Obesidade infantil pode ser considerada uma epidemia

Por Karina Vaz

IBGE aponta que 90% das crianças obesas se tornam adultos doentes

“Que gordinho. Benza Deus.” Essa famosa frase é considerada ainda, por grande parte da população, como um aspecto positivo nas crianças – principalmente quando o assunto são bebês. O que os pais e familiares não sabem é que uma criança acima do peso pode carregar doenças e problemas de saúde para o resto da vida.

A última pesquisa sobre obesidade infantil no Brasil publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde apontou que o grupo de crianças obesas aumentou 300% de 1989 a 2009 em todo o país. No mesmo periódico os dados registram que 90% das crianças obesas se tornam adultos doentes.

(Foto: site Marriage Family Center - Divulgação)

(Foto: site Marriage Family Center – Divulgação)

Segundo a nutricionista, Cláudia Roberta Ladeira, a obesidade infantil pode começar logo quando a criança para de mamar. Pois, de acordo com ela, é neste momento que os pais começam a dar vários tipos de alimentos para os filhos sem ter o controle de uma tabela nutricional.

Se os pais não tiverem o cuidado necessário com a alimentação da criança, conforme sua idade e tamanho, os primeiros sintomas da obesidade infantil podem começar a aparecer. A manifestação da doença pode ser notada quando os pequenos tem dificuldade no desenvolvimento da função motora, possuem falta de equilíbrio, além de começar a andar mais tarde. De acordo com Cláudia, a educação alimentar deve começar desde os primeiros meses. Porque se a criança é habituada a comer um tipo de alimento desde pequena dificilmente ela vai negar ou deixar de comê-lo mais adiante. “Se a criança é acostumada a comer só frituras ela nunca vai preferir comer brócolis”, diz.

Para a nutricionista, é preciso que toda a família colabore na hora da alimentação. Pois, não adianta comprar alimentos saudáveis para a criança que tem excesso de peso, enquanto por exemplo, o seu irmão come biscoito recheado ou salgadinhos. Cláudia salienta também que não é recomendável levar as crianças ao mercado. Porque, obviamente, elas vão escolher alimentos não-saudáveis para colocar no carrinho de compras.

As crianças – por estarem em fase de crescimento – diferente dos adultos, quando não há uma alimentação balanceada a tendência é que o tamanho das células de gordura aumentem bem como a quantidade das mesmas.

Quando procurar ajuda?

Como a alimentação deve ser regulada desde os primeiros seis meses de vida da criança – período marcado pelo desmame – os pais devem, a partir desse momento, seguir a tabela nutricional indicada pelo pediatra. Caso isso não ocorra, a ajuda deve ser procurada o mais rápido possível.

Segundo Cláudia, quanto mais tarde o profissional for procurado, mais resistências às crianças vão sentir na hora da reeducação alimentar. “Os pais só procuram ajuda quando, por exemplo: um exame aparece alterado ou as crianças estão sofrendo bullying na escola. Esse é o maior erro”, salienta.

Doenças que crianças obesas podem ter no futuro e agora

– Colesterol alto;

– Diabete;

– Hipertensão;

-Propenso a ter isquemias;

Primeiros passos

Confira algumas dicas para começar a reeducação alimentar:

– Comer frutas, legumes e verduras;

– Não comer fora de horário;

– Evitar refrigerantes, doces, sucos de pacotes, biscoitos recheados;

– Não comer em frente à televisão ou mexendo no celular;

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