Invisibilização do bioma Pampa vira debate em festival universitário
No sábado (4), o Festival de Arte e Cultura trouxe o seguinte debate: Biomas do rio Grande do Sul: reconhecer, valorizar e preservar. Entre os convidados estavam: o deputado federal Miguel Bosseto, analista ambiental da FEPAM Luis Fernando Perello e representante da ONG Amigos do Meio Ambiente de Guaíba na Coalizão pelo Pampa Mateus Raguse-Quadros.
Embora tenha ficado pouco, Bosseto falou sobre a importância das bacias hidrográficas usando uma blusa de protesto contra a privatização do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAC). O deputado disse um pouco sobre a frente parlamentar que está participando chamada “Frente das águas”. No final da sua fala ele defendeu a educação “Viva ao UEE, Viva a UNE”.
Já os outros convidados focaram na invisibilidade e falta de proteção do Pampa, o qual só foi considerado um bioma em 2004. Segundo os pesquisadores Tatiana Mora Kuplich, Viviane Capoane, Luis Fernando Flenik Costa a lavoura de soja avançou em 188,5% entre os anos 2000 e 2015 no bioma. Atualmente, para o Pampa, não é necessário possui um Área de reserva legal, ou seja, na constituição não existe proteção para o território.
Também houve um pequeno debate sobre o papel das comunidades indígenas na restauração ambiental. Perello afirmou que não existe uma forma de reflorestamento e recuperação do Pampa, já que realizar tudo isso é muito mais completo do que só “plantar algumas árvores”, existem pesquisas ocorrendo sobre isso, porém nada muito certo.
O analista ambiental nos fez refletir sobre a invisibilidade dos indígenas quando se trata de trabalhos acadêmicos, “não estabelecem uma interface”. Ele afirmou a necessidade de perder a “arrogância científica” e entender que não existe mais técnico, o mundo atual precisa de estudos socioambientais.
Além do estudo, todos os participantes concordarem que é necessário legislação para proteger o bioma e um uso correto e sustentável do Pampa, com a pecuária, por exemplo.