Professores estaduais entram em greve por tempo indeterminado
Por Aline Souza
Em assembleia do Cpers sindicato realizada na última sexta feira (13) em Porto Alegre, os professores da rede estadual decidiram paralisar suas atividades por tempo indeterminado. A greve teve início nesta segunda-feira. Entre as reivindicações da categoria estão o fim do parcelamento de salário; elaboração de um calendário e implantação do Piso Salarial Nacional que está defasado em 69,44%; reajuste imediato de 13,01% (2015), mais 11,36 (2016); defesa da Educação pública de qualidade, assegurando o efetivo repasse das verbas públicas para a manutenção das escolas e da merenda escolar, entre outras.
Segundo o professor de Sociologia e membro da diretoria do 24º Núcleo do Cpers/Pelotas, Daniel Lemos “a greve dos professores estaduais pretende ser um movimento de resistência aos ataques do atual governador, além de ser um movimento de defesa da escola pública, voltada à formação cidadã dos gaúchos, que o atual governo pretende sacrificar ainda mais, para privilegiar uma elite que recebeu reajustes recentemente”.
Governo do Estado emitiu comunicado
O governo do Estado emitiu uma nota na qual diz que “É fundamental que as aulas sejam mantidas regularmente, preservando o atendimento dos nossos estudantes, razão da existência de todo o sistema educacional” e “O acesso dos professores e alunos às escolas deve ser preservado. Caso isso não ocorra, as Coordenadorias Regionais de Educação devem ser imediatamente comunicadas, conforme regem as normativas em vigor” e se colocou disponível ao diálogo.
Uma Mesa de negociação com professores e governo está marcada para às 9h de terça-feira.
Corte do ponto
O secretário interino da Educação, Luis Antônio Alcoba de Freitas, anunciou em entrevista, que haverá corte no ponto dos professores grevistas, ele também descartou aumento salarial aos professores devido à crise financeira do Estado.
A vice-presidente do Cpers/Sindicato, Solange Carvalho, informou que a greve por tempo indeterminado, está mantida para começar nesta segunda-feira (16) e orientou os professores a fazerem um ponto paralelo. Segundo ela, o Cpers ingressou com um mandado de segurança na Justiça para que os dias de greve não sejam descontados. Além disso, a vice-presidente da entidade afirmou que o Executivo não está cumprindo liminar que deveria impedir o parcelamento dos salários.
Estudantes ocupam escolas
Em todo o Rio Grande do Sul, sete escolas já foram ocupadas por estudantes, que reivindicam melhores condições no ensino público. As ocupações são pacíficas até o momento. Os alunos protestam contra o parcelamento dos salários dos professores e pela falta de estrutura adequada.
Das escolas ocupadas, cinco estão em Porto Alegre: Colégio Paula Soares, Júlio de Castilhos, Afonso Emílio Massot, Padre Réus e Agrônomo Pedro Pereira. As escolas Juvenal Miller e Bibiano de Almeida também permanecem ocupadas por estudantes em Rio Grande, aqui no sul do Estado. A tendência é que nos próximos dias outras escolas também sejam ocupadas em apoio aos professores.