Aulas de hip hop são estímulo para jovens rio-grandinos

 

por Débora Klein

A afirmação do hip hop como meio de inserção social é o que buscam os artistas André Dizéro e DJ Micha Cnr ao ministrarem oficinas em Rio Grande. Atravessando barreiras da educação convencional por meio da música e da cultura urbana, as aulas de Hip Hop ocorrem no Centro de Convivência Meninos do Mar (CCMar) e cerca de 300 jovens já foram contemplados.

O envolvimento com o hip hop vem desde cedo para ambos artistas. A oficina surgiu através de um convite feito por um professor da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), que já conhecia o trabalho realizado. De acordo com Dizéro, as aulas são oferecidas aos alunos dos cursos profissionalizantes do CCMar – formação de manicure, panificação, culinária, entre outros. Diversos artistas do cenário do hip hop rio-grandino são convidados pelos ministrantes a apresentar suas experiências aos alunos durante as oficinas.

No formato de três encontros, os estudantes têm a oportunidade de, primeiramente, conhecer o histórico da cultura hip hop, seus elementos, causa social e filosofia. Já, no segundo dia de curso, ocorre o contato com o rap, mercado musical, referências locais, aparelhagem do DJ e produção textual. Para finalizar, o terceiro encontro proporciona uma atividade prática através de roda de rimas.

– Através dessa cultura conseguimos explicar o quanto estudar é importante. Mais do que isso, conseguimos obter uma troca de histórias reais e aprendizado que dinheirinho nenhum compra – afirmou DJ Micha em sua página pessoal no Facebook.

Sala de aula com alunos da segunda turma no CCMar em Rio Grande (imagem: arquivo)

Sala de aula com alunos da segunda turma no CCMar em Rio Grande (imagem: arquivo)

Segundo André, uma proposta para que as oficinas sejam transformadas em curso já ocorreu, visando jovens com baixa renda e situação de risco.

– Acredito que um curso deste porte pode dar a sustentação necessária para os jovens adquirirem uma identidade, recuperarem a autoestima, terem o contato direto com a arte e poderem ser um agente disseminador da cultura – destacou.

Ainda, de acordo com ele, as aulas também têm a capacidade de formar músicos e artistas.

A satisfação é mutua; tanto os professores quanto os alunos finalizam o curso com crescimento pessoal e profissional. Dizéro conta que gostaria de ter tido antes a oportunidade deste contato com a cultura urbana, mas hoje comemora poder transmitir aos jovens o que aprendeu através da sua experiência.

Os trabalhos pessoais de ambos podem ser acompanhados pelas páginas no Facebook: André DizéroDJ Micha Cnr.

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