Trocas de acusações marcam o último debate regional

Por Mateus Bunde

Nesta quinta-feira (24), foi realizado o último debate pré-eleição, que decidirá o governador do Estado do Rio Grande do Sul. De um lado, José Ivo Sartori (PMDB), do outro, Tarso Genro (PT). Numa discussão bastante acintosa, ambos levantaram diversas questões, tratando mais assiduamente dos assuntos de economia do estado, corrupção, criminalidade e o piso salarial dos professores.

Este último foi o que fez o debate esquentar. Após declarações de Sartori sobre o piso dos professores, em entrevistas ao portal Terra (Confira o vídeo aqui), Tarso questionou o candidato do PMBD sobre tais declarações, colocando, de tal maneira, “fogo” na discussão entre os dois candidatos ao governo do estado.

Foto: Reprodução VEJA.

Foto: Reprodução VEJA.

Primeiro Bloco

No primeiro bloco, com temas livres, os candidatos iniciaram falando sobre economia. Com a posse da primeira pergunta, Tarso questionou à Sartori sobre os projetos do PMDB para os cortes de gastos que ele alega fazer em seu projeto de campanha. Sartori respondeu que não poderia dizer os cortes até saber os gastos do estado.

O candidato da oposição seguiu o tema, e questionou Tarso sobre a dívida do estado, apontando os 12 anos (contando os anos como ministro) em que Genro não conseguiu diminuir tal dívida. Tarso afirmou que o seu projeto caminha nesse rumo, e já tem uma forma de negociar o déficit, com crescimento econômico futuro, e, em seguida, julgou a falta de metas do programa de Sartori, chamando-o de “omisso” ao fim de seu discurso de um minuto.

Após a tréplica de Tarso, Sartori questionou o porquê de Tarso não cumprir suas promessas estabelecidas em 2010, quando foi eleito governador. Em resposta, o candidato do PT afirmou que não faz promessas, mas que estabelece metas, as quais não puderam ser alcançadas em sua totalidade, pelo fato de essas questões serem programáticas e começam a partir do governo federal.  Contudo, Tarso finalizou apontando as melhoras obtidas nos hospitais filantrópicos que estavam abandonados antes de seu governo.

Segundo Bloco

Com temas pré-determinados, o segundo bloco do debate foi mais incisivo e diversificado. De início, o primeiro tema sorteado foi “Combate à corrupção”, e, quem realizou a primeira pergunta, foi o candidato peemedebista. Sartori questionou sobre esse controle à corrupção, citando a Petrobrás e participantes do governo petista no desvio de verba. Tarso citou o Dagecor, órgão criado para investigar e combater a corrupção. No fim, Sartori questionou a visão que Genro tinha sob os companheiros de partido acusados de corrupção. Tarso rebateu, citando integrantes do PMDB em acusações de corrupção.

Na questão da criminalidade, Tarso pediu a opinião de Sartori sobre a instituição de Polícias Comunitárias. José Ivo respondeu que o programa teve êxito durante seu governo de Caxias do Sul, porém apresentou a insegurança da população demonstrando dados que comprovavam o aumento da criminalidade no estado. No fim, Tarso treplicou atentando para o aumento salarial que a classe de policiais recebeu ao longo de seu governo.

Na questão do episódio do piso salarial dos professores, Tarso começou falando que foi necessário o governo aumentar gastos, pois encontrou diversos servidores públicos com salários muito baixos, e que seu governo trabalhava em prol do funcionário público.  Para rebater, Sartori se voltou para falar do piso do magistério, prometido por Tarso, em 2010, e não cumprido pelo atual governador, segundo o candidato da oposição. Na sua tréplica, Tarso citou a maneira “irônica” tratada pelo candidato ao falar que “os professores deveriam buscar o piso na Tumelero”, afirmou o petista – remetendo ao caso que tomou repercussão nos últimos dias.

Frases finais

            Tarso: “Eu represento o presidente Lula e a presidenta Dilma. Os investimentos que dobraram a renda dos gaúchos em relação ao resto do país.”

            Sartori: “Estou me apresentando, exatamente, para fazer essa mudança. O bom administrador não é o que promete, mas o que sabe fazer”

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