Ato contra Michel Temer reúne 500 pessoas no centro de Pelotas

Por: Estevan Garcia

“Não tem mulher. Só tem patrão. Esse governo é inimigo do povão!” Essa era uma das palavras de ordem entoadas pelas cerca de 500 vozes (conforme dados da organização) presentes no protesto contra o governo de Michel Temer, ocorrido na última quinta-feira, 22, na cidade de Pelotas. O ato, organizado pela frente Povo Sem Medo, teve sua concentração no Largo do Mercado Público da cidade, seguindo percurso através das ruas Félix da Cunha, Floriano Peixoto, Osório, Cassiano, Deodoro, Lobo da Costa, e acabando no seu local de partida.

Entre as pautas do protesto, além da chamada nacional pedindo a saída do presidente Michel Temer, estão a contrariedade às propostas do novo governo, como os ajustes fiscais, a reforma da previdência, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/16 (o qual ataca os serviços públicos, os servidores, e prevê o congelamento do salário mínimo), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16 (a qual institui um teto aos gastos públicos por 20 anos, período em que o dinheiro economizado será direcionado para o pagamento da dívida pública), a reforma do ensino médio, entre outros.

A estudante de Letras da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Fernanda Teixeira, presente no ato da última quinta-feira, comenta sobre a importância das manifestações: “Quando as pessoas se manifestam, elas, além de exercer a cidadania, constroem coletivamente uma crítica ao que está posto e isso tem um impacto social. E a cada manifestação desse processo de mobilização Fora Temer tem mais gente. As organizações políticas e pessoas não organizadas politicamente estão percebendo que é importante ir pra rua nesse momento de investidas intensas contra os nossos direitos”, afirma.

sem-titulo

Manifestantes caminharam pelo centro de Pelotas. Foto: Estevan Garcia/Em Pauta

O estudante do curso de Teatro, Nícolas Beidacki, conta que, diferente do que muitos pensam, não foi para a manifestação em apoio a ex-presidenta Dilma Rousseff, nem em apoio a possível volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a candidatura em 2018. “Estou na rua por uma luta popular, por uma luta contra as opressões de classe, uma luta socialista. Não é por estudantes burgueses que seguem sendo privilegiados; Não é por uma esquerda que já não consegue mais se articular como opção de mudança, mas estamos na rua por uma luta pelas periferias pelotenses, por estudantes que não têm seus auxílios garantidos, por uma luta contra um sistema de democracia burguesa que já se desgastou”, aponta.

Sobre as paralisações

O dia 22 também foi de paralisação. As principais centrais sindicais do país convocaram paralisação geral, opondo-se às reformas da previdência e trabalhista, em discussão na gestão do governo de Michel Temer. Na cidade de Pelotas, grande parcela da categoria dos professores – como os do município, estado e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) parou. Os ônibus, tanto municipais como intermunicipais, também não circularam durante parte da manhã, voltando ao seu funcionamento normal apenas a partir das 10h30.

Sobre o próximo ato Fora Temer

O próximo ato contra o governo de Michel Temer já tem data marcada: quinta-feira, 29 de setembro. A concentração ocorrerá, como de costume, no Largo do Mercado Público da cidade, a partir das 17h. Veja o evento no Facebook .

Comentários

comments

Você pode gostar...