Barco Solidário une religiosidade e o cuidado com meio ambiente
O Babalorixá Juliano de Oxum organiza o Barco solidário há quatro anos, promovendo a união entre a religiosidade e o cuidado com o meio ambiente
Por Ricardo Bandar / Em Pauta
Na última quinta-feira (01), véspera do Dia de Iemanjá, o Barco Solidário esteve recebendo oferendas e doações na Esquina do Axé e Manifestações Populares, no Largo do Mercado Público de Pelotas, das 10h às 20h. O projeto, que já está em sua 4° edição, tem como proposta evitar a poluição de lagoas e mares no feriado da Iemanjá recebendo apenas flores como oferenda.
O Babalorixá Juliano de Oxum, biólogo e organizador do ato, reforça a importância de preservar o meio ambiente. De acordo com ele, “é uma forma de conscientizar a comunidade umbandista de não colocar garrafas e plásticos, no mar e na lagoa, tendo em vista que é a morada do Orixá.”
Além de receber as flores dos religiosos, como oferenda à Iemanjá, o Barco também traz a solidariedade como um de seus objetivos. No primeiro ano foram arrecadados alimentos, na segunda e terceira edição as doações eram caixas de leite. Já neste ano, a iniciativa estava recebendo materiais escolares.
Juliano também é professor e falou o motivo da escolha do tema da campanha: “A gente uniu o Barco Solidário com a volta às aulas, nós sabemos que está difícil pra todo mundo (…) temos o objetivo de conseguir 1000 kits.”. Um dos destinos desses materiais é o Pontal da Barra, que devido às chuvas e a passagem do ciclone extratropical em meados de 2023, ficou sem estrada de acesso até janeiro deste ano, o que impossibilitou os moradores de trabalharem e as crianças de irem à escola.