Como eu era antes de você
Por Graça Siqueira
Sinopse:
“Will (Sam Claflin) é um jovem rico e bem-sucedido, até sofrer um grave acidente que o deixa preso a uma cadeira de rodas. Profundamente depressivo, sua família contrata Louisa (Emilia Clarke) para fazer companhia a ele. Ela sempre levou uma vida modesta, com dificuldades financeiras e problemas no trabalho, mas está disposta a provar para Will que ainda existem razões para viver.”
Dirigido por Thea Sharrock e baseado no best sellers de Jojo Moyes, Como Eu Era Antes de Você é o filme romântico mais amado do momento. O livro conseguiu vender mais de três milhões de cópias e, claro, que a adaptação para o cinema era só questão de tempo.
Emilia Clarke, já conhecida como a Daenerys da séria televisiva Game of Thrones e Sam Clafin, já visto em outra adaptação, Simplesmente Acontece, formam o par romântico que vem causando lágrimas desde o lançamento do livro.
Will é rico, bonito, cheio de amigos e muitas mulheres. Quando é atropelado por uma motocicleta e fica tetraplégico, tudo o que almeja é morrer. No início ele até tenta tratamento fisioterápico, mas a séria lesão na medula lhe tirou as esperanças.
Will costuma repetir que não é mais ele mesmo. Que aquela não é mais sua vida e, por essa razão, já tentou o suicídio. O que só causa tristeza aos pais Steven Traynor (Charles Dance) e Camilla (Janet Mc Teer).
Depois de muitas entrevistas com cuidadoras, Camilla enxerga na juventude, alegria e colorido de Louisa, uma leve esperança para tirar seu filho da depressão.
Segundo o site G1, muitos deficientes reclamaram do personagem. Não concordam com a escolha do ator, pois deveriam ter escolhido um com deficiência física. Também não gostam da mensagem que a história passa: “A mensagem do filme é que é melhor para essa pessoa morrer do que precisar de um serviço que a ajude a viver”, declarou ao site o ator Zack Weinstein, que ficou tetraplégico em 2005.
O também ator Grant Albrecht, que sofre de uma doença degenerativa, que lhe tira a capacidade de andar, ainda disse: “Romantizar a covardia é realmente perpetuar um estereótipo por uma questão de abandonar as pessoas reais com deficiência que estão lutando para manter sua sanidade e meios de subsistência e não ganham oportunidades em Hollywood”.
Mas a autora britânica, Jojo Moyes, defende a trama porque se inspirou na história real de um jogador de rugby. Ele também escolheu se matar com a ajuda da organização Dignitas. “Nós somos uma sociedade que julga muito e você nunca sabe realmente o que se passa na mente de alguém ou quais experiências ela teve para tomar essa decisão”, disse.
Críticas à parte, o filme é agradável demais de assistir. Têm lindas canções de Ed Sheeran, belíssimas locações do interior inglês e mistura comedia ao drama, mas mantendo sempre o tom de romance.
A plateia da sala 3, na pré-estreia no Cineflix do Shopping Pelotas, era 90% feminina. E lágrimas e fungadas não foram interrompidas. O romance entre o grosseiro Will e a alegre cuidadora toca o coração de todos.
Há momentos de muita ternura entre os dois, desde quando Louise faz a barba em Will, quando lhe acomoda melhor na cama e na famosa cena da festa de casamento. E são nesses momentos em que torcemos para que Will seja atingido pelo carinho da garota e encare a vida com mais alegria.
Embora Sam convença no papel de deficiente é Emilia quem dá um show com seu adorável figurino excêntrico e colorido, além das risadas desajeitadas e, muitas vezes, fora de hora.
Mas até onde a bondade e alegria de Louise influenciará esse homem, para quem a aparência e saúde física sempre foram o mais importante? O maior problema de Will nem é a dor, mas não se reconhecer mais naquele corpo.
Outro personagem que dá alívio cômico é o de Mattew Lewis, namorado atleta de Louise. Ele é nosso conhecido dos filmes de Harry Potter, como Neville Longbottom. As cenas em que aparece sempre geram risadas.
Gostoso de assistir, com bonita fotografia, embora com trama comum “casal se odeia, se apaixona, briga e se reconcilia, Como Eu Era Antes de Você nos envolve do início ao fim. E nos faz rir e chorar. Mas vale muito a pena!
Nota 10.