21ª Parada da Diversidade de Pelotas une gerações
No último domingo, 27/11, a Avenida Bento Gonçalves cedeu espaço à diversidade de Pelotas, contando com desfiles, atrações, e claro, muita alegria
Daniela Alves/Em Pauta
Dizer que a juventude LGBTQIA+ coloriu as ruas da cidade não é nada além de clichê, ao invés disso, iniciamos este texto com o levantamento de que o Brasil, em um trabalho de anos, retira o vermelho que há na dita minoria, e hasteia com peito estufado de orgulho uma bandeira verde e amarela tingida pelo sangue vermelho de todas as vítimas que representam 33,3% do aumento nas mortes de pessoas LGBTQIA+ no Brasil em comparação ao ano de 2021, em acordância com os dados apresentados no Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil.
No cenário pelotense, porém, a 21ª Parada da Diversidade de Pelotas trouxe uma nova visão em relação a estes dados. Anunciado pela Prefeitura de Pelotas, o evento teria início às 14h, logo em frente ao Parque Dom Zattera, e o desfile pela Avenida Bento Gonçalves estava marcado para às 17h, tendo começado cerca de meia hora após isso.
O que se pôde notar além das diversas formas e maneiras com que a luta por seus direitos e espaço na sociedade se manifesta, foi que o público frequentador está cada vez maior, e quando falamos sobre isso, entramos em um debate sociológico ao que diz respeito à formação de uma nova geração de crianças que entende e aprende a recepcionar toda forma de afeto que é diferente daquela à qual seus pais e avós foram apresentados como única e correta. Ao longo do evento, foi notada a presença de inúmeras crianças que acompanhadas de seus pais e responsáveis divertiam-se com as decorações coloridas e dançavam de forma contagiante ao som das músicas tocadas. Foi um domingo sem tumultos, de sol acolhedor e ruas de uma luta que trouxe consigo nada além de amor.
Nas janelas dos prédios que cercam a avenida e até mesmo das calçadas, mais de uma pessoa idosa mostrava-se entusiasta de todo aquele pessoal divertindo-se nas ruas, causando choque em todos aqueles membros da comunidade LGBTQIA+ que eram por elas cumprimentados, denotando assim, a estranheza com a qual costumam ser tratados. Um mero cumprimento que seja, vindo de uma pessoa mais velha, é um pequeno sinal de vitória, afinal, com eles é possível perceber que nenhuma mente é tão fechada ao ponto de não compreender o que é ser humano e saber amar.
As atrações permaneceram até a noite, onde shows de música e outras apresentações acabaram acontecendo para concluir esse fim de semana pelotense de forma contagiante, deixando a população pronta para mais uma semana que traz a reta de mais um fim de ano consigo.