Refinaria Riograndense realiza afretamento de navio “Bastos I” no Porto do Rio Grande

O nome da embarcação foi escolhido em homenagem a Francisco Bastos, um dos fundadores da Refinaria de Petróleo Riograndense

Na foto, autoridades que participaram do evento em frente ao navio petroleiro nomeado Bastos I. – Foto: Marianna Bertoldi

Por Marianna Bertoldi / Em Pauta

Na manhã de segunda-feira, 08 de maio, a Refinaria de Petróleo Riograndense realizou a operação de afretamento do navio petroleiro nomeado “Bastos I” em homenagem ao engenheiro, e um dos fundadores da refinaria, Francisco Martins Bastos.

O homenageado foi autor de muitos feitos na cidade do Rio Grande. Francisco Bastos impulsionou a criação da Fundação Cidade do Rio Grande, contribuiu para a implantação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), além dos Museus Oceanográfico e da Cidade. O engenheiro era natural de Uruguaiana, mas sempre demonstrou um enorme carinho por Rio Grande. Ele faleceu aos 80 anos, em 1987. 

A operação de fretamento aconteceu na sede da Portos RS e contou com a presença de autoridades e também familiares de Bastos. O diretor superintendente da RPR, Felipe Jorge, falou sobre a importância do afretamento da embarcação sob o ponto de vista da Refinaria: “O afretamento no navio vai trazer flexibilidade, acho que essa é a palavra de ordem. E, em paralelo, reduz a dependência da refinaria de importação de petróleo de outros, ou seja, olhando pro Brasil como um mercado integrado, região nordeste pra trazer a matéria-prima e região sudeste e sul também pra mandar os seus derivados. Então assim, a refinaria vai ganhar um nível de integração muito maior, uma flexibilidade muito maior e, consequentemente, melhores resultados”, explicou. Segundo o diretor, a embarcação operará duas vezes ao mês, sendo de exclusividade da Refinaria.

Mireya e seu filho visitam o interior do navio. – Foto: Marianna Bertoldi

Mireya Bastos, casada com o sobrinho de Francisco, foi uma das pessoas da família que participaram do evento. Ela conta que a relação de seu marido, que acabou sendo escolhido como sucessor na Ipiranga, com o tio sempre foi muito próxima: “Meu marido era sobrinho dele. Nós tivemos muito contato com ele porque era um casal sem filhos, então o meu marido era como um filho dele”. Ela relembra com carinho sobre a figura de Chico e diz que “era uma figura maravilhosa, um querido e sábio ao mesmo tempo. Um ser humano sensível, humilde e simples”, comentou. 

O diretor do Museu Oceanográfico, Lauro Barcellos, teve uma relação próxima a Francisco Bastos, como seu “tutor”, durante seus anos de trabalho no Rio Grande. Barcellos reconhece a importância do personagem para a cidade: “Rio Grande tem uma dívida impagável e eterna com o doutor Bastos. Ele foi um humanista, foi um homem que enxergava as pessoas e tinha uma noção profunda da humanidade” apontou. “Foi uma pessoa que me ajudou muito e, obviamente, a minha relação direta com o Museu Oceanográfico há cinquenta anos, ficava relacionada com a presença dele, porque foi ele que mandou construir o museu”, complementou Lauro. Sobre a homenagem, ele diz: “É muito emocionante, é bonito ver um navio com o nome e esse nome será visto em vários lugares do mundo e do Brasil. Isso diz muito para mim e para todos que o conheceram sobre o valor eterno que ele tem para nós”. 

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