronson e Andrew Wyatt, autores (Dua Lipa)
“Flowers” — Miley Cyrus, Gregory Aldae Hein e Michael Pollack, autores (Miley Cyrus)
“Kill Bill” — Rob Bisel, Carter Lang e Solána Rowe, autores (SZA)
“vampire” — Daniel Nigro e Olivia Rodrigo, autores (Olivia Rodrigo)
Artista Revelação
Victoria Monét (Vencedor)
Gracie Abrams
Fred again..
Ice Spice
Jelly Roll
Coco Jones
Noah Kahan
The War and Treaty
Melhor Performance Solo de Pop
“Flowers” — Miley Cyrus (Vencedor)
“Paint the Town Red” — Doja Cat
“What Was I Made For” — Billie Eilish
“Vampire” — Olivia Rodrigo
“Anti-Hero” — Taylor Swift
Melhor Álbum Vocal de Pop
“Midnights” — Taylor Swift (Vencedor)
“Chemistry” — Kelly Clarkson
“Endless Summer Vacation” — Miley Cyrus
“Guts” — Olivia Rodrigo
“–” — Ed Sheeran
Melhor Canção de R&B
“Snooze” — SZA (Vencedor)
“Angel” — Halle Bailey
“Back to Love” — Robert Glasper, SiR e Alex Isley
“ICU” — Coco Jones
“On My Mama” — Victoria Monét
Melhor Álbum de Música Urbana
“Mañana Será Bonito” — Karol G (Vencedor)
“Saturno” — Rauw Alejandro
“Data” — Tainy
Melhor Álbum de Country
“Bell Bottom Country” — Lainey Wilson (Vencedor)
“Rolling Up the Welcome Mat” — Kelsea Ballerini
“Brothers Osborne” — Brothers Osborne
“Zach Bryan” — Zach Bryan
“Rustin’ in the Rain” — Tyler Childers