Professora Isabela Andrade ministrará duas palestras em Santa Catarina

A Professora Isabela Fernandes Andrade, colaboradora do Laboratório de Segurança e Ergonomia – LABSERG, foi convidada pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação da UNIFEBE (Centro Universitário de Brusque), no estado de Santa Catarina, para ministrar palestras nos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil.
No Curso de Arquitetura e Urbanismo a professora irá abordar o tema “Métodos de Avaliação em Acessibilidade Espacial” no próximo dia 27 de fevereiro e, no Curso de Engenharia Civil, “Introdução ao Conceito de Acessibilidade Espacial” no próximo dia 28 de fevereiro.

Pela primeira vez a escravidão urbana é maior que a rural no Brasil

O texto abaixo é surprendentemente interessante. Ele nos revela um cenário novo no Brasil no que se refere ao trabalho análogo à escravidão. Segundo o texto pela primeira vez no Brasil os centros urbanos ultrapassaram o campo no número de pessoas resgatadas neste tipo de regime de trabalho. Um dado triste e muito pertinente, que vem exatamente em um período cercado por notícias que apontam a ineficiência do país em cumprir com prazos e custos em obras dos mais diversos tipos. Dedique 20 minutos e leia o texto abaixo!

construção_civil

O número de trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão em atividades urbanas superou a quantidade de casos ocorridos no campo pela primeira vez desde que dados sobre libertações começaram a ser compilados. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que sistematizou informações que vão de 2003 a 2013, 53% das pessoas libertadas no ano passado trabalhavam nas cidades. Em 2012, esse percentual foi de 29%.
A construção civil foi a maior responsável por isso, sendo o setor da economia brasileira com mais casos de resgates em 2013: foram 866 libertados, ou 40% do total. Em segundo lugar, ficou a pecuária, com 264 (12%). A construção civil já havia liderado em 2012, mas com uma porcentagem bem menor: 23%. A pecuária, no entanto, encabeça o “ranking” se contabilizados os casos desde 2003, com 27% das ocorrências, seguida pela cana, com 25%. Chama a atenção o fato de que 24% do total das libertações tenham ocorrido no estado de São Paulo.
“Olhando para os casos de trabalho escravo na construção civil, percebe-se que a maioria deles, se não todos, estão em áreas urbanas. De fato é a primeira vez que os casos de trabalho escravo em atividades não agrícolas ultrapassam os do setor agrícola (neste incluindo as carvoarias)”, diz Xavier Plassat, da coordenação da Campanha Nacional da CPT de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo. O levantamento da entidade tem como base dados da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho e Emprego (Detrae/MTE) atualizados até 28 de janeiro de 2014.
A “disparada” de libertações no setor da construção civil difere do observado na última atualização do cadastro de empregadores flagrados com trabalho escravo no Brasil, também do MTE, chamada de “lista suja”. Isso porque esta última inclui casos de resgates acontecidos em anos anteriores. Além disso, as variações dos números de trabalhadores escravos encontrados não refletem necessariamente uma mudança na incidência do problema em determinado setor econômico ou localização geográfica, pois pode também estar relacionado a uma maior ou menor ocorrência de denúncias e inspeções trabalhistas.
De qualquer forma, na última atualização da lista suja, ocorrida em 30 de dezembro, observou-se um crescimento do número de inclusões de empregadores cuja atividade acontece em áreas urbanas: foram 120 trabalhadores submetidos à escravidão em dez estabelecimentos. Em declaração à Repórter Brasil na época, o auditor fiscal em São Paulo Renato Bignami afirmou: “percebe-se cada vez mais que as situações descritas no artigo 149 do Código Penal [que configuram condições análogas à escravidão] ocorrem com maior frequência em atividades urbanas do que se imaginava e o trabalho dos auditores fiscais vem demonstrando essa tendência”. Segundo ele, no futuro os resgates acontecerão “majoritariamente no meio urbano”.
São Paulo lidera
Ainda de acordo com os dados compilados pela CPT, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pará foram o estados brasileiros com o maior número de trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão em 2013. Os dois primeiros lideraram com folga, com, respectivamente, 538 e 440 casos de libertação, aumento de 125,1% e 26%. Bahia e Pará vêm em seguida, com 149 e 141 casos. O Pará, que havia encabeçado a lista em 2012, com 519 trabalhadores resgatados, teve uma redução de 72,8% em relação ao ano passado. Em número de fiscalizações, no entanto, o estado da região Norte do país continua na frente. Em 2013, ocorreram inspeções em 33 estabelecimentos nessa unidade da federação, contra 23 em São Paulo.
Em 2013, 2.192 pessoas foram libertadas em todo o Brasil , uma redução de 19,7% em relação aos 2.730 de 2012. Segundo a CPT, desde 2003 foram libertados 42.664 trabalhadores. Os estados com maior incidência de pessoas resgatadas ao longo desses anos foram Bahia, Goiás, Mato Grosso e Pará. No ano passado, o Sudeste foi a região com mais resgates: 1.129 (51,5% do total). Houve uma inversão de posições com relação à região Norte. Enquanto esta teve o número de trabalhadores libertados reduzido de 1.054 (38,6% do total) para 274 (12,5%) de 2012 para 2013, na região que engloba Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo ocorreram, em 2012, 623 libertações (22,8%).
Perfil dos resgatados
A partir da análise dos dados do registro do seguro-desemprego (garantia dada a todos os libertados) de 2003 até 15 de outubro de 2012, a CPT concluiu que, de um total de 28.702 trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão, o Maranhão foi o estado de onde veio o maior número de vítimas (25,5%), seguido de longe por Pará, Minas Gerais e Bahia (8,2% cada). Quase dois terços dos libertados tinham entre 18 e 34 anos (63,6%), 73,7% eram analfabetos (35,3%) ou haviam estudado até o 5º ano incompleto (38,4%) e 95,3% eram homens.

Dica de curso interessante oferecido em Porto Alegre: Novos Modelos de Gestão do Trabalho, Saúde Mental e Patologia

Não poderíamos deixar de divulgar esta oportunidade. Se você consegue estar em Porto Alegre entre março e junho deste ano, o referido curso se revela como uma boa oportunidade. Clique abaixo do texto em itálico para visualizar o cartaz de divulgação do curso. Observe que as vagas são limitadas.
Estão abertas as inscrições para o III Curso Novos Modelos de Gestão do Trabalho, Saúde Mental e Patologia, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Com carga horária de 22h/aula, o curso inicia em março e segue até junho de 2014, sempre às quartas-feiras, das 19h às 21h15. Entre os temas abordados estão psicodinâmica do trabalho, assédio moral e organizacional e atenção à saúde mental no trabalho. A capacitação tem coordenação do professor do Serviço de Medicina Ocupacional do HCPA Álvaro Roberto Crespo Merlo. Podem se inscrever no curso profissionais e estudantes da área da saúde. As vagas são limitadas. Mais informações no site www.fundacaomedicars.org.br ou no fone 3332.6840.
CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR O CARTAZ DE DIVULGAÇÃO

Saúde do trabalhador no campo é tema de um vídeo desenvolvido no Mato Grosso e distribuído pela Fiocruz

Há em anos recentes um movimento emergente no Brasil que aponta os danos ocasionados pelo descuido em algumas políticas públicas responsáveis pela forma com que o alimento chega à mesa do consumidor final. São exemplos de trabalhos que representam estas iniciativas os documentários O Veneno está na Mesa e o documentário Muito Além do Peso.
Um viés ainda não evidente nos documentários citados surge de forma bastante evidente no vídeo Nuvens de Veneno, o qual está sendo distribuído pela VideoSaúde – Distribuidora da Fiocruz. O vídeo documentário de somente 22 minutos traz uma abordagem voltada para a Saúde Ocupacional no campo e apresenta inclusive, o caso de um jovem trabalhador que sofreu um grave adoecimento no trabalho por conta da manipulação inadequada de agrotóxicos. Não deixem de Assitir, pois vale à pena!!
Sinopse: A nuvem se espraia pelas plantações. Em vez de molhar, seca. Ela não traz a chuva, traz o veneno. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de soja, algodão, milho e também um dos maiores consumidores de fertilizantes químicos e agrotóxicos. Nuvens de veneno expõe as preocupações com as consequências do uso desses agroquímicos no ambiente, especialmente, na saúde do trabalhador. Um documentário revelador que faz refletir sobre a forma que crescemos e sobre o tipo de desenvolvimento que queremos.
Realização: Secretaria de Saúde de Mato Grosso, Terra Firme e VideoSaúde
Direção: Beto Novaes
Distribuição: VideoSaúde – Distribuidora da Fiocruz