Começa a decisão de quem será o campeão da Libertadores

Grêmio de Renato Portaluppi tentará chegar à decisão da Libertadores. Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com

Por Luís Artur Janes Silva

A partir desta terça-feira, 23 de outubro, quatro gigantes do futebol da América do Sul se encontraram para começar a definir quem decidirá a Taça Libertadores da América de 2018. Grêmio, Palmeiras, River Plate e Boca Juniors, potências no Brasil e na Argentina, tentaram colocar nas suas estantes de conquistas mais um troféu da mais importante competição do futebol sul-americano.

Pela segunda vez na história, as semifinais de uma Taça Libertadores serão compostas por quatro campeões continentais. Na primeira vez que isso aconteceu, no ano de 2009, tivemos uma fase semifinal formada por Grêmio, Cruzeiro, Estudiantes da Argentina e Nacional do Uruguai, que somavam 10 títulos. Desta vez, os quatro participantes das semifinais, somam 13 conquistas. Mais que isso, a presença dos dois grandes clubes do futebol argentino (Boca Juniors e River Plate), unidos ao Grêmio e Palmeiras, dois dos quatro principais times brasileiros na história da Libertadores, darão um charme especial aos confrontos que serão realizados no ano de 2018.

GRÊMIO X RIVER PLATE (23 e 30 de outubro)

A final da Libertadores de 2017 que todos esperavam. Assim pode ser definido o encontro entre Grêmio e River Plate, que se enfrentarão na primeira semifinal da Libertadores de 2018.

Para continuar a sonhar com a conquista do tetracampeonato sul-americano, o Grêmio precisará superar o único time invicto desta edição da Libertadores, e que passou com certa facilidade nas quartas de final pelo tradicional Independiente. Mas a equipe treinada por Renato Portaluppi também sobrou nas quartas, passando com duas tranquilas vitórias contra o Atlético Tucumán.

O sucesso do Grêmio nesta semifinal passa pelo aproveitamento de Éverton, o melhor jogador do Tricolor na temporada, na partida da volta contra os argentinos. Além disso, os gremistas esperam que Luan confirme seu momento ascendente, mesmo que sofra com o retorno da crônica fascite plantar, lesão que o incomoda desde o ano passado. Assim, girando em torno de seus dois craques, o Tricolor espera trazer um bom resultado da Argentina para poder decidir com tranquilidade em Porto Alegre.

Mas o River Plate de Gallardo quer a Copa neste ano de 2018, principalmente após a traumática desclassificação frente ao surpreendente Lanús, na Libertadores do ano anterior. Desta vez, o River está encaixado, pois é uma equipe com talento ofensivo, mas também é obediente às determinações táticas de Gallardo. Apesar de ter perdido recentemente uma invencibilidade de 32 jogos diante do Colón, quando atuou com vários atletas reservas, os portenhos serão adversários perigosos.

Comandados na meia cancha por Pity Martinez, que conta com o auxílio de Armani, Enzo Pérez e Palacios, o grande trunfo do River está no ataque, que conta com o ascendente Borré, mas também com Scocco, que teve tímida passagem pelo Inter, mas que conseguiu colocar Lucas Pratto, ex-ídolo de Atlético-MG e São Paulo no banco de reservas..

Confronto de difícil prognóstico, Grêmio e River se enfrentaram 17 vezes na história, com o Tricolor levando vantagem, pois conquistou nove vitórias contra seis triunfos dos argentinos. Na Libertadores, as duas equipes se encontraram nas oitavas de final de 2002, quando o Grêmio passou com facilidade, vencendo os dois jogos e com direito a goleada de 4×0 na partida da volta, realizada em Porto Alegre. Que esta boa lembrança prevaleça e que o Grêmio consiga a vaga na final, mesmo que a disputa seja muito equilibrada.

PALMEIRAS X BOCA JUNIORS (24 e 31 de outubro)

Um confronto que já decidiu uma Taça Libertadores e que antagoniza dois dos maiores clubes do futebol sul-americano. Estas poucas palavras resumem o encontro de Palmeiras e Boca Juniors, que também buscarão vaga na final da nossa maior competição continental.

Palmeiras e Boca Juniors se encontraram 23 vezes na história. Nestes confrontos tivemos 12 empates, o resultado mais constante. Mas o Palmeiras conseguiu oito vitórias contra os argentinos. Mesmo nos anos de 2000 e 2001, quando fizeram final e semifinal da Libertadores, encontros nos quais o Palmeiras saiu derrotado, os portenhos não obtiveram vitórias no tempo normal (todas as partidas terminaram empatadas).

O histórico recente demonstra que o Palmeiras leva vantagem no confronto, pois na primeira fase da Libertadores de 2018, o Verdão empatou em casa (única partida que não venceu na fase inicial), mas ganhou com autoridade na Bombonera, mítico estádio do clube argentino, aplicando 0 a 2 e não dando chances ao Boca.

Aliás, o Palmeiras mostra números fantásticos nesta Libertadores de 2018. Em dez partidas, obteve oito vitórias, empatando um jogo e perdendo outro. O time treinado por Luiz Felipe Scolari ganhou as cinco partidas que disputou fora de casa, fato importante quando se sabe que o Palmeiras voltará ao estádio do Boca Juniors. Outro trunfo importante para o time paulista é a arrancada que conseguiu no Brasileirão, certame no qual ocupa a liderança e é o grande favorito ao título.

Além disso, o Palmeiras parece ter recuperado a moral depois da sofrida classificação às quartas de finais, quando perdeu em casa para o Cerro Porteño e quase colocou a sensacional campanha da fase inicial no lixo. Os dois triunfos sem sobressaltos diante do Colo-Colo fizeram os palestrinos retomarem a confiança.

Comandados por Luiz Felipe Scolari, Dudu e Borja, os palmeirenses terão um perigoso e tradicional adversário pela frente. O Boca Juniors quase ficou na etapa inicial da Libertadores, mas foi às fases decisivas e cresceu de produção. Após eliminar o ascendente Libertad do Paraguai, com duas vitórias, os argentinos despacharam o atual bicampeão da Copa do Brasil, o Cruzeiro, que foi batido com autoridade em Buenos Aires, em jogo polêmico (2 a 0) e não conseguiu passar de um empate no Mineirão. Liderados por Tévez, Ábila, Zárate e Pavón, o Boca sonha com a terceira eliminação sobre o Palmeiras em fases eliminatórias da Libertadores, mas o confronto é equilibrado, tendendo levemente para o lado verde (e amarelo).

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