Impaciência que gera demissão
Por Mateus Bunde
Diversas vezes são notados técnicos brasileiros indo até grandes mídias apontar para a falta de continuidade no trabalho realizado nos clubes nacionais. A impaciência da torcida e dos dirigentes parece ser um dos principais fatores para a demissão – muitas vezes precoce – de treinadores no país.
O exemplo mais recente da pouca continuidade dada aos técnicos no Brasil é Ricardo Gareca. O Argentino foi apresentado no Palestra Itália sob aplausos e esperança de um trabalho “diferenciado” no Palmeiras. E realmente foi o que aconteceu. O diferencial foi a péssima sequência de resultados que vitimou o treinador alviverde. Após apenas 13 jogos (4V – 1E – 8D), Gareca deixava o comando do Palmeiras.
Outro trabalho que não completou sequer um ano foi o de Oswaldo de Oliveira, no Santos. Após oito meses no comando do Peixe, Oswaldo não resistiu à campanha mediana no campeonato brasileiro, e às quatro derrotas nos últimos cinco jogos sob sua tutela na casamata alvinegra.
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Um exemplo de onde a bola começou a rolar
Em 1986, o Manchester United anunciava a contratação do (não ainda Sir) Alexander Chapman Fergunson, ou, simplesmente, Alex Fergunson. O treinador que marcou época, completando quase três décadas frente a um clube.
Sob seu comando, a equipe de Manchester conquistou 13 campeonatos ingleses e duas UEFA Champions League. Graças aos seus 38 títulos no comando do United, Alex Fergunson ganhou o título de Sir, além da histórica marca de 27 anos frente a um clube de futebol. Recorde que persiste até os dias de hoje
Mas Fergunson não chegou ao clube conquistando de tudo e massacrando seus adversários. Paciência foi preciso. Na temporada1986/1987, a equipe de Manchester teve de se contentar com o modesto 11º lugar na Liga Inglesa. Apenas duas temporadas após sua chegada (1989/1990) que seu primeiro troféu foi erguido, o título da Copa da Inglaterra, após embate contra o Crystal Palace.
Mais próximo em outro esporte
Em Olimpíadas são duas medalhas de bronze, duas de prata e uma de ouro. Além de inúmeros títulos mundiais e diversos Grand Prix. Possui um currículo de dar inveja em qualquer comandante de qual esporte for. Falar de Seleção Brasileira de Vôlei é falar de Bernardinho. O comandante carioca está há 13 anos comandando a seleção nacional, contabilizando 26 títulos como treinador.
Além de renovar com frequência a Seleção de Voleibol, Bernardinho possui o carisma e a confiança da Confederação Brasileira de Vôlei. Uma confiança e paciência que, muitas vezes, faltam aos dirigentes do futebol brasileiro.