Iniciam as aulas e faltam professores na rede estadual
O problema é visto no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil que não tem professores para as disciplinas de Matemática, Biologia, Literatura e Geografia
Caroline G. Quincozes / Em Pauta
Quem estuda ou já estudou na rede estadual de ensino, entende o problema de perto: a falta de professores nas escolas públicas é uma grande frustração quando se fala da educação. Seja faltando um, dois ou vários educadores, compreende-se a perda que ocorre no aprendizado dos estudantes, já que muitos deles não conseguem acompanhar conteúdos que são ensinados em outras escolas e, como consequência, saem prejudicados no momento de realizar uma prova importante, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou o Programa de Avaliação da Vida Escolar (PAVE).
No Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, a falta de professores é um problema recorrente. Nas últimas semanas, foi noticiado que faltavam professores para as disciplinas de Matemática, Biologia, Literatura e Geografia. Como resultado, diversos períodos ficam vagos ou aulas iniciam mais tarde, sem citar quando surgem as ocasiões mais prejudiciais aos alunos, que é quando realmente não há aula naquele dia. Vários funcionários acabam trabalhando mais horas do que deveriam para suprir a carga horária que falta, tornando consideravelmente cansativa a jornada de trabalho desses profissionais.
Essa não é a primeira vez e provavelmente não será a última que cenários assim permanecem nas áreas da educação. Entre as inúmeras que provocam essa situação, a Agente Educacional de Manutenção e Infraestrutura, Rita Cilene Mota Domingues, cita um dos fatores mais marcantes, que é a desvalorização dos trabalhadores da área.
“O governo diz não ter condições financeiras de pagar mais professores, mas isso não é verdade; só a educação que não recebe aumento de salário há mais de seis anos. Comparando com governos anteriores, tivemos governadores que nos davam um bom salário, e o quadro dos professores era completo”, finaliza a agente.
“Já estão enviando professores e funcionários”, é o que diz Lauren Carla Escotto Moreira, diretora do colégio Assis Brasil. Com certeza, essa é uma boa notícia aos alunos que estavam sem o estudo adequado, e aos funcionários que praticavam funções além das estabelecidas inicialmente.
Entretanto, na prática, é necessário refletir a respeito da raiz do problema, pois consta na história da educação que ele sempre volta e, antes que retorne, as medidas corretas provavelmente são mais que óbvias. Nesse momento, resta lutar por governantes que mantenham a educação como prioridade e, também, representem melhor a classe dos educadores, que há tanto tempo não é valorizada como deveria.