Aviação militar é opção de carreira concorrida
Por Mateus Picinatti
A carreira militar, apesar de não ser tão atrativa quanto há alguns anos, ainda é a escolha muitos jovens. Principalmente o curso de formação de oficiais aviadores. A estabilidade, aliada a uma educação de qualidade, e principalmente o sonho de se tornar piloto militar são os principais motivos que levam milhares de adolescentes a tentar todos os anos o ingresso na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), apesar da defasagem salarial enfrentada.
A Escola Preparatória de Cadetes do Ar se situa na acolhedora cidade de Barbacena, no Estado de Minas Gerais. É uma escola de ensino da Força Aérea Brasileira para jovens do sexo masculino entre 14 e 18 anos, que prepara alunos para posterior ingresso no curso de formação de Oficiais Aviadores (CFOAv) da Academia da Força Aérea (AFA), além de proporcionar a conclusão do Ensino Médio com uma das melhores estruturas de ensino público do país.
O ingresso no curso é por concurso público, sendo exigido além da aprovação no exame de escolaridade, ser considerado apto na inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica e teste de avaliação do condicionamento físico. O candidato também deve ser solteiro e não pode ser arrimo de família. No concurso deste ano, foram abertas 180 vagas e aproximadamente 10 mil candidatos se inscreveram. Todas as informações sobre o concurso, que é anual, podem ser encontradas no site.
O curso preparatório tem três anos de duração e além das aulas do currículo normal do ensino médio, os alunos têm instrução militar teórica e prática e horário diário dedicado à educação física. A rotina tem início às seis horas da manhã e se encerra normalmente às oito horas da noite. Além da instrução normal, os alunos seguem uma escala de serviço, exercendo funções de comando sobre os outros alunos a fim de exercitar a liderança. Os alunos permanecem durante toda a semana na EPCAR, que fornece alojamento, alimentação e fardamento, sendo liberados somente aos finais de semana.
O tenente Rafael Pimenta é um dos oficiais do quadro de instrutores da EPCAR e de acordo com ele, a escola é uma das melhores opções no Brasil. “A formação na EPCAR é exemplar, pois engloba além da instrução intelectual, a moral e o treinamento físico. Mesmo os alunos que não seguem a carreira militar terminam o curso mais preparados para os desafios em qualquer que seja sua futura área de atuação.”, disse.
Após concluir com aproveitamento o curso, se for aprovado novamente na inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica e teste de avaliação do condicionamento físico, o aluno ingressa diretamente na Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga, interior de São Paulo, sendo promovido a Cadete Aviador. O curso de Ensino Superior tem quatro anos de duração, sendo composto por matérias de administração, instrução militar e aviação militar.
A instrução aérea é ministrada no segundo ano pelo 2º Esquadrão de Instrução Aérea (2º EIA), na aeronave T-25 Universal e no quarto ano pelo 1º Esquadrão de Instrução Aérea (1º EIA) que opera o T-27 Tucano. As fases de vôo no 2º EIA são o pré-solo, onde o Cadete recebe o treinamento para pilotar sozinho a aeronave, as manobras e acrobacias onde aprende a ter pleno controle do avião, e finalmente o voo de formatura, que consiste na pilotagem em formação de duas ou mais aeronaves, executando em conjunto tudo que foi aprendido anteriormente no curso.
Segundo o tenente Nilson Gasparelo, piloto da Esquadrilha da Fumaça e instrutor de vôo na AFA, a formação dos pilotos brasileiros é exemplar. “A instrução aérea ministrada aos cadetes é uma das mais completas do mundo, utilizando aeronaves muito confiáveis e próprias para o aprendizado. Poucos países investem tanto na formação profissional como o Brasil”, declarou.
Ao final dos quatro anos de curso, aqueles que concluírem, com aproveitamento, serão declarados Aspirantes a Oficial Aviador e distribuídos nas organizações militares, onde prosseguirão a carreira nos diversos tipos de aviação da Força Aérea Brasileira.