Museu Etnográfico da Colônia Maciel realiza exposição no Centro de Pelotas
Por Danieli Schiavon
O Museu Etnográfico da Colônia Maciel, em Pelotas, desde 2006 estava sediado em um prédio construído em 1928 para abrigar a Escola Garibaldi – a primeira da localidade –, graças a um resultado positivo em uma consulta popular do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que levou a Prefeitura Municipal de Pelotas a ceder o prédio histórico, o transformando em um local para exposição de acervos e preservação da memória dos imigrantes italianos que se estabeleceram da Colônia Maciel.
Sob os cuidados da Prefeitura, da Universidade Federal de Pelotas e do Instituto de Memória e Patrimônio, o museu abria todos os domingos nesses mais de dez anos de existência, assim como em dias especiais mediante agendamentos. O coordenador do projeto, Professor Doutor Fábio Vergara Cerqueira, servidor da UFPel, alegou que no segundo semestre de 2016 foi iniciada, junto a Secretaria Municipal de Cultura, uma tratativa que visava uma recuperação física do prédio. “Iniciaria de cima para baixo, pela constatação de se precisar intervir no telhado”, explica Fábio. O professor ainda alegou que, devido a problemas administrativos e pessoais, o início da intervenção foi retardado, e não chegou a tempo. “Agora, vamos precisar de muita força e muita cooperação para recuperarmos o museu”, reforçou.
O prédio quase centenário, com estrutura rudimentar e gasta pelo tempo, acabou cedendo na madrugada do dia 14 de fevereiro de 2017. De acordo com a coordenação do museu, o acidente foi causado pelas fortes chuvas e por um ataque fulminante de cupins. A partir daí, houve um longo processo de restauro dos acervos que ficaram debaixo dos escombros, porém não havia previsão de uma nova exposição.
Firmou-se então uma parceria entre a Universidade Federal de Pelotas, que administra o Museu, e a Prefeitura Municipal da cidade, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, para possibilitar uma exposição intitulada “Memória em três atos: desafios e superação de um museu de imigração italiana”.
“Optou-se por organizar uma exposição no sentido de sensibilizar a comunidade pelotense sobre os momentos difíceis – mas de superação – pelos quais passou o museu. Momentos de árduo trabalho de recuperação do acervo. Em três atos: o desabamento, o esforço para salvar e recuperar o acervo e o futuro do museu. A exposição trata, assim, de fragilidades do patrimônio, de procedimentos de conservação e restauro, de potencialidades de acervos de imigração e de possíveis futuros do museu.” – declara a organização da exposição por meio de sua página no Facebook.
Inaugurada no dia 28 de setembro, o evento de mostra de acervos se estenderá até 2 de abril de 2018, na Praça Coronel Pedro Osório nº 6 (Casarão 6), no Centro de Pelotas. Para agendamento de visitas, o número para contato é (53) 984058434.
Mais informações (sobre os primeiros imigrantes italianos, o projeto de criação do museu, acervo, fotos e publicações acadêmicas, e também sobre a própria exposição) podem ser encontradas no site: https://wp.ufpel.edu.br/museumaciel/.