Marcelo Melo e Novak Djokovic reinam no Masters 1000 de Xangai

Novak Djokovic passa por cima dos adversários e conquista o Masters 1000 de Xangai. Foto: Wang Zhao/AFP.

Por Luís Artur Janes Silva

No último domingo, 14, o sérvio Novak Djokovic venceu o tenista croata Borna Coric por 2 a 0 (6/3, 6/4) e conquistou pela quarta vez na carreira o título do Masters 1000 de Xangai, outro torneio de uma série de nove, que ocupam um patamar abaixo do Grand Slam (os quatro principais campeonatos do tênis mundial).

Djokovic conquistou o 32º troféu da Série Masters, podendo igualar-se a Rafael Nadal no último Masters da temporada, que será disputado em Paris, a partir do dia 29 de outubro. Nadal é o recordista absoluto de títulos nos Masters 1000.

Mas Novak Djokovic não foi o único tenista que levantou troféu na cidade chinesa. O brasileiro Marcelo Melo, em parceria com o polonês Lukasz Kubot, venceu o torneio de duplas deste Masters, batendo na final o duo formado pelo britânico Jamie Murray e pelo brasileiro Bruno Soares. Melo e Kubot fizeram dois sets a zero (6/4, 6/2) e confirmaram a segunda conquista em sete dias.

DJOKOVIC SOBRA NA SEGUNDA METADE DA TEMPORADA

Novak Djokovic passou por maus momentos entre o ano de 2017 e o início desta temporada. Com problemas crônicos no cotovelo, o sérvio precisou fazer uma intervenção cirúrgica e esteve afastado das quadras na segunda metade da temporada passada. A volta às quadras foi titubeante, repleta de resultados ruins, mas a partir da conquista do Aberto da Grã-Bretanha (Wimbledon), Djokovic voltou a mostrar seu melhor tênis e reina absoluto desde então.

O sérvio chegou a ocupar a 22ª posição no ranking mundial do tênis durante o ano de 2018, mas com as conquistas dos Slams de Wimbledon e dos Estados Unidos, combinados aos triunfos nos Masters de Cincinnati e Xangai, acaba de roubar o posto de 2º melhor tenista do mundo do suíço Roger Federer. E esta ascensão fulminante pode continuar, caso Rafael Nadal não se recupere de problemas no joelho e abra mão de disputar o Masters 1000 de Paris. Se esta situação acontecer, o tenista sérvio será o novo melhor mundo se chegar às semifinais do torneio francês, algo não muito distante, diante do exuberante momento técnico de Novak.

O triunfo do sérvio na final do Masters de Xangai aconteceu diante de uma das principais promessas do tênis mundial. O croata Borna Coric, que bateu Stanislas Wawrinka (detentor de três títulos de Grand Slam), Juan Martin Del Potro (4º melhor tenista do mundo na atualidade) e Roger Federer (o maior de todos, segundo 9 entre 10 analistas do esporte), pouco conseguiu fazer diante de Djokovic na final, sendo batido com autoridade.

Djokovic está num momento mágico e os números comprovam isso. Analisando-se os últimos torneios que disputou, desde o Masters 1000 de Cincinnati, o sérvio completou dezessete jogos sem derrotas. Neste período venceu 41 sets e perdeu apenas 5 parciais. Nos últimos dez jogos que disputou, não perdeu set algum. O último tenista que conseguiu a façanha de tirar um set de Djokovic foi o estadunidense Tennys Sandgren, na segunda rodada do Aberto de Tênis dos Estados Unidos.

Se levarmos em conta os números e as atuações de Nole, apelido do sérvio, qualquer entendido no esporte das raquetes percebe que será difícil que Djokovic não retome o posto de melhor jogador do planeta.

MARCELO MELO VENCE O MASTERS DE XANGAI NA VERSÃO DE DUPLAS E CONFIRMA ASCENSÃO

Marcelo Melo é uma lenda do tênis brasileiro. Atuando pelas quadras do mundo desde 1998, o tenista mineiro tem o carisma e a competência de um Gustavo Kuerten, mas por praticar o menos badalado tênis de duplas, acaba passando batido pelos mais apressados.

Melo já foi o melhor duplista do planeta e atualmente ocupa o quarto posto neste ranking. Jogando com o polonês Lukasz Kubot, o brasileiro conquistou recentemente o vice-campeonato do Aberto de Tênis dos Estados Unidos, sendo derrotado na final pela parceria local, formada pelo excelente e ascendente tenista Jack Sock e por Mike Bryan, metade da considerada maior dupla de todos os tempos. No domingo anterior à decisão do Masters de Xangai, a dupla Melo/Kubot havia conquistado o Aberto da China, ou seja, a vitória em Xangai mostra que Melo e seu parceiro polonês estão entrosados e prontos para chegar ao topo do tênis.

Em Xangai, Melo e Kubot enfrentaram na final, a dupla formada pelo britânico Jamie Murray e por outro mito do tênis brasileiro, o mineiro Bruno Soares, que haviam sido campeões do Masters 1000 de Cincinnati. Com dois brasileiros na quadra, o título nacional era certo, mas os deuses do esporte resolveram premiar a consistência recente da dupla Melo/Kubot.

Com uma grande atuação de Lukasz Kubot, que foi muito eficiente ao fechar a rede e na devolução de saques, a dupla que reunia o tenista polaco e o Girafa, apelido de Melo, dominou amplamente as ações da partida, obtendo quebras de saques nos terceiros games de cada um dos dois sets jogados e liquidando a fatura ao quebrar novamente o saque dos adversários no quinto game da segunda parcial. Definitivamente, uma vitória sem contestação, conquistada diante de uma dupla que faz parte do Top 10 do ranking mundial do tênis.

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