Titãs – Doze Flores Amarelas
Por Douglas Dutra
No álbum de estreia dos Titãs, composta pelos ex-Titãs Branco Mello (voz e baixo), Sérgio Britto (voz e teclados) e Tony Bellotto (guitarra), Doze Flores Amarelas, a banda apresenta uma ópera-rock elaborada por Hugo Possolo e Marcelo Rubens Paiva.
Nesta, que talvez seja a primeira ópera-rock brasileira desde O Filho de José e Maria, de Odair José, lançada em 1977, os Titãs apresentam em três atos e 25 músicas a história de três Marias.
Num futuro desconhecido, há um aplicativo (o Facilitador), que as pessoas usam para receber orientações, fazer perguntas e buscas. As três Marias, colegas de faculdade, vão a uma festa e são abusadas sexualmente por cinco homens. A história se desdobra a partir desse acontecimento que marca a vida das mulheres.
O álbum mescla o conceito do álbum com uma crítica à tecnologia e a cultura do estupro da sociedade machista.
Também é bastante visível a inspiração nas óperas-rock clássicas dos anos 70. Na primeira parte do ato II é bastante aparente a inspiração da ópera-rock Tommy, do The Who, tanto na temática com na sonoridade.
Como toda boa ópera-rock, é necessária mais de uma audição (ou várias) para compreender melhor o seu enredo.
Além dos três Titãs, Doze Flores Amarelas conta com as vozes de Corina Sabba, Cyntia Mendes e Yas Werneck no papel das três Marias. Um show do espetáculo, com direção e cenários de Otávio Juliano e Hugo Possolo, gravado dia 12 de maio, será lançado nos próximos meses.
O álbum, que foi lançado em três partes, durante três semanas, está disponível nas plataformas digitais. O Em Pauta uniu os três atos em uma playlist que você pode ouvir no Spotify.
https://open.spotify.com/user/_dougdutra/playlist/5Mtr5nDIPNqRfU83xCt2Vf