Professores da rede estadual estão em greve
Reformas previdenciária, trabalhista e do ensino médio foram os principais fatores que motivaram a nova paralização
Por: Yago Moreira
O ano letivo mal começou e os professores da rede estadual já aderiram a uma nova greve. A categoria, juntamente com o Sindicato dos Professores Estaduais (Cpers-Sindicato), definiu a situação em assembleia, no dia 8 de março, em Porto Alegre. O não cumprimento dos direitos trabalhistas é um dos principais fatores que motivaram a paralisação.
Insatisfeitos, professores da rede estadual voltam a protestar contra o governo do Estado. As razões chegam a desmotivar até mesmo o mais otimista dos educadores. Parcelamento de salários, parcelamento do décimo terceiro, não cumprimento do piso nacional e fechamento de turmas e Escolas, assim tem sido o dia a dia de quem trabalha em uma sala de aula. E não para por aí, a nível nacional, a luta é contra as reformas previdenciária, trabalhista e do ensino médio. De acordo com Mauro Amaral, diretor-Geral do Sindicato em Pelotas, essas medidas fragilizam os trabalhadores, que sem uma legislação que ampare os seus direitos, acabam prejudicados.
De acordo com o vice-diretor da escola Cassiano do Nascimento, Marco Mendes, “quando se tem uma greve ninguém sai ganhando, principalmente o aluno, que é sempre o maior prejudicado”, lamenta.”Como professor eu apoio cem por cento a greve e todas as reivindicações da categoria, mas como correspondente da direção da escola não impeço que outros professores continuem dando aula”, completa. Marco ainda atenta para a falta de professores, o repasse de verbas e a precariedade nas estruturas da escola, que, segundo ele, ainda são uma realidade.
Em 2016 o magistério paralisou as atividades escolares durante 53 dias. Em Pelotas, 37 instituições aderiram parcialmente à greve e 18 paralisaram. Por esse motivo, alunos e professores adentraram o mês de janeiro em sala de aula. Algumas escolas só encerraram o ano letivo no dia 30 do mesmo mês.
Mais prejudicados
Marco Mendes concorda que os alunos são os maiores prejudicados nessa briga entre o governo e o magistério, mas garante que o Cpers tem um compromisso com a comunidade escolar. “Somos a única categoria que recupera os dias parados, de forma alguma queremos prejudicar o aluno”. E ainda completa: “Não estamos pedindo nada, só lutamos para ter nossos direitos respeitados”.