Corpo e alma na música da dupla Célula Soul
Reportagem de Geovane Matias,
Henrique Konig,
e Marcelo Nascente –
A dupla de irmãos Bruno e Stefano Rosa são os músicos da banda Célula Soul. Com diversas influências musicais, eles trazem um estilo bem alternativo para o cenário pelotense. Mesclam do blues ao reggae para conduzir as composições.
Stefano é o baterista. Começou bastante cedo, ainda aos 11 anos. Bruno, com a guitarra, iniciou aos 14. A primeira banda, com mais integrantes, foi a Farenait. Embrião musical da parceria dos irmãos, ela durou mais de uma década. Após um período em stand by, Bruno e Stefano resolveram fundar um novo projeto.
Como sempre ensaiaram juntos, na bateria e na guitarra, a fórmula estava feita e a Célula Soul surgiu em 2013. A origem do nome é bastante curiosa. Costuma-se falar intrinsecamente da música estar presente na alma (soul), e no sangue dos artistas. Se as notas correm por corpo e alma, estava lançado o nome sugerido por Stefano: Célula Soul. Sonoramente fluente e com representatividade para as canções da dupla.
As influências ao longo de vários anos dedicados à música são oriundas de diversas vertentes. “A gente começou muito ouvindo o rock’n’ roll dos anos 90. Hoje em dia, escutamos de tudo: do blues ao reggae, do metal ao rap. Mas, falando do rock’n’roll, que é a nossa área, as bandas que talvez mais tenham nos influenciado são o Nirvana, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, os próprios Beatles e Rolling Stones, até o atual Reignwolf.”
A pegada do grunge, movimento de força nos anos 90, em que uma das bandas de destaque foi o Nirvana, é notada nas canções da Célula Soul. As referências de origens distintas com certeza moldam o som dos pelotenses à alternatividade como produto final.
Quanto aos locais de show, a presença em festivais é essencial no trabalho da dupla. “A gente curte esse lance de fazer som na rua mesmo. O último que fizemos foi em Jaguarão. O Sofá na Rua – movimento artístico de Pelotas com o intuito de ocupações do espaço público com música, arte, diversão e lazer – foi um dos primeiros shows que fizemos.”
A dupla lembra também sobre ter tocado no festival Pira Rural. O Pira é um encontro de música que acontece anualmente durante o feriado de Páscoa, na cidade gaúcha de Ibarama, no Camping da Cascata. O acontecimento visa o contato com a natureza e a criatividade, com o objetivo de também destacar a importância do rural. No evento, as opções gastronômicas são tipicamente coloniais.
“Tocamos muito em festivais. No Pira já estivemos duas vezes, teve o Acid Rock também. São festivais em um clima “Woodstock”. São bandas de vários estilos, arte para todos os lados. É um pessoal bem tranquilo, curtindo em paz. Tudo organizado de forma independente”, relembra Stefano.
As músicas da Célula Soul passam por um processo de composição explicado pela dupla. “As músicas geralmente surgem de uma ideia inicial de riff, quase sempre de guitarra, mas pode ser de batera também. Aí vamos desenvolvendo o esqueleto do som, depois nós encaixamos a melodia, e, por último, vem a letra”.
As letras também jogam com o universo ao redor. Desde críticas à sociedade doente, conforme definem, a filmes, livros e demais coisas que chamem a atenção dos músicos. Na última canção gravada por eles, o tema é o amor de um pai à filha. No caso, o de Bruno com sua filha Antonella, de seis meses.
É com o primeiro disco de estúdio, Radio Fuzz, que a Célula Soul fala dos projetos futuros: “A gente espera que esteja à venda até o final do ano. Fevereiro do ano que vem, no máximo, mas vai depender das burocracias todas. O disco foi gravado e mixado pela A Vapor Estúdio, aqui de Pelotas mesmo. Serão oito músicas. Temos mais gravadas, poderíamos incluir mais, mas, para não comprometer a qualidade do vinil, é melhor ficar com menos músicas e mais qualidade”, definem.
A banda de Stefano e Bruno Rosa tem páginas do soundcloud e do Facebook.
Trecho da música “No Caminho das Nuvens Brancas”:
“Venho lhes trazer
A espada e o fogo
Para mudar o pensamento
E quem sabe se espalha com o vento
Mais ser, menos ter
Vivendo pra viver
Sempre há começo chegando ao final
Só o movimento é ritual
Só quero tocar as nuvens brancas e contemplar
O que a vida é
E não me importar com a engrenagem da máquina
Onde a vida não é
Só quero acordar, em outro lugar”
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Matt DeHarp: de Paris para o mundo
Reportagem de Isabelle Domingues –
Após viajar por diversos países da Europa e America do Sul, o músico francês escolheu Pelotas como seu novo lar e trouxe na mala, o melhor da música francesa, blues e folk.
Você alguma vez já teve vontade de largar tudo para o alto e se aventurar estrada a fora? É preciso coragem e atitude, não é mesmo? Pois isso tudo, somado a uma boa dose de talento, são os ingredientes que qualificam o músico francês Matt DeHarp. Durante 20 anos ele se aventurou pelo continente europeu e desembarcou no Brasil, escolhendo a cidade de Pelotas como sua nova morada.
Desde que deixou a terra natal e deu início à sua jornada, o artista já passou pela República Tcheca, Suécia, Espanha, Alemanha e por alguns países sul-americanos, como Argentina e Colômbia. Trabalhou com diversos grupos musicais, dentre eles o Tow Dollar Bash, estabelecendo grandes parcerias. Na companhia de seu violão e tendo como fiel escudeira a paixão pela música, o artista não exita em estar sempre aprimorando seu trabalho e pesquisando diferentes sonoridades . No repertório, o melhor da música francesa, blues, folk e country figuram dentre os seus prediletos. Recentemente, sua mais nova aposta é o Cajun, estilo musical originado no sudoeste de Louisiana, nos Estados Unidos. Porém, engana-se quem pensa que a música de nosso país fica de fora. O artista revela gostar de música brasileira e estar escutando muito forró e os sucessos de Luiz Gonzaga.
No Brasil, sua chegada foi em 2012. Esteve em São Paulo, Porto Alegre e, mais tarde, encontrou a base de que precisava aqui, na cidade do doce. Estudioso da história do Rio Grande do Sul, acredita que Pelotas possui muito potencial e que tem tudo para ser uma cidade modelo. Adepto a uma filosofia mais naturalista, procura viver em sintonia com o meio ambiente. Quando não está se apresentando, tenta usufruir o máximo de seu tempo livre com a “bioconstrução”, num projeto batizado de “Casa da Árvore”. Seu objetivo é cultivar a jardinagem, plantar e colher o alimento que consome, desvinculando-se do modo de vida capitalista das grandes metrópoles. No entanto, admite não ser tarefa fácil.
Para o futuro, DeHarp pretende continuar viajando por todo Brasil e outros paises da América, mas, em seguida, voltar ao seu porto seguro. Um lugar mais tranquilo onde possa descansar, não descartando ser Pelotas. Um artista sem amarras, de espirito livre e destemido que faz do mundo o seu quintal. O seu desejo? Continuar tocando e vivendo, sobrevivendo, diz ele. Um recado para seu público: -“ que todos os sentimentos que estão contidos nessas canções possam sobrepassar a barreira da linguagem. É o que quero passar e acho que o Brasil sabe.”
Matt DeHarp tem uma página no Facebook, um site com suas músicas e outro com seus shows.
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Lua de Ismália: experimento que deu certo
Reportagem de Júlia de Andrade
e Monique Heemann –
O escritor brasileiro Alphonsus de Guimaraens criou asas para que sua personagem Ismália pudesse voar. A banda Lua de Ismália tem aspirações semelhantes: sair do chão para experimentar o novo. Ela é uma combinação entre a energia de um corpo jovem potencializado para mudanças e o conhecimento técnico do mundo musical. Prestes a completar um ano de formação – o aniversário é no próximo mês -, o projeto vem crescendo de acordo com produção criativa de composições, ensaios e apresentações do trio de músicos.
Os gaúchos Gustavo Cunha, Gustavo Silveira e o catarinense Rennã Fedrigo se conheceram no curso de composição musical da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no mesmo ano em que decidiram organizar um projeto musical experimental que iria percorrer quilômetros além de Pelotas. “Eu e o Cunha combinamos de nos encontrar e fazer música, tentar fazer canção. O Silveira tinha acabado de voltar de um intercâmbio nos Estados Unidos e também se interessou pela ideia. Nos juntamos para fazer música sem muita pretensão. O processo aconteceu naturalmente, chegando à gravação do disco que estamos produzindo hoje”, explica Rennã.
As primeiras apresentações foram no início deste ano. O trio tocou no Museu da Baronesa, no dia 23 de maio, pelo Música no Museu, projeto promovido pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult), que incentiva a cena musical local com apresentações nesse espaço aos sábados. Em junho, participaram do Festival Seiva da Terra (Rio Grande) e ganharam o troféu de melhor arranjo pela música Hermética. “A diferença de um festival para um show é que nos festivais subimos no palco, tocamos uma música e vamos embora. No show, isso muda, pois temos o conceito do disco aliado à nossa apresentação”, comenta Gustavo Cunha.
No dia 12 de agosto, a Lua fez um ensaio aberto em sua própria moradia e contou com um público seleto: os amigos mais chegados. Os sofás e a literal proximidade física com a música tornaram o ambiente aconchegante e intimista. “Ainda estamos descobrindo qual é o nosso público e isso tem relação com o show que fizemos em casa. Os amigos e os amigos dos amigos estavam lá para nos ver, nos ouvir tocar. Em um festival a competição torna as coisas diferentes”, afirma Gustavo Silveira.
Poucos dias depois de abrirem as portas de casa, eles deram um pulo até Ponta Grossa (Paraná) para participar do 28˚ Festival Universitário da Canção (FUC), para apresentar Tempo e Espaço. Segundo Gustavo Silveira, a participação no festival não foi exatamente o que eles esperavam. “Nunca tínhamos tocado em um festival de MPB, não conhecíamos o funcionamento de um festival como esse e achamos que a nossa proposta poderia se encaixar. Acabamos percebendo que os festivais ainda são muito bitolados, a organização deles parece ainda querer os mesmos artistas dos festivais dos anos 80”. O último feito do trio foi um show na cidade, no João Gilberto Bar, em meados de agosto.
Uma das peculiaridades que acompanham a Lua é a habilidade de fazer com que o público barulhento de um bar fique em silêncio, movimentando cabeças e pés no ritmo de uma música sossegada, como Hermética, cantada baixinho.
Aliando arranjos vocais com violão, guitarra, violino, piano elétrico, sintetizadores e percussões alternativas, a Lua se destaca pelo experimentalismo que emprega nas suas composições autorais. O instrumento de cada um é fixo e isso começa a ser definido durante a composição e arranjo das músicas. “Compor é uma necessidade básica do compositor, um ofício necessário para manter a sua sanidade. Cresce uma agonia dessa necessidade inerente do ser criativo, a de ver suas crias sendo engavetadas, dia após dia. O compositor é tão egocêntrico que acha que o mundo precisa ouvir o que ele tem a dizer, ao ponto de dedicar uma vida a isso”, revela com senso de humor Gustavo Silveira.
Os próximos passos estão concentrados na finalização do disco que tem lançamento previsto para o final desse ano. De acordo com o Rennã, eles não têm outros shows programados para os próximos meses. “Estamos trabalhando na gravação, mixagem, masterização, arte e prensagem do disco em parceria com A Vapor Estúdio. A ideia é fazermos um show de lançamento, com uma live session que foi gravada no A Vapor Estúdio e compor coisas novas. Também estamos pensando em trabalhar em um clipe”.
Os três desconhecidos, que encontraram uma familiaridade na composição, veem a Lua de Ismália como uma forma de materializar seus anseios artísticos. Essa união possibilitou que eles pudessem estar em processos criativos diferentes, mas que se complementam musicalmente, profissionalmente e pessoalmente. A Lua é um experimento que deu certo. “Todo o processo nos traz a liberdade de experimentar diferentes ideias e com isso descobrir outras formas de fazer o que estamos produzindo, sempre procurando chegar a resultados diferentes, nos levando a resultados que talvez não conseguíssemos sozinhos. Falo do trabalho criativo em grupo, que está sendo para mim também um aprendizado”, ratifica Gustavo Cunha.
UMA PALHINHA DO SHOW EM VÍDEO PRODUZIDO POR JÚLIA ANDRADE E MONIQUE HEEMANN
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Música sempre às segundas no final da tarde
Reportagem de Juliana Ramires –
O Sete ao Entardecer é um projeto da Prefeitura de Pelotas, que proporciona apresentações artístico-culturais para o público da cidade. Os eventos acontecem às segundas-feiras, na Fábrica Cultural (rua Félix da Cunha, 952), sempre ao entardecer, com entrada franca.
O projeto encontra-se na sua décima primeira edição e promoveu ao longo desse período nomes de profissionais e amadores da música local, além de grupos teatrais e de dança.
As escolhas das apresentações se dão através dos editais, que são lançados duas vezes ao ano pela Prefeitura de Pelotas.Compreendendo os dois editais, as apresentações acontecem entre os meses de abril e novembro.Para se inscrever é necessário ter mais de 18 anos, não ser servidor do municipio de Pelotas e ter currículo comprovado na área musical, teatral, ou de dança.
Nesse ano diversos nomes já passaram pelo palco da Fábrica Cultural, no dia 21 de setembro, foi a vez da banda Freak Brotherz, que trouxe para o palco toda a sua presença e pegada groove. Com mais de 17 anos de estrada, a Freak, se intitula como pertencente ao cenário underground. Suas músicas inteligentes e o baixo marcante foram motivo para lotar a Fábrica Cultural e deram ânimo numa segunda-feira chuvosa em Pelotas.
Desde 2005 o Sete ao Entardecer leva cultura para os finais de tarde pelotenses, visando fomentar a produção artística e divulgando a cultural local. As apresentações artisticas são sempre originárias do Sul do Estado.
Então, nada de ficar em casa nas segundas-feiras ao entardecer, vá até a Fábrica Cultural e assista um espetáculo de qualidade, feito por artistas locais, com certeza, seu final de tarde terá mais cultura e diversão.
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Marcela e Gábi apresentam “Botecagem Incidental”
Reportagem de Larissa Medeiros
e Lorran Dolácio –
As artistas locais Marcela Mescalina e Gábi Mesquita vêm apresentando em Pelotas seu projeto “Botecagem Incidental”. Com um repertório variado, elas mesclam covers de artistas nacionais e internacionais, releituras de clássicos do MPB e do rock clássico, sem deixar de lado os trabalhos autorais com a parceria de compositores locais.
Em uma conversa informal após um show, Marcela e Gábi contaram um pouco de como é essa fusão musical que já dura cinco anos. Marcela Mescalina é natural de Arroio Grande e Gábi Mesquita de Santa Vitória. Depois de mudarem para Pelotas, foram apresentadas por um amigo em comum, que indicou que ambas compartilhassem o palco. Apesar disso, só vieram a se conhecer em meio às gravações de uma coletânea de artistas locais na casa do irmão de Gábi, que é produtor musical. E ali mesmo surgiu a primeira música conjunta.
Apesar do tempo de experiência musical, nenhuma das duas dedica-se exclusivamente à música. Há cinco anos, Gábi cursava psicologia e Marcela, jornalismo, o que tornava o ensaio uma coisa muito rara para ambas. Atualmente, Gábi começou a dedicar seus estudos voltados à musicalidade e Marcela trabalha com jornalismo na Rádio Universidade. A falta de tempo para dedicação exclusiva ao projeto musical faz com que os ensaios sejam as próprias apresentações, com muito improviso e o repertório escolhido através das conversas trocadas pelo telefone celular. Foi o que inspirou o nome do projeto, “Incidental”. Grande parte das músicas covers surge ao tocarem no show, por pedido de quem está assistindo ou por uma ideia que surge na hora, no “acidente”. O que funciona entra no repertório pra próxima apresentação.
Em relação ao trabalho autoral, Marcela começou uma parceria com Marilia Floor, musicalizando os poemas publicados em seu blog. E desta união, em 2013, a música “Bestas” ganhou premiações no Festival Canguçu da Canção Popular (Fecanpop), de melhor intérprete para Marcela e de melhor letra para Marilia Floor. Outra parceria surgiu com Dudu Borba. A dupla musicaliza as letras do cotidiano pelotense escritas pelo compositor. Para as composições próprias e releituras musicais, o gosto que influencia indiretamente vai desde Mercedes Sosa até Sidney Magal, além de muito “rock’n’roll”, que propõe um pouco mais de psicodelismo para as noites pelotenses.
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Samba anima público no Mercado Central
Reportagem de Carolina Ávila
e Letícia Eloi Pinto –
O samba é nativo do Brasil, ou seja, trata-se de um gênero musical original do País. Surgiu a partir da mistura das culturas africana e brasileira. Proporcionando diversão e alegria, sempre foi atrativo para a população e, ao longo dos anos, tomou grande proporção, além de ser uma peculiaridade do Carnaval. Hoje, o interior do Mercado Público de Pelotas é palco desse ritmo musical quinzenalmente. A ideia surgiu a partir da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sdet), para buscar alternativas para ocupação das bancas no local. Em abril, a iniciativa completou um ano e desde então vem sendo atrativo para a população pelotense. Através destas características e pela preocupação de trazer um pouco mais de felicidade às pessoas, o grupo Renascença tornou-se o articulador do projeto do Samba no Mercado Central.
Para os comerciantes a proposta é uma alternativa para o aumento do consumo, além de ser um acréscimo na cultura da população. “É sempre ótimo o sambão para nós comerciários, pela maior lucratividade, mas também pela valorização do patrimônio da cidade e da música local. A música é boa, o ambiente é bem familiar e tranquilo”, destaca a comerciante Vera Venzke. O sambão no Mercado Central recebe o público de diferentes faixas etárias e faz sucesso nos sábados quinzenais. “Sempre que posso, eu venho prestigiar este samba, a música é boa, a turma é animada e é um momento oportuno para reunir os amigos em um ambiente familiar”, relata o estudante Rafael Farias.
O grupo Renascença é responsável por contagiar o público que prestigia quinzenalmente o Mercado Central de Pelotas. Fundado há aproximadamente dois anos, o grupo é montado por amigos, que teriam inicialmente se unido para participar de um concurso. Estão juntos desde então. Além de levar música ao ponto turístico da cidade, o grupo Renascença presta solidariedade, participando de inúmeras ações sociais. “É uma alegria fazer o que gostamos e poder passar isso para o público, quando se faz o que se gosta, tudo é alegre”, afirma Vinicius Teixeira, componente do grupo Renascença.
A roda de samba acontece quinzenalmente no Mercado Central de Pelotas, iniciando pontualmente às 18h. Além da boa música, as pessoas podem desfrutar de uma vasta culinária, além do tradicional chopp. A entrada é gratuita e todos são bem vindos.
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Exposição pensa os novos tempos
Reportagem de Brunna Vitoria
e Manoela Duarte –
Como será o tempo que há de vir? Provavelmente você já se fez essa pergunta. A exposição Future Perfect: a arte contemporânea da Alemanha, que está ocorrendo simultaneamente no Museu de Arte Leopoldo Gottuzzo (MALG) e na Secretaria Municipal de Cultura de Pelotas (SeCult), desde do dia 11 de setembro, traz a visão de 16 artistas alemães de como os novos dias poderão ser.
Entre diversos trabalhos, como filmes, fotografias, esculturas, objetos, pinturas e colagens, os artistas utilizam o passado como referência para descrever como seria a nova era. No MALG, estão as pinturas, fotografias, os desenhos e as colagens; no Casarão 6 (SeCult) estão as esculturas, os objetos, as projeções e as instalações.
De acordo com Juliana Angeli, diretora do MALG, a exposição teve uma grande receptividade do público nos dois locais. “Em 15 dias de exposição, já temos o registro de quase 300 visitantes, entre eles acadêmicos das universidades de Pelotas e região, alunos de escolas de ensino médio e fundamental, assim como do público em geral, interessado em ver a mostra internacional”, complementa.
O projeto é idealizado pelo Instituto de Relações Exteriores Alemanha (IFA) e tem como parceiros em Pelotas o Instituto Goethe de Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Cultura, a Prefeitura Municipal de Pelotas, a Universidade Federal de Pelotas, juntamente com o Centro de Artes e o MALG.
E essa parceria, como destaca Juliana, coloca “Pelotas novamente no cenário internacional de arte e traz para o público uma grande mostra com a produção de artistas expressivos atuantes na Alemanha e no mundo”.
“Vale muito a pena conferir a exposição que está passando por diversos locais do mundo e teve a cidade de Pelotas como uma das escolhidas para apresentá-la. É uma oportunidade ímpar”, convida.
A exposição estará em Pelotas até o dia 15 de novembro de 2015. A entrada é franca em ambos locais. O MALG está aberto de terça a domingo, das 10:00 às 19:00 horas.
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A energia hardcore da banda Freak Brotherz
Reportagem de Roberta Kegles Chiesa
e Priscila Machado –
Uma das bandas de rock mais duradouras da cidade de Pelotas, a Freak Brotherz, traz a energia hardcore para os palcos desde 1998. Formada inicialmente pelos irmãos Danilo e Solano Ferreira, na voz e baixo, conta também com o gás de Ricardo Pantanal, na guitarra, e Marcelo Chrochemore, na bateria. Essa sintonia, de cara, já premiou no mesmo ano o baixista Solano como o melhor no instrumento do festival Skol Rock, ocorrido em Curitiba.
A caminhada teve vários obstáculos, uma “guerra invisível”, como descreve Danilo. Mas foi a parceria entre o quarteto que fez com que a banda aprendesse desde cedo a organizar suas apresentações e a produzir as suas músicas. E foi com essa competência no palco que a Freak participou de grandes festivais no país e dividiu espaço nos palcos com grandes bandas do Rio Grande do Sul e do mundo, como Iron Maiden, Raimundos, Charlie Brown Jr., Engenheiros do Hawaii, Wander Wildner, Nei Lisboa, Frank Jorge, Comunidade Nin-Jitsu, acústicos e Valvulados, Ultramen, Cachorro Grande, Da Guedes, Dead Fish, Replicantes e Barão Vermelho.
A banda esteve presente em grandes festivais como Skol Rock, em 1998; Projeto 277, no Theatro Sete de Abril, em 2001; Roda Som, em Porto Alegre; Fórum Social Mundial, nos anos de 2003, também na capital gaúcha; e no Festirock II, em 2004, no estado de Rondônia.
Eles abriram os shows do Marky Ramone e da banda Tequila Baby, em 2004, na cidade de Rio Grande. Também participaram do 1° Acampamento Binacional do Fórum Social Mundial, no ano de 2006, na Barra del Chuy, no Uruguai, e do Projeto Fora do Eixo, em Porto Alegre, no ano de 2009. Fizeram apresentações no Bar Opinião, nos anos de 2012 e 2013. Sem falar de vários anos do Projeto Sete ao Entardecer em Pelotas.
Houve uma reformulação do grupo em 2006, com o guitarrista Igo Santos e, em 2008, com o baterista Clovis Motta. A Freak Broterz continuou apresentando músicas de bandas famosas no rock e no punk rock, como Red Hot Chilli Peppers e Rage Against the Machine, além de emplacar composições próprias.
O primeiro CD Dentro da Ideia foi gravado em 2007, e no momento está em andamento o segundo CD autoral, no estúdio A Vapor, produzido pela Esmute e com a participação de Tonho Crocco, da banda Ultramen, entre outros artistas.
O nome do grupo faz uma referência à revista em quadrinhos dos anos 70, com personagens e histórias que ridicularizavam a ordem econômica, social, política e ideológica gaúcha. Por isso, a banda foge dos padrões comuns, com letras talentosas, combinadas com a boa performance dos integrantes no palco.
Quem quiser conhecer mais sobre a banda pode acessar as páginas oficiais no Facebook, no PalcoMP3 e também vídeos no YouTube.
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