Seminário do Plano de Cultura da UFPel propõe diálogo sobre ações culturais
Evento visa criar um planejamento sistematizado junto às unidades acadêmicas
Por Nathianni Gomes
O Seminário Universidade e Sociedade Organizada reuniu Pró-Reitorias, Coordenações e Secretarias Municipais no auditório do Museu do Doce na sexta-feira (27). O diálogo foi organizado para debater ações que possam colaborar para o Plano de Cultura da Universidade Federal de Pelotas, que visa criar um planejamento sistematizado junto às unidades acadêmicas.
A UFPel é uma das grandes geradoras de cultura do município, contando com a Rádio Federal e o CineUFPel. Além disso, detém museus como o Museu do Doce, o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG) e o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter. Foi destacado também o Grande Hotel e o Auditório da Faculdade de Agronomia (FAEM) no Capão do Leão, duas grandes reformas da Universidade.
Além de equipamentos físicos, como os museus e a rádio, a UFPel possui ações que visam à mudança nas práticas culturais. É do que se encarrega a Coordenação de Inclusão e Diversidade (CID), que fomenta e realiza eventos e semanas culturais, como a Semana Indígena, o Encontro Nacional de Alunos Quilombolas, e rodas de conversas. Para Alexandre Carriconde, coordenador do CID, “essas ações visam mudar a cultura para gerar oportunidades”.
Carine Dahl Corcini incluiu a visão da Pró-Reitoria de Ensino sobre a cultura na universidade e como atingir os 93 cursos, sobre o que é importante discutir em cada um, procurando incluir a cultura nos projetos pedagógicos dos cursos que até então, não tenham envolvimento com produções culturais, e diz que essa é uma das maiores barreiras na integração curricular dos PPC’s.
A formulação do plano de cultura conclui uma meta do Plano de Desenvolvimento Institucional que prevê a formulação deste até 2020, e possui orientação no Plano Nacional de Cultura do Ministério da Cidadania do Governo Federal, com estratégias de formulação de políticas culturais de preservação e valorização da diversidade cultural.
Para tanto, o plano de cultura da UFPel deverá contar com as ações sociais em andamento, a sua relação com a sociedade através da Rede de Saúde, de Educação, de Proteção Ambiental, e de movimentos sociais, como a integração do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Medicina Veterinária, que dá oportunidade para a formação na área.
Fernando Igansi coordenador de arte e inclusão da PREC diz que esse desenvolvimento envolve diretrizes e princípios “é relevante que a comunidade, tanto acadêmica quanto a sociedade como um todo tenha que o princípio da cultura dentro de uma universidade pública perpassa a sua diversidade e gratuidade”, explica. Ele conta que a construção do plano disponibiliza um planejamento na área da cultura “não se restringe a eventos artísticos, mas também, a cultura científica, de formação, de cidadania com esses princípios da diversidade, de descentralização e do acesso de todos para todos”, constata.
Em relação aos ataques recentes às universidades de todo país, Otávio Peres, Pró-Reitor de Planejamento, diz que o desenvolvimento do plano de cultura é uma organização e explicitação das práticas culturais que a Universidade desenvolve para a sociedade “a cultura assume um papel destacado nesse momento porque ela é um dos canais que a universidade se mostra pra sociedade” analisa. Segundo Peres, “é uma oportunidade de deixar claro para a sociedade como um todo da importância da universidade, seu papel e suas ações, especialmente na produção cultural”, conclui.
O Plano de Cultura está em fase de conclusão e será apresentado pela comissão instituída através do conselho de extensão e cultura e terá a proposta avaliada em outro seminário com data e local ainda a ser confirmado. Na página institucional do Plano de Cultura é possível acompanhar o andamento do desenvolvimento e entender mais sobre o plano e o cronograma de atividades.