Redes sociais dão uma maozinha a Santo Antônio
Essa é uma história de almas gêmeas. E de redes sociais. Afinal, hoje é dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. E se somente ele não está ajudando, que tal usarmos as redes sociais disponíveis?
O Dia dos Namorados surgiu em homenagem aos deuses protetores dos casais, Juno e Lupercus. No Brasil, a data foi criada pelo publicitário, psicólogo, advogado e deputado federal baiano João Dória, que escolheu o dia 12 de junho por ser um dia antes de Santo Antônio, por sua fama de casamenteiro. Nos Estados Unidos e na Europa, o Valentine’s Day é comemorado em 14 de fevereiro em homenagem ao Padre Valentino, que realizava casamentos proibidos pelas famílias.
As redes sociais são usadas por pessoas de todas as idades e cresce o número de usuários com mais de 60 anos. Foi o caso da pelotense, professora estadual aposentada, Maria Magali dos Santos Cunha, 67 anos de idade, mãe de duas filhas e avó de um adolescente, que conheceu o carioca e bancário aposentado, 72 anos, pai de três filhos, com três netos, Sérgio Munhoz.
Eles se conheceram em outubro de 2012, através da rede social “hi5”. Após conversarem muitas vezes, resolveram ter um encontro em dezembro de 2012. Sérgio veio de Florianópolis contrariando os filhos. Magali reservou hotel também contrariando as filhas. A visita seria rápida, mas Sérgio ficou para o Natal.
Magali, que sempre instruiu suas filhas para que tivessem cuidado com a internet, estava agora sendo criticada pelos mesmos motivos. Após o encontro surpreendente, veio a notícia de uma doença grave. Sérgio resolveu ficar ao seu lado e não saiu mais. Após a cirurgia e o período de recuperação saíram em viagem, com a certeza de que era para sempre.
Em início de junho de 2013, Sérgio e Magali foram ao cartório e assinaram escritura pública declaratória de união estável. E informaram que se casariam no ano seguinte. O casamento se realizou neste ano. Na sexta-feira, dia 16 de maio, às 16h, Maria Magali dos Santos Cunha adotou o sobrenome Munhoz no Registro Civil 2ª zona de Pelotas. Cercados pela família e amigos, eles decidiram por um novo começo fazendo assim um novo fim.
Magali casou pela primeira vez. Estava feliz como qualquer noiva de qualquer idade. E quem padronizou que as noivas devem ser jovens? Aliás, juventude é o que não falta ao casal. Caminham sempre, viajam muito e em casa as mesas com os dois computadores ficam lado a lado. Ali dividem alegrias e conhecimento com os amigos online.
O casamento oficializado em maio não mudou em nada a rotina do casal. Mas um sonho foi realizado. Sérgio mais uma vez surpreendeu aos presentes. Assim que ouviu da juíza de paz que estavam casados, pediu licença e disse as seguintes palavras:
“Nós não temos passado. Não podemos mudar o passado. E também não temos como planejar o futuro em face da nossa idade. Mas nós podemos viver intensamente o presente, o dia a dia, e se no caminho a morte vier nos separar será um pequeno intervalo até um novo encontro na eternidade.” Da esposa ouviu: “eu te adoro!”
Casal unido pelas redes sociais. Foto: arquivo pessoal.
Mas não pensem que é um caso único em Pelotas. A pelotense Beatriz Barreto Saalfeld tinha 39 anos quando conheceu o escocês Graham Jenkins através do site “hotornot.com”, em setembro de 2008. Por dois anos teclaram no MSN e conversaram duas horas por dia pelo Skype. No total trocaram 1.557 e-mails e, então, resolveram que era hora de se conhecerem pessoalmente.
Em julho de 2010, Beatriz foi à Falkirk, Escócia, e enfim conheceu o “namorado virtual”, passando 35 dias no Reino Unido. Fez uma viagem à ilha Skye, onde conheceu os pais do namorado e a filha Victoria, 14 anos, fruto do primeiro casamento dele.
A dúvida passou a ser aonde deveriam residir. Por ser fluente em inglês e não ter filhos, Bia decidiu que ela deveria mudar. Combinou com Graham que ele faria o pedido de casamento, não virtualmente, mas dessa vez no Brasil.
Graham chegou a Pelotas no dia 15 de dezembro de 2010, fez o pedido clássico da mão de Bia no dia 30, exatamente à sombra dos mesmos pessegueiros que emolduravam a foto que ela usava na internet e marcaram o casamento para 15 de janeiro. Da lua de mel no Rio de Janeiro foi de mala e cuia para a Escócia, onde vivem ainda sua história de amor.
Inacreditável? Não. Isso prova que as redes sociais também aproximam as pessoas para além da amizade. Não são frias. A instantaneidade possibilita novos conhecimentos, oportunidades e até relações românticas. É arriscado? Claro que é, porém mais arriscado é não se arriscar. Quem tenta e erra pode se entristecer por alguns dias. Quem não tenta jamais saberá.
O ambiente pode até ser virtual, mas os sentimentos são reais. Para quem não teve companhia para comemorar o Dia dos Namorados, pode começar procurando nos sites citados nesta matéria, afinal hoje é Dia de Santo Antônio e você poder ter sorte:
Para conhecer melhor as protagonistas dessas histórias de amor na internet acesse:
https://www.facebook.com/magali.cunha.7?fref=ts
https://www.facebook.com/beatriz.barreto.saalfeld.jenkins
