Cidades de Papel
Sinopse:
“Quentin (Nat Wolf) é vizinho de Margo (Cara Delevingne) desde criança. No início compartilhavam tudo, mas quando chegam à adolescência acontece uma separação natural. Muito embora Q, já em época de formatura, ainda esteja apaixonado pela vizinha, Margo vive uma vida de aventuras. Até que ela some.”
Bem, o próprio John Green afirmou que o filme é melhor do que o livro, mas eu não li o livro. Presumo que deva acreditar nele, porque, sinceramente, eu esperava muito mais.
Claro que o jovem ator Nat Wolff é quem carrega o filme. Ele é seguro, natural e simpático demais. E, segundo as pessoas que puderam encontrá-lo no Rio de Janeiro, ele é tudo isso pessoalmente também.
Q é garoto nerd, gente fina, com dois amigos inseparáveis e a paixão platônica pela amiga de infância Margo Roth Spiegelman. Para ela é como se ele não existisse.
A modelo Cara não me agradou. Falta alguma coisa, talvez paixão pelo que faz ou, simplesmente, magnetismo. Como pode Q ser apaixonado por uma menina assim?
Embora não se falem há algum tempo, Margo procura por Q para que juntos se vinguem de seu ex-namorado, que lhe trai. A madrugada de aventuras é o máximo para os dois jovens.
Mas na manhã seguinte, Margo desaparece sem maiores explicações. Quentin pede ajuda aos amigos e partem à procura da garota, que lhe deixa pistas de onde está. Não há muito suspense, lógico. Mas há cenas bem engraçadas com os três.
Por trás dessa aventura é possível perceber um rito de passagem, a despedida do ensino médio e a proximidade da separação para a faculdade. Estilo o “último dia do resto de nossas vidas”.
Em cartaz no Cineflix do Shopping Pelotas, é roteirizado por Scott Neustadter e Michael H. Weber, os mesmos da adaptação anterior de Green. A comédia dramática lembra outras da década de 90, em que os rituais da passagem da adolescência para a idade adulta encheram as telas dos cinemas.
Os amigos, Radar (Justice Smith) e Ben ( Austin Abrams) formam um ótimo trio com Quentin. As cenas em que cantam para espantar o medo, e os momentos da viagem em busca de Margo, são ótimas. Quase esquecemos que a garota sumida faz parte do filme.
John, que também produziu o filme, aceitou mudar o final, então se preparem. E em relação ao sucesso anterior de A Culpa é das Estrelas, esqueça. Nesse você não vai chorar. É praticamente um trio de garotos em busca de autoconhecimento.
Existem referências a elementos da cultura pop, sincronia do elenco, mas é um típico filme de estrada, uma aventura de adolescentes.
Dirigido por Jake Schreier, quem rouba as cenas é o ator Austin Abrams, 18 anos, em seu sexto ou sétimo filme. Ele é tão importante quanto Nat foi em A Culpa é das Estrelas, no papel do amigo cego. Suas cenas são as mais engraçadas sempre. E a melhor, com certeza, é a que pede para que parem o carro para ir ao banheiro.
Ah! E é spoiler mesmo. Aguardem por cena com o queridinho Ansel Elgort. Quanto à participação de John Green no filme, ele mesmo já adiantou: ele é a voz do homem da espingarda.
A segunda adaptação de John Green para às telonas, filmada em apenas cinco dias, parece ter agradado a maioria dos críticos. Vamos ver se agrada também ao público.
Eu gostei, mas como falei no começo, esperava mais.