Força e Resiliência feminina: projeto ‘Vem ser Rugby’ da UFPEL
O projeto liderado pela ESEF está transformando o cenário do rugby feminino, superando desafios e promovendo a igualdade de gênero no esporte
Pedro Farias / Em Pauta
Iniciado em 2017, o projeto liderado pela Escola Superior de Educação Física (ESEF), com coordenação do professor Eraldo Pinheiro, tem como objetivo principal promover e consolidar a prática do rugby, um esporte pouco conhecido no Brasil. Sob o nome de “Vem ser Rugby”, o projeto visa identificar e integrar à equipe estudantes com habilidades para o esporte, que demonstrem interesse em se dedicar a ele. No âmbito desse projeto, o time de atletas adultas é chamado Antiqua.
A treinadora do grupo, Camila Borges Muller, desempenha um papel crucial no projeto, fazendo parte da equipe de profissionais encarregados de supervisionar e impulsionar o progresso das jogadoras. Seu comprometimento contribui de forma substancial para o reconhecimento e a visibilidade das atletas. Ela compartilha um breve resumo sobre o projeto da UFPEL:
“O projeto na UFPEL é um espaço onde difundimos o rugby, uma modalidade ainda pouco conhecida no Brasil. Além disso, é uma oportunidade para jovens participarem e se desenvolverem no esporte. Atualmente, temos projetos que abrangem desde as categorias infantis, de 6 a 11 anos, até adolescentes, de 12 a 18 anos, e, consequentemente, a categoria adulta, representada pelo time Antiqua. Nesse contexto, conseguimos implementar um trabalho de desenvolvimento a longo prazo, proporcionando uma trajetória contínua aos participantes.”
Stefanie e Martina, protagonistas do rugby feminino, trazem à luz algumas das dificuldades enfrentadas dentro desse esporte desafiador.
“As principais dificuldades que enfrentamos no rugby feminino, especialmente aqui no sul, são a distância para os campeonatos, que muitas vezes exigem longos deslocamentos, além do preconceito por parte de familiares e o machismo que ainda prevalece. Infelizmente, a equipe masculina costuma receber mais visibilidade do que nós.”
“Tudo começa com a resistência familiar, pois o esporte é visto como áspero aos olhos dos outros, e a família teme pela segurança da menina. Em seguida, surge a questão financeira, já que é necessário um certo poder financeiro para custear viagens para os campeonatos. O polo de competições está concentrado em São Paulo e Rio de Janeiro, o que torna ainda mais desafiador para nós chegar lá. No entanto, nada disso nos impede de praticar rugby, pois temos um amor inabalável por esse esporte.” Complementa, Martina.
É fundamental reconhecer e apoiar o trabalho realizado pelo “Vem ser Rugby” e outras iniciativas semelhantes, pois elas desempenham um papel crucial na promoção da igualdade de gênero no esporte e no empoderamento das mulheres atletas. Com o compromisso contínuo de todos os envolvidos, o rugby feminino no Brasil continuará a crescer e prosperar, criando oportunidades e inspirando futuras gerações de jogadoras.