I Colóquio de Estudos da Poesia – Inscrições abertas
Acontece, no dia 18 de novembro, o I Colóquio de Estudos da Poesia, o qual contará com a presença da Profa. Dr. Marlova Gonsales Aseff (Universidade de Brasília) e do Prof. Dr. Lawrence Flores Pereira. O evento é organizado pelo Prof. Dr. Aulus Mandagará Martins e pela Profa. Dr. Juliana Steil, docentes do PPG Letras UFPel. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio do email gfgb@terra.com.br.
Data: 18/11
Horário: 19h
Local: sala 206 do Antigo Salis Goulart (R. Félix da Cunha, nº 510, Centro, Pelotas-RS)
“Os poetas e a poesia traduzida no Brasil”
Resumo: Alfredo Bosi destacou que o aparecimento de numerosas traduções de poesia nos anos 1980 talvez tenha sido o fenômeno mais digno de atenção da nossa historiografia literária [no final do século XX]. Já para John Milton, “o número de trabalhos publicados é de tal forma considerável que a área da poesia traduzida deveria ser seriamente considerada um gênero da literatura brasileira contemporânea”. Nesse contexto, refletirei sobre o peso das escolhas tradutórias dos poetas na poesia traduzida no Brasil entre 1960-2009 e sobre como eles, tendo a tradução como instrumento, trabalharam pela continuidade ou pelo rompimento de determinados cânones.
Marlova Gonsales Aseff (Universidade de Brasília)
Doutora em Estudos da Tradução (2012) e em Teoria da Literatura (2007) pela Universidade Federal de Santa Catarina, com estágio de pesquisa na Universitat de Barcelona (UB). Pesquisa principalmente os seguintes temas: a relação entre a tradução e a literatura nacional, a influência da atividade de escritores-tradutores e de poetas-tradutores nas suas próprias criações e no sistema literário nacional, literatura do Prata e modernismo hispano-americano. Traduz ficção e não-ficção no par espanhol-português. No Programa de Pós-Graduação em Literatura (PósLit) da Universidade de Brasília (UnB), com o apoio do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) da Capes, desenvolve o projeto Poesia Traduzida no Brasil, um site que tem como objetivo principal disponibilizar para a comunidade científica e para a sociedade em geral um catálogo online da poesia traduzida publicada no Brasil. A versão atual do catálogo apresenta aproximadamente seiscentas entradas bibliográficas referentes a traduções de poesia publicadas em livro entre as décadas de 1960 a 2000.
“Tradução, poesia, oralidade”
Resumo: Há um elo entre poesia, tradução e oralidade que muitas vezes escapa ao crítico. Observando a presença da oralidade nas diversas tradições literárias, o tradutor pode encontrar soluções ou ainda sugestões para a tradução que dependem da recaptura do modo de composição herdado das tradições poéticas antigas ou populares. Se é fato que Shakespeare pertence a um mundo mais complexo que o da simples oralidade, seu teatro sempre contou com estruturas herdadas que, embora checadas pelas novas práticas, se mantiveram intactas em seu drama. Compreender isto é já um primeiro caminho para a boa tradução da dramaticidade oral de Shakespeare.
Lawrence Flores Pereira (Universidade Federal de Santa Maria)
Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992), mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996) e doutorado em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000) com período de pesquisas na França (Paris IV), junto ao Centre de Recherche sur l’Histoire du Théâtre. Possui período de pós-doutorado na Universidade de Massachusetts, no Massachusetts Center for Interdisciplinary Renaissance Studies, como visiting scholar. Em tradução poética realizou traduções de poesia moderna (T. S. Eliot, Baudelaire) e de textos dramáticos (Sófocles e Shakespeare). Sua tradução de poesia mais recente é Metamorfose dos Olhos de Fílis em Astros (É Realizações, 2016), obra originalmente escrita em francês por Germain Habert. Como poeta, publicou Engano Especular (É Realizações, 2012). Sua tradução de Hamlet de Shakespeare (Penguin Classics/Companhia das Letras, 2015) é finalista do 58º Prêmio Jabuti (2016).