Nadal bate Medvedev e conquista o Masters 1000 do Canadá
Por Luís Artur Janes Silva
Neste domingo (11), tivemos a decisão do Masters 1000 do Canadá, um dos mais antigos campeonatos do tênis, disputado desde o ano de 1881, no naipe masculino. Na final, o espanhol Rafael Nadal enfrentou e atropelou o russo Daniil Medvedev. batido por dois sets a zero, com parciais de 6-3 e 6-0, fato raro em finais de torneios de grande porte.
O espanhol conquistou o segundo título consecutivo no Canadá e o quinto na história deste Masters 1000. Antes dos canecos de 2018 e 2019, Nadal venceu em terras canadenses nos anos de 2005, 2008 e 2013. Em 2019, o Masters 1000 aconteceu na cidade de Montreal, enquanto nos anos pares este evento é realizado em Toronto, na parte inglesa do Canadá.
O grande vencedor do torneio masculino é o tcheco, naturalizado estadunidense, Ivan Lendl, que conquistou o caneco nos anos de 1980, 81, 83, 87, 88 e 89. Nadal igualou-se ao local Charles S. Hyman, que saiu vitorioso nas edições de 1884, 1886, 1887, 1888 e 1889. O Brasil tem pouca tradição nesse Masters 1000, pois chegou numa única final, mais exatamente no ano de 1997, quando Gustavo Kuerten foi derrotado por Chris Woodruff.
Em 2019, o Masters do Canadá não contou com as participações de Novak Djokovic e Roger Federer. Assim, os principais cabeças de chave da competição foram Rafael Nadal, Dominic Thiem, Alexander Zverev, Stefanos Tsitsipas, Kei Nishikori, Karen Khachanov, Fabio Fognini e Daniil Medvedev. Estes oito jogadores entraram apenas na segunda fase do campeonato.
Na primeira rodada, tivemos poucas surpresas entre os eliminados. Apenas o belga David Goffin e o australiano Nick Kyrgios seriam qualificados como jogadores cuja ausência poderia provocar certo pesar entre os aficionados do tênis. Kyrgios, que tinha conquistado o ATP 500 de Washington na semana anterior, caiu diante do britânico Kyle Edmund, em sets diretos.
Na segunda fase, tivemos três eliminações de peso no Masters. Dois cabeças de chave, o japonês Kei Nishikori e o grego Stefanos Tsitsipas caíram diante do francês Richard Gasquet e do polonês Hubert Hurkacz, respectivamente, que triunfaram por dois sets a um. Enquanto isso, o suíço Stan Wawrinka, perdeu para o russo Karen Khachanov, que aplicou dois sets a um e seguiu adiante no torneio (6-4, 6-7, 6-2).
Na etapa seguinte, o austríaco Dominic Thiem, segundo cabeça de chave do Masters, eliminou o cada vez mais irregular Marin Cilic. A vitória de Thiem aconteceu em sets diretos e com parciais de 7-6 e 6-4. Nas quartas de final, a armada russa, formada por Karen Khachanov e Daniil Medvedev, atropelou os favoritos Alexander Zverev e Dominic Thiem. Medvedev bateu o austríaco por dois sets a zero (6-3, 6-1) e Khachanov impôs outra derrota ao decepcionante Zverev, que faz uma temporada muito fraca. O russo venceu em sets diretos e com duplo 6-3.
Nas semifinais, as sensações russas se enfrentaram e Daniil Medvedev bateu Karen Khachanov, que já tinha conquistado o Masters 1000 de Paris, em 2018. Medvedev desconheceu a vantagem do adversário e ganhou por dois sets a zero, com parciais de 6-1 e 7-6. Enquanto isso, Nadal não precisou entrar em quadra para garantir seu lugar na final. Isto aconteceu porque o francês Gael Monfils, que seria o oponente do espanhol, desistiu da disputa. Esta desistência foi motivada pelo fato de que Monfils tinha jogado contra Roberto Bautista Agut, a partida válida pelas quartas de final, já no sábado, mesmo dia da semifinal. Este adiamento aconteceu por causa da chuva que atingiu Montreal.
Assim, um descansado Nadal arrasou o jovem Medvedev (23 anos), que nunca tinha chegado em finais de Masters 1000. O espanhol foi tão absoluto, que aplicou seis games a zero no segundo set, com três quebras de saque nesta parcial. Rafael Nadal conquista o 35º título de Masters 1000 (recorde) e ratifica o posto de segundo melhor tenista do mundo. Enquanto isso, Daniil Medvedev, que iniciou a semana na 9ª posição no ranking mundial, subirá um posto nesta lista.
A versão feminina do torneio do Canadá foi disputado na cidade de Toronto. Bastante tradicional, o campeonato acontece desde 1892, e tem como sua maior vencedora, a local Lois Moyes Bickle, que arrebatou dez títulos entre 1906 e 1924. A chave feminina teve Ashleigh Barty, Naomi Osaka, Karolína Plíšková, Simona Halep, Kiki Bertens, Elina Svitolina, Sloane Stephens e Serena Williams como as cabeças de chave que entraram direto na segunda fase.
Na etapa inicial, a russa Maria Sharapova foi batida pela estoniana Anett Kontaveit. O jogo terminou dois sets a um para Kontaveit, com parciais de 4-6, 6-3 e 6-4. Enquanto isso, a alemã Angelique Kerber perdeu para a russa Daria Kasatkina, que aplicou dois sets a um (6-0, 2-6, 4-6) na 13ª melhor do mundo. Outra decepção foi a veterana Venus Williams, que vive o ocaso de sua carreira. A irmã de Serena caiu diante da espanhola Carla Suárez Navarro, que fez dois sets a zero (6-4, 6-2).
Mas o grande destaque desta rodada inicial foi o confronto entre a futura campeã, a canadense Bianca Andreescu, que passou pela compatriota Eugenie Bouchard, com parciais de 4-6, 6-1, 6-4.
A segunda fase do torneio eliminou duas cabeças de chave e outras duas tenistas que já tiveram papel de destaque no circuito mundial do esporte. A bielorrussa Victoria Azarenka e a dinamarquesa Caroline Wozniacki foram vencidas pela ucraniana Dayana Yastremska e a polonesa Iga Swiatek, respectivamente. Enquanto isso, Sloane Stephens, sétima cabeça de chave, caiu diante da tcheca Marie Bouzková, número 91 do mundo, que triunfou em sets diretos (2-6, 5-7). Mas a grande surpresa desta fase foi a queda da melhor tenista do mundo, a australiana Ashleigh Barty, que perdeu de virada para Sofia Kenin, que ocupa o 29º lugar no ranking. O jogo teve parciais de 6-7, 6-3, 6-4.
Nas oitavas de final, outra favorita saiu do campeonato. A holandesa Kiki Bertens foi derrotada por Bianca Andreescu, que triunfou por dois sets a um (6-1, 6-7, 6-4). Já a tcheca Marie Bouzková tirou a letã Jelena Ostapenko, que se encontra em franca decadência. Ostapenko perdeu por duplo 6-2.
Na fase seguinte, quatro cabeças de chave e favoritas ao título saíram do torneio canadense. A ucraniana Elina Svitolina perdeu para Sofia Kenin, com parciais de 7-6, 6-4. Enquanto isso, a tcheca Karolína Plíšková foi surpreendida pela ascendente Bianca Andreescu, que venceu por dois sets a um (6-0, 2-6, 6-4). Já a nipônica Naomi Osaka, perdeu para Serena Williams em sets diretos (6-3, 6-4). Mas, o resultado mais inesperado, foi a derrota de Simona Halep, que defendia o título no Canadá. A romena teve que se retirar do jogo que fazia contra Marie Bouzková.
Na semifinal, tínhamos a presença de apenas uma cabeça de chave, que fez prevalecer o seu favoritismo. Serena Williams teve dificuldades, mas venceu Bouzková por dois sets a um e de virada (1-6, 6-3, 6-3). No outro jogo desta etapa, a anfitriã Bianca Andreescu venceu a estadunidense Sofia Kenin em sets diretos (6-4, 7-6).
Na final, quando todos esperavam um grande jogo, tivemos um anticlímax. Serena Williams, alegando dores nas costas, desistiu ainda no primeiro set, quando perdia por três games a um. Assim, a jovem canadense Bianca Andreescu (19 anos) conquista o título que quebrou um jejum de 50 anos sem títulos das anfitriãs nesta competição. Andreescu deve subir para a 14ª posição no ranking mundial após esta vitória. Enquanto isso, Serena, deve chegar ao posto de número oito do mundo, mesmo sem ter vencido campeonatos depois que se tornou mãe.
Os torneios de duplas femininas do aberto canadense têm uma tradição de equilíbrio total. Para se ter uma ideia, apenas duas duplas conseguiram vencer mais de uma vez este campeonato. As canadenses Vicki Berner e Faye Urban, venceram as duas primeiras edições de duplas femininas, nos anos de 1968 e 1969. Em 2016 e 2017, as russas Ekaterina Makarova e Elena Vesnina igualaram esta marca. Na verdade, o grande destaque das duplas femininas no Canadá, continua sendo a tcheca, naturalizada americana, Martina Navratilova, que venceu seis edições do torneio, com diferentes companheiras. Sua primeira conquista aconteceu em 1981, quando tinha 25 anos e a última foi em 2006, com quase cinquenta anos de idade.
Neste domingo, as tchecas Kateřina Siniaková e Barbora Krejčíková bateram a dupla formada pela alemã Anna-Lena Grönefeld e a holandesa Demi Schuurs (campeã em 2018). A vitória da dupla tcheca foi em sets diretos (7-5, 6-0). Na semifinal, as futuras campeãs haviam eliminado Victoria Azarenka e Ashleigh Barty (outra campeã de 2018). Nesta fase, também tivemos a saída da canadense Gabriela Dabrowski, que forma com a chinesa Xu Yifan, uma das melhores duplas da atualidade.
Enquanto isso, o torneio de duplas masculinas têm um ótimo retrospecto recente dos tenistas brasileiros. Bruno Soares venceu as edições de 2013 e 2014, atuando junto com o austríaco Alexander Peya. Além disso, foi vice-campeão em 2016, quando perdeu para Marcelo Melo, que formava dupla com o croata Ivan Dodig, e que já havia perdido uma decisão em 2014. Diante destes números, a campanha brasileira foi decepcionante em 2019. Bruno Soares e o croata Mate Pavic foram eliminados na rodada inicial, após serem derrotados pelo russo Andrey Rublev e o alemão Alexander Zverev, que não são especialistas nas duplas.
Marcelo Melo e o polonês Lukasz Kubot também caíram na rodada inicial, derrotados por dois sets a um pela dupla formada pelo espanhol Feliciano Lopez e pelo britânico Andy Murray. Os campeões de 2018, o finlandês Henri Kontinen e o australiano John Peers, caíram nas oitavas de final, eliminados por Marcel Granollers e pelo argentino Horacio Zeballos (futuros campeões), que venceram em sets diretos.
Nas quartas de final, os irmãos Bob e Mike Bryan, donos de cinco conquistas no Canadá (2002, 06, 10, 12 e 15) e dois vice-campeonatos (2008, 2011) foram derrotados pelos holandeses Wesley Koolhof e Robin Haase, com parciais de 6-7, 7-6, 10-5. Lembrando que, além dos irmãos Bryan, outro destaque histórico desta competição é o duplista indiano Mahesh Bhupathi, cinco títulos com parceiros diferentes (1997, 2003, 04, 07 e 09).
Na final do torneio de duplas, o espanhol Granollers e o argentino Zeballos ganharam em sets diretos de Koolhof e Haase (7-5, 7-5).