Cinemateca Capitólio comemora os 250 anos de Porto Alegre
Faltando pouco tempo para seu aniversário de 250 anos, Porto Alegre faz o aquecimento para a celebração com diversas atrações culturais. Uma delas foi a exibição especial no dia 19/03 do documentário Porto Alegre – Meu Canto no Mundo pela Cinemateca Capitólio.
Por Letícia Vieira / Em Pauta
Dirigido por Cícero Aragon e Jaime Lerner, Porto Alegre – Meu Canto no Mundo (2007) conta a história da cidade desde sua criação até o início do século XXI. A narrativa conta com cenas dramatizadas, montagens panorâmicas de encher os olhos, vídeos históricos e depoimentos de grandes personalidades porto-alegrenses, como: Giba Giba, Eva Sopher, Moacyr Scliar e Luis Fernando Veríssimo.
Com um roteiro sensível e uma trilha sonora sensacional (que combina trechos de transmissões de rádio com música local), o filme convida o telespectador a uma viagem nostálgica e bairrista por períodos que não vivenciou, como a Porto Alegre provinciana, sem deixar de fora momentos conflituosos e mais atuais, como a invasão do Palácio Piratini na década de 60 e a violência policial decorrente desse episódio.
A Cinemateca Capitólio, que inclusive aparece no documentário, exibiu o filme em sessão especial no dia 19/03 e depois sediou uma roda de conversa sobre a obra com Jaime Lerner, codiretor do longa, e Luís Augusto Fischer, escritor e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como convidados. O evento foi idealizado pela AAMICCA (Associação de Amigos e Amigas da Cinemateca Capitólio) e a entrada era franca.
Ao ser perguntado sobre o que sentiu ao rever o documentário após 15 de lançamento, Lerner afirmou que não enxerga mais a obra como a descrição de como Porto Alegre é ou já foi, mas sim como o resultado de um tempo em que a cidade estava vivendo uma efervescência cultural. Também comentou sobre os participantes do documentário que faleceram por conta da idade ou da pandemia de Covid-19.
Luís Fischer complementou o debate ao conversar com o público sobre os hábitos porto-alegrenses retratados no filme: cinemas de rua, festas no bairro Bonfim, contrastando-os com os atuais: passeios de domingo nos shoppings na cidade, as festas agora serem no bairro Cidade Baixa e a influência inescapável da Internet.
“A resposta do público a programação dos 250 anos está sendo maior do que o esperado”, conta Vanderlei Marques, bilheteiro do local, e por conta disso, outros longas filmados na capital serão exibidos entre os dias 24/03 a 27/03. A programação pode ser conferida nas redes sociais da Cinemateca Capitólio ou nas portas do próprio prédio.