Crítica do filme Shame

Por Vinícius Colares

Existe quem ainda abraça o senso comum e lança pérolas do tipo “o cinema hoje em dia só produz enlatado” ou “os efeitos especiais são a principal característica do cinema contemporâneo”. Para esses, existe um argumento definitivo: Steve McQueen.

O diretor e roteirista de Hunger (2008) – filme que chamou atenção da crítica mundial pela primeira vez – é um dos nomes mais promissores do cinema hoje. Com um trabalho sólido, McQueen não precisou de mais de três longas para receber a notoriedade que merece. Prova disso é o Oscar de melhor filme deste ano por 12 Anos de Escravidão(2013).

Mas a dica aqui é o seu segundo filme de McQueen: Shame (2011)

Esse é o tipo – raro – de filme completo. Gravado em (assustadores) 25 dias, McQueen dirigiu e escreveu o longa que contou com Michael Fassbender e Carey Mulligan nos melhores momentos de suas carreiras.O resultado do trabalho de câmeras de McQueen é uma estética que dita o ritmo da vida do personagem principal. Um viciado em sexo, vivido por Fassbender, mostra o lado negro do verdadeiro significado da luxúria e quebra toda e qualquer salvação em relação aos que acreditam no “prazer pelo prazer”. O personagem é engolido pelo que Nelson Rodrigues chamava de “tédio da carne”.

Confrontado com questões terrivelmente reais, o espectador é obrigado a visitar um mundo sujo que contrasta com as tomadas limpas de Steve na cidade dos sonhos, Nova York.

Ao final fica viva a dúvida. Até onde o prazer pode nos levar? Melhor ainda. Pode ele nos levar a algum lugar?in

Existe quem ainda abraça o senso comum e lança pérolas do tipo “o cinema hoje em dia só produz enlatado” ou “os efeitos especiais são a principal característica do cinema contemporâneo”. Para esses, existe um argumento definitivo: Steve McQueen.

O diretor e roteirista de Hunger (2008) – filme que chamou atenção da crítica mundial pela primeira vez – é um dos nomes mais promissores do cinema hoje. Com um trabalho sólido, McQueen não precisou de mais de três longas para receber a notoriedade que merece. Prova disso é o Oscar de melhor filme deste ano por 12 Anos de Escravidão(2013).

Mas a dica aqui é o seu segundo filme de McQueen: Shame (2011)

Esse é o tipo – raro – de filme completo. Gravado em (assustadores) 25 dias, McQueen dirigiu e escreveu o longa que contou com Michael Fassbender e Carey Mulligan nos melhores momentos de suas carreiras.O resultado do trabalho de câmeras de McQueen é uma estética que dita o ritmo da vida do personagem principal. Um viciado em sexo, vivido por Fassbender, mostra o lado negro do verdadeiro significado da luxúria e quebra toda e qualquer salvação em relação aos que acreditam no “prazer pelo prazer”. O personagem é engolido pelo que Nelson Rodrigues chamava de “tédio da carne”.

Confrontado com questões terrivelmente reais, o espectador é obrigado a visitar um mundo sujo que contrasta com as tomadas limpas de Steve na cidade dos sonhos, Nova York.

Ao final fica viva a dúvida. Até onde o prazer pode nos levar? Melhor ainda. Pode ele nos levar a algum lugar?

Imagem: divulgação

Imagem: divulgação

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