Solidariedade e luta por estudantes da Antropologia e outros cursos. Contra o Assédio e todo tipo de opressão
Por meio desta nota tornamos público nosso conhecimento acerca dos recentes relatos e denúncias envolvendo uma docente do departamento de Antropologia Social e Cultural da UFPel. Lamentamos e nos solidarizamos com todas as pessoas que, de alguma forma, foram atingidas no decorrer dos últimos anos.
Racismo, LGBTransfobia, abuso psicológico e moral, como quaisquer outras formas de violência são intoleráveis e devem ser tratados com a devida seriedade e urgência.
Lembramos que punições excessivas, constrangimento, humilhações e o uso de determinada posição de poder para desqualificar, fazendo com que discentes sintam-se inadequades ou incapazes, são mecanismos de violência simbólica.
É de suma importância que atentemos para as consequências destas violências em relação à saúde mental de discentes. Conforme as graves denúncias de diverses estudantes, o comportamento da docente, – que preza pelo produtivismo exacerbado, marcado pela constante pressão e sufocamento, não pode ser aceito. É necessário que todes estudantes possam realizar suas atividades acadêmicas sem sofrer ataques.
Além disso, segundo muitos relatos, é notório o aproveitamento pela docente de pautas caras às populações em situação de vulnerabilidade, em prol do seu próprio currículo. Apenas neste último mês, duas de suas bolsistas, ambas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, foram sumariamente afastadas de suas bolsas, por divergências quanto aos procedimentos adotados pela docente.
Assim, enquanto representação estudantil, em diálogo com dezenas de estudantes vítimas e solidárias, nos posicionamos no sentido de criar um ambiente de acolhimento e segurança, para que todes possam relatar e denunciar as situações acima descritas.
Tais denúncias estão sendo reunidas em documento que será apresentado às instâncias superiores da Universidade, e cada caso encaminhado ao NUGEN, para que seja realizado o pronto acompanhamento individual de discentes.
Resistimos e exigimos investigação quanto as tentativas de intimidação empenhadas pela referida docente. O uso do poder econômico e hierárquico para silenciar situações de abuso é notório no ambiente universitário e tem que acabar por ser um comportamento desprezível e inaceitável.
Não iremos nos calar. Em meio a tanta luta, tedes juntes viramos sementes de força e resistência.
Sintam-se acolhides, estamos com vocês!