Resistência das mulheres do Anglo/Ufpel
Núcleo de estudos do Curso de Jornalismo organiza exposição e roda de conversa sobre presença feminina na universidade
Na noite de quinta-feira (22) foi realizado uma roda de conversa com as comunicadoras Paola Oliveira, Francisca Jesus e Sophia Prestes acerca da presença e resistência feminina. Além disso foi inaugurada uma exposição com tema “Mulheres do Anglo”, ambos eventos foram organizados pelo Núcleo de Gênero, Sexualidade e Comunicação (EGSC).
O núcleo surgiu em 2017 após a professora, atual coordenadora do curso de Jornalismo e do projeto Marislei Ribeiro realizar seu pós-doutorado com tema “A Representação da Mulher nos Países Brasil e Portugal sob o amparo Teórico-Metodológico dos Estudos Culturais”. A pesquisa começou focada apenas em gênero, mas devido ao interesse dos alunos o núcleo mudou a nomenclatura e abriu mais possibilidades.
A exposição ficará no Anglo até quinta-feira dessa semana (29) e foi idealizada pela aluna Maria Rita, ela conta que teve essa ideia no ano passado e foi selecionando, junto com os outros participantes do Núcleo, as fotos de outras alunas. Uma delas foi Marisa Campos, a qual usou do tema “Sorriso Negro” no projeto final da matéria de Fotojornalismo. “Me sinto muito feliz, um grande reconhecimento do meu trabalho como Jornalista e também de retratar pessoas negras” conta a graduanda.
Sophia Prestes, ativista de gênero e graduanda em Gestão Pública, começou a roda conversa pensando em como a “Universidade transforma” e expressou sua opinião sobre a necessidade de cotas para pessoas trans e travestis garantirem uma educação superior gratuita e de qualidade.
Jornalista e também ativista de gênero, Paola Fernandes, continuou debatendo sobre como a academia “machuca mulheres também”, trazendo também um recorte de classe para a discussão.
A ex-aluna da primeira turma do curso de Jornalismo da UFPel afirmou estar feliz de voltar para uma roda de conversa tão importante, “Sempre que eu vejo as alunas sonhando, estudando para ser jornalistas, isso me enche de orgulho” conta Paola.
A conversa seguiu com a fala da comunicadora e ativista de gênero e raça, Francisca Jesus, debatendo sobre a falta de credibilidade dada para mulheres negras. Participante do Kilombo das Gurias, Francisca diz que é de extrema importância “enquanto mulher negra estar ocupando esse espaço também, dentro da Universidade, dentro dos projetos de pesquisa”.
Michele Gauterío, voluntária do Núcleo, inaugurou a exposição lembrando o significado do projeto “Que as mulheres se enxerguem, que as mulheres saibam que elas existam e que elas têm capacidade”.
As fotos estão expostas no corredor do Anglo em que se encontra a sala da direção do CLC para todos que tenham interesse em vislumbrar o poder de uma (ou várias) mulher(es).