Abertura oficial da 46ª Feira do Livro de Pelotas reúne personalidades negras
Patrono da edição, Vilson Farias fez discurso que emocionou o público na cerimônia de abertura do evento.
Texto de Luíza Mattea, fotos de Lunara Duarte
No cenário da Praça Coronel Pedro Osório, teve início a 46ª edição da Feira do Livro de Pelotas. Homenageando o Jornal A Alvorada, idealizado por intelectuais negros, a tradicional Feira tem como tema dessa edição: “A Alvorada, imprimindo o alvorecer dos negros em Pelotas”. O patrono este ano é o advogado Vilson Farias, autor de diversos livros, e o orador escolhido é o também advogado, Fábio Gonçalves. Esse ano o evento acontecerá entre os dias 1 e 18 de novembro e contará com atividades paralelas no Largo do Mercado Central, Bibliotheca Pública, Museu do Doce e Secult.
O advogado conta a sua trajetória de superação e combate ao racismo.
“Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Livros mudam as pessoas”. Foi com esse pensamento que Carlos André de Souza e Silva, presidente da Câmara do Livro de Pelotas, iniciou sua participação na cerimônia de abertura oficial, que ocorreu no segundo dia do evento, às 19h. Além dele, a Secretária de Governo Clotilde Victória, o orador Fábio Gonçalves e o patrono Vilson Farias também contribuíram com palavras ao público, destacando a importância do tema dessa edição. “Esse momento significa um avanço rumo à conquista plena de direitos e oportunidades. Temas que por muito tempo estiveram proibidos ou invisíveis hoje estão em pauta”, destacou Clotilde.
A organizadora do evento Theia Bender conta que o tema foi escolhido em conversa com a Secretaria de Cultura. Inicialmente, a ideia era homenagear como patrono um dos escritores do Jornal Alvorada, Rodolpho Xavier. “Nas edições anteriores, nós já homenageamos patronos que haviam falecido, mas, com um tema com tantas discussões, ficaria mais emocionante alguém que pudesse puxar essa reflexão. Por isso, buscamos o Doutor Vilson, que já escreveu sobre esse assunto e tem uma longa trajetória. Ele merece ser homenageado”, destacou.
A organizadora do evento Theia Bender explica a importância de abordar a temática racial na literatura.
Por se tratar de um tema com grande importância para a comunidade, os organizadores do evento buscaram atividades e programações culturais relacionadas ao assunto. Por isso, ao longo dos 18 dias de feira, serão realizadas rodas de conversa sobre patrimônio cultural Negro em Pelotas, movimento Mulherismo Africana e Feminismo Negro. A programação infantil desse ano também abordará questões relacionadas à temática racial, buscando trazer espaço de reflexão e discussão também para as crianças.
Mais informações sobre a programação dessa edição podem ser encontradas no Site da Prefeitura de Pelotas.
