Eco-Museu Ilha da Pólvora: O Eco-Museu Em Um Dia de Sol
Por Naiane Konradt
Rio Grande, a cidade mais meridional do Brasil, possui diversos museus, a maioria voltados para temas marítimos. O mais famoso é o museu oceanográfico, que contempla a dinâmica e a vida nos oceanos. Entretanto, do outro lado do píer, existe um museu, menos conhecido e visitado, mas que podemos dizer o mais exótico, pois, como o nome já diz, é um eco-museu. Parte guarda e apresenta a parte histórica do casarão português em estilo neocolonial construído em 1856, outra parte apresenta sua vegetação única, os marismas.
Em conversa com o professor Lauro Barcellos, diretor do complexo de museus da Universidade Federal de Rio Grande e também homem muito entendido e apaixonado pelo mar, ele explicou um pouco mais sobre esse museu tão interessante.
O Porquê do Nome
A ilha é então assim chamada, “Ilha da Pólvora”, pois o casarão era o paiol, onde se guardava a munição da cidade, do comércio e do exército. Em 1999, o belo casarão foi reformado e inaugurado o museu.
“Então por isso chama-se casa da pólvora… em 1999 a gente já inaugurou, abriu ao público o museu de ecologia. Se chama eco museu porque é um museu sobre a ecologia do lugar, por causa dos marismas, é um lugar muito bonito, bem preservado e um lugar muito interessante.” Conta o professor.
O museu também conta com um mirante, de onde é possível avistar toda a ilha e a cidade, proporcionando uma bela paisagem.
Os Marismas
Os chamados marismas são uma vegetação típica de áreas alagadas com água salgada e às vezes doce. É o habitat natural para muitas espécies, larvas, aves e juvenis de peixes. Também é utilizado pelos estudantes da universidade em muitos estudos.
“São características muito peculiares, lá o mundo botânico é muito sofisticado, ele é irrigado com água salgada.”
A Importância dos Museus
O professor Lauro, falou também da importância que esses museus têm para a sociedade e a cidade de Rio Grande.
“Os museus, eles são tão importantes quanto os hospitais, quanto as escolas, quanto as bibliotecas. Os museus precisam existir, porque nos museus está a nossa identificação com a nossa cultura, com a nossa história, com o nosso lugar, com os nossos semelhantes, principalmente com os nossos pensares e com os nossos fazeres, então, os museus nos colocam numa perspectiva histórica e também promove uma perspectiva de futuro, as relações nossas com o passado e as nossas pretensões com o futuro, elas são sempre muito apoiadas na memória preservada no museu. Como aqui nesse museu nos temos a história do mar, a história da evolução da biodiversidade marinha, essa história também esta relacionada com a história humana, com a história da nossa vida e a relação nossa com o mar, os museus promovem essa formação. Os museus são educativos, promovem a contemplação, o deleite e o entretenimento. E esse conjunto de museus que a nossa cidade tem criados no âmbito da Universidade Federal de Rio Grande eles são instituições a serviço do público e são muito frequentados e muito queridos pelo público.”
A entrada em todos os museus do complexo de museus da FURG é gratuita. Um ótimo passeio para ser feito, principalmente em dias de Sol, acompanhado de um bom chimarrão. Por último, Lauro faz um convite para não só a população rio grandina, como para todos que desejarem agregarem cultura a seu lazer.
“É importante que a gente visite os museus, traga sempre as crianças, várias vezes aos museus, as crianças tem boas conexões de formação com os museus. Isso é uma cultura importante num lugar assim como o nosso, que muitas vezes carece de espaços públicos que sejam adequados e seguros, bonitos para a população. Os museus oferecem exatamente este espaço qualificado. E obviamente que eu espero que estes museus existam e resistam e sobrevivam a todos os desafios que a humanidade vai enfrentar sempre ao longo da sua existência.” Conclui o diretor.
O museu é aberto ao público as sextas, sábados e domingos das 14h às 17h30min. O translado até a ilha é realizado por embarcação, com saída do píer do Museu Oceanográfico.