Caminhos para a formação de pesquisadores: Conheça a Revista Discente Ofícios de Clio
Apresentando artigos inéditos de História ou temas afins, a publicação introduz alunos de graduação e pós-graduação ao ambiente acadêmico.
Por Isabella Barcellos / Em Pauta
Fundada em 2014 e conectada mutuamente ao Departamento de História (DH) e ao Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) dentro da Universidade Federal de Pelotas, a Revista Discente Ofícios de Clio tem um grande objetivo em foco: incentivar a produção acadêmica entre graduandos. Lançada em regime semestral e nomeada em homenagem à musa da história e da criatividade para a mitologia grega, a publicação surgiu a partir da demanda estudantil de ter um espaço receptivo para divulgar produções acadêmicas vindas da graduação.
As revistas dedicadas à divulgação científica existem desde o século XIX, muito impulsionados pelo pensamento iluminista que o avanço dos conhecimentos humanos levaria ao progresso da sociedade como um todo. Logo, a publicação de periódicos passou a ser valorizada e defendida tanto por acadêmicos quanto por membros da sociedade civil. Desde a Philosophical Transactions da Royal Society of London, lançada em 1665 e considerada a primeira revista científica do mundo, muito do que a sociedade entende como fato passou pelo trabalho minucioso de pesquisadores e cientistas.
Segundo a editora chefe Márcia Espig, coordenar uma publicação como a Ofícios de Clio “envolve um volume de trabalho significativo”. Revistas comprometidas em fazer divulgação científica de maneira séria precisam passar pela avaliação de pareceristas (mestres ou doutores que realizam a avaliação crítica dos artigos submetidos), além de processos de revisão e edição. “Eu tenho uma equipe que é fundamental para que a revista exista. Desde a sua composição, essa equipe é formada por alunos dos cursos de bacharelado e licenciatura em História”, relata Márcia, “Posso dizer com com muita felicidade que tive equipes maravilhosas, alunos que atuaram como editores assistentes e me assessoraram muito bem na função de editora chefe, é um acalento na alma, facilita bastante todo esse trabalho”.
A estudante Laura Bergozza é a atual editora assistente da Ofícios de Clio e tem como responsabilidade participar da seleção e revisão dos artigos submetidos. “Essa é uma função muito detalhista. Tu fica imerso em um campo onde além de perceber os detalhes, tu tem que se preocupar com um papel sociopolítico da revista, de ser um meio de divulgação”. Até o momento, a revista foi responsável por introduzir diversos graduandos e pós-graduandos ao mundo da pesquisa, abrindo espaço para dúvidas, questionamentos e trocas entre alunos.
As iniciativas de ensino, pesquisa e extensão formam uma trindade indissociável nas universidades brasileiras a partir do artigo 207 da Constituição de 1988. Mas ainda que bem sucedidos, diversos programas têm suas atividades limitadas por conta da falta de investimentos. “Eu destacaria como principal problema a falta de bolsas. Durante o governo anterior a Capes e o CNPq sofreram com diversos cortes”, aponta a editora chefe, “Cursos de ciências humanas acabam recebendo menos verba do que cursos de ciências exatas ou ciências da saúde”.
Em uma sociedade submersa em desinformação, contribuir com iniciativas de divulgação científica fortalece o trabalho árduo de estudantes e professores dentro e fora do ambiente universitário. Além da elaboração da própria revista, a equipe editorial também organiza eventos como “Entrei pra História, e agora?” (pensado para a recepção de calouros em e até o momento com duas edições, realizadas em 2020 e 2021) e mantêm presença ativa nas redes sociais, divulgando eventos relacionados aos cursos de história, datas para a submissão de artigos, indicações e demais conteúdos. Para conhecer mais sobre a Ofícios de Clio, acesse o site aqui e siga @oficiosdeclio_ no Instagram.
