Brasil ganha medalha histórica na ginástica artística

Equipe de ginástica artística conquista pela primeira vez uma medalha por equipes nos Jogos Olímpicos

Por Aline Bitencourt / Em Pauta

 

Flavia Saraiva, Rebeca Andrade, Lorrane Oliveira, Jade Barbosa e Julia Soares são bronze por equipes em Paris 2024 — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

 

 

 

 

Na tarde do último dia 30 de Junho foi disputada a final por equipes da ginástica artística feminina nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira fizeram história na França e conquistaram pela primeira vez uma medalha por equipes na competição, finalizando com o Bronze, com o total de 164.497 pontos, atrás de Estados Unidos, que levou o Ouro com 171.296, e Itália com 165.494. 

O pódio desta terça-feira foi um tanto quanto desafiador, antes mesmo de começar a disputa Flávia Saraiva se machucou no aquecimento das barras assimétricas, batendo com o rosto e abrindo o supercílio, mas com o sorriso de sempre e um curativo na sobrancelha, fez uma grande apresentação e acabou com a nota de 13.666 no mesmo aparelho em que caiu, recuperando toda a confiança para os próximos aparelhos. 

Flavinha, após a medalha, ainda disse em entrevista que nem tinha visto que estava sangrando, e que foi o seu treinador Francisco Porath que a avisou e, no final, brincou: “Depois daquilo ali eu já estava aquecida”. 

O bronze do Brasil passou muito pelo psicológico forte e preparado da equipe, que ficou fora do pódio até o último momento, superou as quedas, o machucado de Flavinha e todos os problemas externos e não deixou se abalar. Até então, o melhor resultado do Brasil nesta modalidade havia sido somente o oitavo lugar, em Pequim-2008 e Rio-2016. 

Significado da conquista:

A conquista teve um significado especial para todas as atletas individualmente. Jade Barbosa, a mais experiente da equipe, com 33 anos, e em sua terceira participação nas Olimpíadas, repercutiu a vitória da equipe em entrevista ao Estadão:

“É até difícil falar nesse momento. A gente trabalhou muito duro, dia após dia. Poucas pessoas vão saber o quão duro foi, a maioria aqui dentro do time. Estamos felizes com o que conseguimos fazer hoje. A gente treinou para cada situação dessa, cada passo fez diferença. Mas é isso que faz uma equipe, é isso que faz uma família. Tenho orgulho do que construímos nesse período todo e hoje a gente colhe o fruto de muitas gerações, é até difícil acreditar que está rolando isso”, afirma.

Já Rebeca Andrade, a maior ginasta Brasileira atualmente e que teve uma parte muito importante na medalha, já que foi dela a maior nota no salto, 15.100 – superando até mesmo Simone Biles – e que cravou o Brasil no pódio, falou sobre a sua caminhada daqui para frente no esporte ao Portal Terra:

“Enquanto meu corpo aguentar eu vou estar aqui. Pode ser que eu não faça todos os aparelhos, pode ser que eu faça dois ou três. A gente ainda não sabe. Mas é importante preparar os fãs, as pessoas que torcem, porque quando a gente se despede é muito difícil”, disse.

Rebeca Andrade e Jade Barbosa no pódio em Paris – Foto: Miriam Jeske

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