A Casa do Dragão te convida de volta à Westeros

A Casa do Dragão chega à televisão pela HBO, derivada  de Game Of Thrones, um dos maiores sucessos entre produções para a televisão. É com essa sombra que a série começa a trilhar o seu próprio caminho, em busca de reconciliar o público com o universo após o final que tanto decepcionou os fãs de sua antecessora.

Por Felipe Boettge

172 anos antes do nascimento de Daenerys, a protagonista da série original, a Casa do Dragão mostrará um dos eventos mais poderosos dentro do universo criado por George R. Martin, a Dança dos Dragões. Momento esse que marca a guerra civil entre a família Targaryen, o que será o palco dessa e das próximas temporadas da série. Dessa forma, House of the Dragon, ou então, a Casa do Dragão é lançada semanalmente no canal HBO, todo domingo às 22h (horário de Brasília) e também é disponibilizada no serviço de streaming HBO Max alguns minutos antes ou depois do lançamento mundial no canal por assinatura. 

Pôster de a Casa do Dragão / Reprodução: Divulgação/HBO

Sendo assim, os três episódios já exibidos tratam de estabelecer o contexto em que estamos e os personagens inseridos neles. Conhecemos Rhaenyra, Daemon e Viserys Targaryen, Otto e Alicent Hightower e também a família Velaryon lidera por Corlys, a Serpente Marinha. Todos esses, figuras centrais do que será esse grande conflito interno que dará início a derrocada do reinado Targaryen, que terá o seu fim quase dois séculos depois e motivará todos os acontecimentos da série principal. Entretanto, esses nomes e famílias que são apresentados no primeiro episódio podem assustar aqueles que ainda não são familiarizados com o universo, mas isso não precisa ser um motivo de preocupação. A série trabalha suas informações e intrigas sem forçar com que o telespectador conheça tudo aquilo, mesmo que saiba agradar os fãs de longa data em pequenas e sutis referências. Por isso, se está interessado em ingressar nesse universo, a Casa do Dragão será uma boa introdução e, mesmo em apenas três episódios, já mostra um pouco de cada elemento que alavancou Game of Thrones ao sucesso. 

A família real durante o conselho de 101 /Foto reprodução: Divulgação/HBO 

“É muito bom estar de volta a esse mundo, eu estava com um vazio desde o fim de Game of Thrones e fico feliz que tenhamos a chance de conhecer mais dessas famílias, intrigas e claro ver o auge dos dragões, que já eram incríveis na original e agora estão parecendo perfeitos”

  — Pedro Daniel, fã da série original e leitor dos livros que a inspiraram.

 

Diferente de sua predecessora, não visitaremos todos os sete reinos de Westeros nesse primeiro momento. Com o enredo focado nas intrigas políticas e desavenças familiares da realeza em Porto Real, capital do reinado, e nas terras vizinhas ao local. E por isso, terá menos personagens e famílias envolvidas diretamente na história. Algo que deve mudar no futuro, mas que por agora, terá focos nos sete personagens citados anteriormente e em suas famílias. Por outro lado, já foram confirmados 17 dragões aparecendo em tela nessa primeira temporada, algo que apenas o grande orçamento dedicado ao seriado poderia permitir.

Dividida em duas fases, o seriado mostrará o início das intrigas e uma bela disputa política pelo poder de influência ao trono enquanto nos apresenta os personagens em um primeiro momento e contexto de suas vidas. Portanto, com uma maior familiaridade com os personagens principais, a série permitirá que sua expansão narrativa aconteça apoiada na ligação que já temos com aqueles que permitem a história seguir a frente nos próximos episódios. Durante os três primeiros, estamos acompanhando a jornada de Rhaenyra em busca de reafirmar sua posição como herdeira ao trono. Princesa e herdeira mais velha do rei Viserys, a menina começa a série por volta de seus 15 anos e recebe de seu pai a confirmação de que será ela quem herdará após sua morte, mesmo com a insatisfação dos homens de Westeros que esperam um novo rei, mas temem que o irmão de Viserys, Daemon Targaryen assuma, já que sua reputação não é nada boa. O príncipe rebelde e irmão do atual rei, possui uma má fama que é justificada pela sua atitude durante os episódios iniciais. Sendo um dos responsáveis por mover a história, teve no terceiro episódio o seu ápice, onde Matt Smith, mostra todo o alcance de sua atuação entregando uma emblemática presença de tela com poucas falas e uma gloriosa e muito bem executada cena de guerra nos minutos finais do episódio.

Daemon durante a batalha dos Degraus /Foto: Reprodução/HBO

Dessa maneira, apoiada nessas duas grandes figuras, a Casa do Dragão seguirá rumo ao confronto que mudará a história de Westeros e causará um enfraquecimento que persistirá na família até o fim de seu longo reinado sobre os sete reinos. Portanto, a jornada até esse grande conflito está sendo muito bem construída enquanto podemos conhecer tanto os protagonistas quanto seus dragões, tão embrenhados quanto esses personagens dentro das tramas políticas e jogos de poder que acontecem em meio a corte de Porto Real. E é nesses momentos que a série mostra todo o seu potencial, entregando grandiosas cenas tanto com os dragões em batalha quanto nos embates políticos dentro dos castelos. Sendo assim, não será quem montar o maior dragão que ficará com o trono e a glória, mas sim aquele que se mostrar tão terrível e poderoso quanto um.

Viserys e Rhaenyra em frente ao crânio de Balerion, o maior dragão que viveu  /Reprodução: Divulgação/HBO

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