Brasil falha na tentativa de disputar fase final da Copa Davis 2019

Thiago Monteiro, melhor tenista brasileiro da atualidade, não conseguiu evitar derrota diante da Bélgica. Imagem: Reprodução/ Facebook da CBT (Confederação Brasileira de Tênis)

Por Luís Artur Janes Silva

No último final de semana, mais precisamente nos dias 1 e 2 de fevereiro, o Brasil entrou na quadra de tênis criada nas dependências da Arena Sabiazinho, na cidade de Uberlândia (MG), para enfrentar a Bélgica, na decisão de uma vaga na fase final da Copa Davis, que será disputada na cidade de Madri, entre os dias 18 e 24 de novembro deste ano. Mostrando que o tênis brasileiro vive momento de crise, os jogadores nacionais foram batidos pela equipe B da Bélgica. A surpresa foi a facilidade com que os belgas atropelaram o time brasileiro, vencendo a disputa por três jogos a um.

Sem poder contar com David Goffin, número 21 do mundo, e Ruben Bemelmans (132), os belgas vieram com Kimmer Coppejans (195) e Arthur de Greef (202). Mesmo enfrentando jogadores de ranking baixo, os dois melhores tenistas brasileiros da atualidade, Thiago Monteiro, número 108 do mundo e Rogério Dutra Silva, número 138, foram irregulares e abusaram dos erros, que permitiram aos jogadores da Bélgica chegar ao triunfo sem sofrer tanto.

No primeiro dia de disputas, o Brasil venceu o primeiro jogo com Thiago Monteiro, que passou por Arthur de Greef em sets diretos (6-3 e 6-2). Na outra partida deste dia, Rogério Dutra Silva não conseguiu fazer prevalecer o seu serviço contra Kimmer Coppejans, que derrotou o brasileiro por dois sets a zero, com duplo 6-4. Assim, o confronto terminou empatado ao final da sexta-feira, dia 1 de fevereiro.

No segundo dia de jogos entre Brasil e Bélgica, a grande surpresa ficou para o confronto de duplas. Antes do início da partida, esta era uma quase certeza de ponto favorável ao Brasil, mas Marcelo Melo, que jogava pela primeira vez na temporada, sentiu a falta de ritmo. Nem Bruno Soares conseguiu contrabalançar esta deficiência e a dupla nacional perdeu por dois sets a zero para Sander Gille e Joran Vliegen, com parciais de 6-4 e 7-6 (7-4). Com este triunfo, a Bélgica virou o confronto e dependia de uma vitória para garantir presença na fase final da Copa Davis.

Na quarta partida do duelo, Thiago Monteiro, o melhor tenista do Brasil, tinha a missão de manter o sonho da classificação. Mas Monteiro falhou no início do primeiro set, quando num série de três quebras de saque, ocorridas entre o segundo e o quarto games, perdeu duas vezes o serviço. Isto aconteceu depois que Monteiro quase conseguiu derrubar o serviço de Kimmer Coppejans no game inicial da partida.

Abatido, Thiago Monteiro foi controlado e vencido por Coppejans por seis games a três. No segundo set, o brasileiro teve cinco chances de quebrar o saque do belga no quarto game da parcial, mas falhou, permitindo o empate do adversário, que no game seguinte quebrou o serviço de Thiago. O brasileiro passou a exagerar nos erros não forçados e praticamente entregou o jogo para Kimmer Coppejans, tenista de 24 anos, que foi número um do mundo no ranking juvenil, no ano de 2012, quando venceu Roland Garros.

A segunda parcial fechou em seis games a quatro para Coppejans, que venceu os dois jogos de que participou e garantiu o ponto decisivo para os belgas. Após a derrota, o tenista nacional lamentava que a tática de jogar numa quadra de saibro coberta e mais rápida não tenha dado certo, pois os tenistas brasileiros esperavam enfrentar David Goffin e Rubem Bemelmans, que apresentam dificuldades quando atuam neste tipo de quadra de saibro.

A primeira consequência da derrota brasileira foi a saída do capitão de nossa equipe, João Zwetsch, depois de nove anos de serviços prestados à Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Além disso, o Brasil continua na fila nos confrontos contra a Bélgica na Copa Davis. Esta foi a quarta derrota brasileira diante dos belgas neste torneio, repetindo 1960, 1993 e 2016.

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