Segunda semana da chave principal de Wimbledon 2019 tem muitas surpresas no torneio feminino e consagra Novak Djokovic

Djokovic, o número um. Imagem: Clive Brunskill/ Getty Images

Por Luís Artur Janes Silva

Neste domingo (14), tivemos o encerramento do mais tradicional torneio de tênis do mundo, o Aberto da Inglaterra, também conhecido como Wimbledon, o terceiro Grand Slam da temporada. Após três longas semanas, o último evento do campeonato foi a final de duplas mistas, que reuniu o time formado pela letã Jelena Ostapenko e o sueco Robert Lindstedt, que enfrentou e foi derrotado pelo duo Latisha Chan, de Taiwan, e Ivan Dodig, da Croácia, que triunfaram em sets diretos, com parciais de 6-2 e 6-3. Este último jogo aconteceu depois da épica final da chave de simples masculina, na qual o sérvio Novak Djokovic, melhor tenista do mundo na atualidade, derrotou o mito suíço, Roger Federer, oito vezes campeão na grama de Londres, na mais longa decisão de Wimbledon em todos os tempos.

A chave principal de simples masculina de Wimbledon teve uma segunda semana de poucas surpresas. Nas oitavas de final, o argentino Guido Pella, que vem fazendo boa temporada, derrotou o canadense Milos Raonic, que já foi finalista em Londres. Em jogo equilibrado, o tenista sul-americano reverteu uma desvantagem inicial de dois sets e garantiu vaga nas quartas com parciais de 3-6, 4-6, 6-3, 7-6, 8-6. Sem sofrimento, Djokovic chegou às semifinais após bater o francês Ugo Humbert e o belga David Goffin, que não resistiu ao avassalador jogador sérvio, caindo em sets diretos (6-4, 6-0, 6-2). Enquanto isso, Roger Federer perdeu o set inicial do confronto de quartas de final, diante do japonês Kei Nishikori, mas retomou o controle da partida e aplicou, de forma relativamente tranquila, um impositivo três sets a um.

Na semifinal do torneio masculino, Novak Djokovic eliminou o espanhol Roberto Bautista Agut, com placar de três sets a um (6-2, 4-6, 6-3, 6-2). No outro lado da chave, Rafael Nadal e Roger Federer reviveram as emoções da final de 2008. Mostrando a velha classe, o suíço bateu Nadal com relativa facilidade (3 sets a 1), principalmente após o terceiro set, quando dominou totalmente as ações.

Assim, a final masculina de Wimbledon confirmou uma tendência que se estende desde 2003, reservando o prêmio maior da competição para um jogador do Top 4 do ranking mundial. E desta vez não foi diferente, pois o sérvio Novak Djokovic bateu Roger Federer pelo placar de três sets a dois (7-6, 1-6, 7-6, 4-6, 13-12) e garantiu o quinto troféu de Wimbledon de sua coleção, o segundo consecutivo.

Quanto ao jogo, devemos comentar a excelente fase de Djokovic, que errou muito pouco durante a partida e, por isso, conquistou a vitória. Para termos ideia do nível de atuação do sérvio, basta dizer que Federer fez mais pontos direto no saque (aces), teve melhor aproveitamento do primeiro serviço, marcou mais pontos, venceu mais games e teve mais bolas vencedoras, ainda assim, acabou derrotado.

O próximo desafio de Djokovic será chegar nas 20 conquistas de Grand Slam do próprio Federer. O sérvio possui 16 títulos nestes torneios e, antes de chegar em Federer, precisa superar Rafael Nadal, dono de 18 canecos desta categoria.

Na chave principal de simples feminina de Wimbledon, tivemos uma segunda semana cheia de emoção, sobretudo nas oitavas de final, que presenciou a desclassificação de duas grandes favoritas ao título e de uma jovem promessa do esporte. Entre as candidatas ao posto máximo de Londres, a número um do mundo, a australiana Ashleigh Barty tombou diante da estadunidense Alison Riske, que venceu de virada e com parciais de 3-6, 6-2, 6-3. Enquanto isso, a cabeça de chave 3 do campeonato, a tcheca Karolína Plíšková foi eliminada pela compatriota Karolína Muchová, que triunfou em jogo disputadíssimo (4-6, 7-5, 13-11).

Além delas, as quadras londrinas perderam o frescor de Cori Gauff, 15 anos, que após eliminar Venus Williams, na rodada inicial de Wimbledon, acabou derrotada pela romena Simona Halep, que aplicou um duplo 6-3 em Cori. Nas quartas de final, Johanna Konta, defensora da honra britânica, foi eliminada após perder para a tenista tcheca Barbora Strýcová, que fez dois sets a zero na inglesa (7-6, 6-1). Strýcová foi o grande destaque individual de Wimbledon, pois chegou na semifinal da chave de simples e foi campeã de duplas, mostrando seu melhor tênis.

Na fase semifinal, Serena Williams e Simona Halep passaram em sets diretos por Barbora Strýcová e pela ucraniana Elina Svitolina, respectivamente. Isto fez com que a expectativa de uma final equilibrada crescesse entre os entusiastas do tênis. Mas na final, Williams, que buscava o 24º título de Grand Slam, tentando igualar-se à australiana Margaret Court, esteve irreconhecível. Halep precisou de 55 minutos para fazer um duplo 6-2 em Serena e conquistar o segundo Slam de sua carreira. Antes disso, havia triunfado em Roland Garros (2018). 

Halep foi tão dominante na partida, que teve apenas três erros não forçados, contra 25 falhas de Williams. Além disso, a romena conseguiu quebrar o saque de Serena em quatro oportunidades, um feito notável, diante da potência do serviço da jogadora estadunidense. Com a vitória, Simona Halep subirá para o quarto lugar do ranking mundial do tênis feminino.

A segunda semana de disputas na chave de duplas masculinas de Wimbledon alijou os campeões de 2018. Os irmãos Bob e Mike Bryan caíram no enfrentamento com os franceses Edouard Roger-Vasselin e Nicolas Mahut, ainda nas oitavas de final. Os europeus venceram por 3 sets a 1, com parciais de 7-6, 6-2, 4-6, 7-6. O mesmo placar aconteceu no jogo que envolveu os brasileiros Marcelo Melo e Marcelo Demoliner. O gaúcho Demoliner, que atua junto com o indiano Divij Sharan, não resistiu aos duplistas Melo/Kubot, mais bem colocados no ranking mundial, que triunfaram com as parciais de 7-5, 6-7, 7-6, 6-3.

Mas na fase seguinte, Marcelo Melo e Lukasz Kubot tombaram diante de Roger-Vasselin/Mahut, que venceram por três sets a um (6-7, 7-6, 3-6, 3-6). Nas quartas de final, também tivemos dois jogos muito disputados, que acabaram no quinto set e proporcionaram duas viradas espetaculares aos torcedores. Desta forma, os colombianos Juan Sebastián Cabal e Robert Farah triunfaram sobre Horia Tecau e Jean-Julien Rojer, e o australiano John Peers, junto com o finlandês Henri Kontinen, foram derrotados por Michael Venus e Raven Klaasen, vice-campeões de 2018.

Na final, que também teve cinco sets, Cabal e Farah fizeram jogo histórico contra Roger-Vasselin e Nicolas Mahut, vencendo com as parciais de 7-6, 6-7, 6-7, 7-6, 3-6. Enquanto isso, a chave de duplas femininas, teve as quatro principais equipes chegando à fase semifinal. Neste encontro de titãs, vantagem para os duos formados por Barbora Strýcová (TCH)/Hsieh Su-wei (TAIWAN), e Gabriela Dabrowski (CAN)/Xu Yifan (CHN), que decidiram o título, que acabou ficando com Strýcová/Su-wei, vencedoras em sets diretos (6-2, 6-4).

Finalmente, nas duplas mistas, o time formado por Bruno Soares e Nicole Melichar (EUA), decepcionou após ser eliminado nas quartas de final, quando foi batido pela chinesa Yang Zhaoxuan, que atuou ao lado do holandês Matwé Middelkoop, que venceram com parciais de 6-4 e 6-3. A esperança em relação a Bruno Soares era grande, principalmente após a vitória sobre o duo formado por Serena Williams e Andy Murray, que perderam para o brasileiro e Melichar por dois sets a um (6-3, 4-6, 6-2). 

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