Buscando…

Cartaz: divulgação

Por Graça Vignolo de Siqueira

Sinopse:

Após uma jovem de 16 anos desaparecer seu pai, David Kim (John Cho), pede ajuda às autoridades locais. Sem sucesso, após 37 horas, David decide invadir o computador de sua filha para procurar pistas que possam levar ao seu paradeiro.

Já assisti a filmes em que a tela do computador é o mote, tal qual Noah, curta metragem que fez sucesso no Festival de Toronto, em 2013 e o terror Amizade Desfeita (2014). Raramente são bons.

Feriado de 20 de setembro resolvi conferir as estreias no cinema e me deparei com Buscando… , do qual eu nada sabia. Mas a sinopse me desafiava a entrar na sala. Verifiquei atores, diretor estreante e descobri que o filme levou dois prêmios no Sundance Film Festival 2018, sendo um deles Prêmio de Audiência.

Então o filme começou. Acreditem. Experiência positiva. Desde o início você fica preso nas fotos salvas pela família no notebook e que contam a história de Margot (Michelle Ma), do nascimento aos 16 anos.

Através dessas fotos sabemos que David é viúvo há algum tempo e cria Margot sozinho. Como todo pai ele dá responsabilidades à filha e confia nela. Toda a ação é passada para o espectador através da câmera do notebook.

Não torça o nariz, pois ficará surpreso do que pode ser feito no cinema utilizando toda a tecnologia que temos nas mãos atualmente. Isso não se pode negar: é um filme muito contemporâneo.

Margot está no ensino médio, cursa aulas de piano e está sempre em contato com o pai (o Sulu de Star Trek). Até que ela informa que estudará até tarde com a turma e não irá para casa tão cedo.

No meio da noite ela liga três vezes, mas seu pai já está dormindo e não percebe a não ser no outro dia. E, a partir daí, não consegue mais contato com a filha.

Tudo o que vemos acontece dentro de uma tela de computador. E mesmo assim somos presos pelo suspense e a maneira com que o diretor conduz a trama.

Embora pareça fácil de fazer, não se engane. Um filme para dar certo tem que lhe cativar nos 16 primeiros minutos e, considerando se passar  “dentro” de uma tela de computador, a fotografia, narrativa, continuidade e iluminação não são ignoradas.

Google, Face Time, livestreaming, Tumblr, Facebook, Gmail e tudo mais que você usa na rede está lá. E funciona. O suspense lhe prende na poltrona e fica melhor ainda na segunda parte.

Na procura por Margot, David tem a ajuda da investigadora de polícia Rosemary (Debra Messing) e de seu irmão Peter (Joseph Lee II). Mas, com certeza, são os rastros virtuais deixados por Margot na internet, que farão toda a diferença.

A Sony nos presenteia com respeito à tradução na dublagem e legendas, imprescindíveis em um filme como esse, além de uma edição primorosa, que durou cerca de dois anos, enquanto as filmagens levaram apenas 13 dias no total.

Um suspense diferente de tudo que você já viu e que lhe deixará conectado até o fim. Em que você fará inúmeras tentativas de descobrir o que aconteceu com Margot, mas se frustrará em todas as opções.

Nota: 9,5

 

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