Texto escrito por Vinicius da Paz Silva

Graduando do Curso de Engenharia Hídrica

Este material tem como objetivo reunir estratégias sustentáveis de recuperação de solos degradados pela exploração agrícola, tendo como referência publicações técnico-científicas.

De acordo com o Plano de Recuperação de Área Degradada (MMA/ICMBio, 2013) área degradada é aquela que, por ação humana, apresenta alterações físicas, químicas ou biológicas que tendem a comprometer, temporária ou definitivamente, a composição, estrutura e funcionamento do ecossistema natural do qual faz parte.

A degradação do solo agrícola é o processo inicial no qual o sistema apresenta perda da produtividade com consequência econômica, com desequilíbrio pela ausência de ações no sentido de mantê-lo produtivo (Wadt et al., 2003)

A seguir algumas estratégias que podem ser utilizadas para a recuperação do solo degradado:

  • Pousio: corresponde ao abandono da área para a recomposição natural da vegetação. É uma medida de longo prazo para atingir os resultados, e conta com alguns fatores que podem dificultar a formação da vegetação, como o baixo estoque de sementes nativas, o efeito alelopático da vegetação cultivada, a compactação do solo, a baixa fertilidade do solo e o efeito residual de herbicidas e inseticidas (Wadt et al., 2003);
  • Sistemas Agroflorestais: são formas de uso e manejo do solo em que árvores ou arbustos são combinados de forma planejada com cultivos agrícolas e/ou animais em uma mesma área, ao mesmo tempo (associação simultânea) ou em uma sequência de tempo (associação temporal) (Senar, 2017). A inclusão de árvores pode beneficiar o solo com a ciclagem de nutrientes, através da absorção de nutrientes em camadas profundas através das raízes, e posteriormente a deposição de materiais orgânicos que serão decompostos nas camadas superficiais do solo (Wadt et al., 2003);
  • Adubação Verde: consiste na introdução de plantas que são capazes de reciclar os nutrientes das camadas subsuperficiais do solo, ou na atmosfera, tornando o solo mais fértil e produtivo (Alcântara, 2016).
  • Adubação Orgânica: é obtida a partir da matéria prima de origem animal ou vegetal, sejam elas provenientes do meio rural, de áreas urbanas ou agroindústrias, podendo ser enriquecidos ou não com nutrientes de origem mineral (Souza e Alcântara, 2008).

 

MATERIAL CONSULTADO

ALCÂNTARA, F. O que é e como fazer adubação verde. 2016. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/144392/1/Saber-e-Fazer-Agroecologia-5-ainfo.pdf . Acesso em: 05 jun. 2023.

Ministério do Meio Ambiente – MMA. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Parque Nacional da Serra de Bocaina (PNSB). Roteiro de apresentação para plano de recuperação de área degradada (PRAD) terrestre. 2013. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/images/stories/o_que_fazemos/gestao_e_manejo/Roteiro_PRAD_versao_3.pdf. Acesso em: 05 jun. 2023.

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Sistemas Agroflorestais (SAFs): conceitos e práticas para implantação no bioma amazônico. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). 1. ed. Brasília: SENAR, 2017. 140 p. il. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/ceplac/informe-ao-cacauicultor/manejo/cartilhas-senar/199-sistemas-agroflorestais.pdf. Acesso em: 19 jun. 2023.

SOUZA, R.B.; ALCÂNTARA, F.A. Adubação no sistema orgânico de produção de hortaliças. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2008. 8p. (Circular Técnica 65). Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPH-2009/34838/1/ct_65.pdf. Acesso em: 05 jun. 2023.

WADT, P.G.S.; PEREIRA, J. E. S.; GONÇALVES, R. C.; SOUZA, C. B. C.; ALVES, L. S. Práticas de conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. Rio Branco: Embrapa Acre, 2003. 29p. il. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/498802/1/doc90.pdf. Acesso em: 05 jun. 2023.