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Docentes do PPGBiotec tem patentes concedidas pelo INPI

Docentes do PPGBiotec tem patentes concedidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Diagnóstico para doença comum em bovinos
Uma parceria entre o Laboratório de Imunodiagnóstico e o Laboratório de Biotecnologia Infectoparasitária da UFPel resultou em um método inovador de diagnóstico para a neosporose, doença causada por um protozoário e que atinge principalmente ruminantes e cães. Causa prejuízos especialmente aos rebanhos, já que provoca aborto nos animais, ocasionando perda da produção leiteira e de gado. Como se trata de uma doença de difícil controle, é essencial diagnosticar e isolar o animal doente.

A invenção da UFPel refere-se ao diagnóstico da neosporose baseado na técnica de polarização da fluorescência. Utilizando a proteína do parasito produzida em laboratório e conjugando-a com uma molécula que emite fluorescência, identifica anticorpos em ruminantes e cães infectados pelo parasito apontando se o animal está doente.

De acordo com uma das coordenadoras do projeto, professora Sibele Borsuk, é um sistema simples e barato, cujo insumo é de fácil aplicação. Trata-se da primeira tecnologia que utiliza polarização da fluorescência para identificar neosporose. “O INPI é bem criterioso e uma concessão de patente é um grande passo para transferir a tecnologia ao setor produtivo. A aplicação pelos produtores é o objetivo”, destaca a pesquisadora, que liderou o projeto junto à professora Cláudia Hartleben – desaparecida desde 2015.

Pesquisadores:
– Leonardo Garcia Monte
– Cláudia Pinho Hartleben
– Gizele Lima de Sá
– Sibele Borsuk
– Diene de Borba Pacheco
– Francine Alves Sinnott

Biopolímero para plástico biodegradável e novidade no processo de produção
As outras duas patentes estão relacionadas a uma pesquisa que remonta há mais de 25 anos na UFPel, um símbolo de resiliência e aprofundamento no tema. Trata-se de uma investigação a respeito do biopolímero Xantana (um polímero feito por bactéria), com propriedades gomosas e espessantes, com capacidade de formar filmes e matéria plástica. A Xantana é fabricada comercialmente desde os anos 1960, mas a produzida na UFPel em escala de laboratório – batizada de Xantana Pruni -, é diferenciada: é feita com outra bactéria. No mundo todo, apenas a UFPel pesquisa essa bactéria na formação da Xantana. Essa pesquisa, em parceria com a Embrapa, originou o primeiro pedido de patente da UFPel, em 2004, concedido em 2017, desmembrado em duas patentes: uma referente ao meio de cultivo (a bactéria que produz) e outra a respeito da produção em si da Xantana Pruni.

As duas novas patentes da UFPel são relacionadas a essa pesquisa originária. Uma é um Certificado de Adição, utilizado quando se quer complementar algo no tema principal da patente. No caso, em relação ao tipo de equipamento biorreator utilizado para a produção da Xantana, do tipo “air-lift”. A outra, onde está a maior novidade, é uma tecnologia de formação de plástico biodegradável tendo a Xantana como ponto de partida, quimicamente diferente dos comerciais. O desenvolvimento foi feito junto com pesquisadoras do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul Campus Sapucaia). A patente trata de composição e métodos de produção de materiais biopoliméricos de rápida biodegradação com o uso do bioplástico xantana.

Conforme a professora Angelita Moreira, uma das autoras, esse plástico aceita diversos tipos de aditivos e tem uma resistência térmica maior do que os plásticos biológicos convencionais (à base de amido). Enquanto um plástico comum leva cerca de um século para se degradar (e os biológicos em torno de três meses ou mais), o plástico biodegradável produzido por UFPel e IFSul se degrada em aproximadamente um mês. Além disso, a tecnologia permite a fabricação de grande quantidade de forma fácil e rápida e possibilita o processamento usando outras tecnologias que com o amido não se consegue. “Fico feliz [com a concessão da patente] mas não dou como um processo acabado. A gente continua na busca para que haja o retorno para a sociedade. No Brasil há um ‘gap’ entre o conhecimento produzido na universidade e o que chega para a sociedade civil e a indústria”, salienta a pesquisadora, destacando a importância de, além do estímulo para a criação de novas tecnologias, o investimento, por parte de universidades e governo, para que isso se torne utilizado. Por exemplo, atualmente toda a Xantana que é utilizada no Brasil é importada. Valorizar as tecnologias desenvolvidas em solo brasileiro torna-se imperativo.

 

Além disso, destaca a docente, o licenciamento de uma patente ou transferência de tecnologia para uma empresa oportuniza que a Universidade seja geradora de recursos.

Pesquisadores:
Certificado de Adição – Biorreator “air-lift” na produção de Xantana (UFPel e Embrapa)
– Claire Tondo Vendruscolo
– Angelita da Silveira Moreira
– João Luiz Silva Vendruscolo

Plástico Biodegradável (UFPel e IFSul – Campus Sapucaia)
– Claire Tondo Vendrusculo
– Angelita da Silveira Moreira
– Cleia de Andrade Salles
– Carmen Iara Walter Calcagno

 


Fonte: Texto extraído e adaptado de https://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2021/03/26/ufpel-tem-quatro-novas-patentes-concedidas/

 

Publicado em 29/03/2021, na categoria Notícias.